VINCENZO IROLLI - Num terraço - Óleo sobre tela
VINCENZO IROLLI - Chegando da pesca - Óleo sobre tela
VINCENZO IROLLI - Coroinha
Óleo sobre painel
A arte de Vincenzo Irolli encanta principalmente pela sua
grande habilidade em trabalhar tons tão exageradamente luminosos, mas que nos
aprisionam logo na primeira olhada. Todas as matizes de azuis ultramar e
amarelos de cromo, que em outras paletas pareceriam berrantes, são
perfeitamente ajustados em sua composição. Há uma decisão acertada, habilmente
manipulada por esse artista que pintava com a mão esquerda.
Esquerda: VINCENZO IROLLI - Apaixonada - Óleo sobre tela
Direita: VINCENZO IROLLI - Menina - Óleo sobre tela
VINCENZO IROLLI - Pela porta aberta - Óleo sobre tela
Nasceu em Nápoles, em 1860, e foi um dos grandes
representantes de uma arte em unificação, conseqüência das crises que se
instalaram em finais do século XIX e início do XX, não somente na Itália, mas
por diversas regiões da Europa. Podemos dizer que o Realismo singelo e singular
de Irolli celebre ainda um pouco de um Romantismo tardio que já não teria mais
representantes futuros.
VINCENZO IROLLI - Lida - Óleo sobre tela
Esquerda: VINCENZO IROLLI - Celebração nas ruas - Óleo sobre cartão
Direita: VINCENZO IROLLI - Posando - Óleo sobre tela
Em 1877, ao se matricular no Instituto de Belas Artes de
Nápoles, teve como principal mestre Gioacchino Toma. Já era bem visto com os
trabalhos apresentados na Nápoles Società Promotrice do Circolo Artístico e, em
1890, ao se tornar membro do Circolo Artístico Napolitano, começa a trabalhar
com diversos artistas locais, em especial Giovanni
Migliaro. Reuniam principalmente no Gambrinus Café.
VINCENZO IROLLI - Frutos da pesca - Óleo sobre tela
VINCENZO IROLLI - Garoto com uma cabra
Óleo sobre tela
VINCENZO IROLLI - Depenando a galinha - Óleo sobre tela
Apesar de discreto nas atividades diárias, participou com
uma certa regularidade dos principais eventos nacionais. A boa reputação que
obteve com as apresentações em diversos espaços da Itália, levou-o a diversas
mostras no Salão de Paris, Londres, Munique e Barcelona. Fez muito sucesso em
todos eles, obtendo inclusive uma medalha de bronze nesse ultimo.
Esuqreda: VINCENZO IROLLI - Retrato de jovem - Óleo sobre tela
Direita: VINCENZO IROLLI - Estudo de homem - Pastel
VINCENZO IROLLI - Cansaço - Óleo sobre tela
Outros mestres também foram uma referência importante na
carreira de Irolli. Michetti, que sempre o incentivou na execução de uma
pintura fragmentada, com suaves toques de cores, desconexos aparentemente, mas
unidos por uma mistura ótica, teria adeptos mais fervorosos no Impressionismo.
Domenico Morelli era o grande mestre referencial do cenário Napolitano naquele
momento. Artista bem sucedido, que era apreciado em toda a Itália e que
inspirava invariavelmente jovens iniciantes. Morelli fazia jus a sua fama, com
ele a arte italiana estritamente acadêmica consegue fazer uma articulação com
algo mais complexo e elaborado, ganhando ares de liberdade até então não
conhecidos e abrindo caminhos para futuras linguagens pictóricas.
VINCENZO IROLLI - Menino próximo ao muro
Óleo sobre tela
VINCENZO IROLLI - Hora do banho - Óleo sobre madeira
VINCENZO IROLLI - No jardim
Óleo sobre tela
A pintura de Irolli é farta de tudo aquilo que parece
trivial: rostos de pessoas comuns, pontos de vista sintéticos e trechos
napolitanos bem singulares. Em termos de cor e composição sua pintura é fácil
de compreender. Essa comunhão de identidades é que tornou sua arte tão popular.
