CARLOS AUGUSTO - Ilha da Boa Viagem - Óleo sobre tela - 60 x 130
CARLOS AUGUSTO - Igreja Nossa Senhora da Piedade, Angra dos Reis
Óleo sobre tela - 70 x 110 - 2000
Muito tem se falado da
divisão racial de cotas, seja para o ensino ou para qualquer outra oportunidade
de ascensão social de indivíduos. É uma questão polêmica, pois envolve uma
série de fatores. É sabido que uma