VINCENZO IROLLI - Uma bela jovem - Óleo sobre tela
VINCENZO IROLLI - Amor de mãe - Óleo sobre tela
VINCENZO IROLLI - Despedindo para a escola
Óleo sobre tela
Ele é um dos mais sinceros intérpretes de seu tempo. É ao
mesmo tempo a alma e o porta-estandarte ao avesso de uma revolução inevitável
no cenário artístico que se espalhava por todo o solo europeu. As mesmas
características que dominam quase toda sua produção já não são comungadas em
diversos outros representantes de seu tempo, e poucos deles conseguem tão
sincero frescor e desenvoltura. Mas era acima de tudo, um pintor realista, às
vezes criticado por pessoas que esperavam que ele se adaptasse e participasse
de algum movimento modernista mais intenso, tão em voga naqueles tempos. Irolli,
porém, estava convicto de suas metas. Hoje é visto como um inovador de seu
tempo, mesmo que não houvesse muita intenção nisso.
VINCENZO IROLLI - Mercado em Veneza - Óleo sobre tela
VINCENZO IROLLI - Moças na cozinha - Óleo sobre tela
VINCENZO IROLLI - Esposa do artista sentada no terraço - Óleo sobre tela
Ele
teve uma produção extremamente abundante, pois era um trabalhador incansável.
Além de figuras maternas, retratos de crianças e cenas coloridas da vida
cotidiana, realizou algumas encomendas com assuntos religiosos, como 10
trabalhos apresentados na Mostra de Arte Sacra, em Nápoles, no ano de 1936. Como
um artista que não via limites para produzir, só viu a interrupção de suas
obras com a sua morte, em 1949. Hoje é um dos artistas mais solicitados nas
casas de leilões em diversas partes do mundo.
VINCENZO IROLLI - Hora do chá - Óleo sobre tela
VINCENZO IROLLI - Da janela - Óleo sobre tela
VINCENZO IROLLI - Meninas com galinhas no quintal - Óleo sobre tela
A Itália sempre bem representada por grandes mestres, tenho paixão pelos pintores da toscana, um deles é Angiolo Tommasi, tem um video no youtube sobre este grande artista ,"i Tommasi a Castiglioncello ", vale a pena conferir.
ResponderExcluirBom final de semana, felicidades, meu amigo!
Também tenho uma grande admiração por todos os artistas italianos do final do século XIX e início do XX, Vidal. Vou conferir sua dica, ainda não a vi.
ExcluirGrande abraço!
Mais uma matéria excelente. Não conhecia a obra desse artista italiano. Lembra vagamente o trabalho do grande Mariano Fortuny. Realmente, você sempre tem um carta na manga. Sempre consegue descobrir algo novo e de altíssima qualidade para informar e impressionar os leitores. Parabéns.
ResponderExcluirAt, William
Olá William, vi os trabalhos do Irolli pessoalmente, em 95, numa passagem por algumas galerias próximas à Piazza Navona. Eu me encantei na primeira olhada e as fotos não representam nem um décimo do efeito deles ao vivo. Há vários ótimos artistas italianos desse mesmo período. Falta tempo pra divulgar todos eles. Ainda bem que a vida tá agitada.
ExcluirUm grande abraço!
Olá!
ExcluirTenho um Irolli, que reputo lindíssimo.
Muito mais do que todos que já vi em qualquer site.
Foi adquirido em 1983, em antiquário no Rio de Janeiro.
Que honra, amigo, Ter um Irolli é raridade. Conserve!
ExcluirGrande abraço!
Interessante isso que você falou a respeito do efeito das obras ao vivo.
ResponderExcluirIsto é especialmente verdadeiro para algumas obras!
Fiquei impressionadíssima com as pinturas de Corot no Museu D´Orsay. Admirava seu trabalho, mas não me comovia antes. Suas pinturas ao vivo, no entanto, são fantásticas...
Outro que me deixou mais impressionada do que imaginei que ficaria foi o teto da Capela Sistina. Embora a obra seja obviamente famosa, e já admirável pelas fotos, causa um forte impacto ao vivo, impossível de imaginar antes (além de causar um torcicolo pelo tempo olhando para cima rsrs). As figuras são vivas em profundidade e cor, parecendo se destacar do teto em direção ao observador.
José, desculpe-me a questão fora de assunto do post, mas gostaria de saber se você costuma, após terminar suas telas, preservá-las com algum tipo de verniz, ou se recomenda que isso seja feito.
Obrigada,
Lis
Sim, Lis, ao terminar meus trabalhos, eu utilizo um envernizamento final. Além de devolver o brilho natural, que perde pelos processos de aplicação em camadas, protege a pintura contra poeira e umidades. Quanto mais seca a pintura, mais ideal para se envernizar.
ExcluirQuanto aos trabalhos ao vivo, não há o que discutir. Os trabalhos de Rubens, por exemplo, perdem enormemente seu vigor nas imagens fotografadas, se comparados com os trabalhos ao vivo.
Grande abraço e obrigado por vir!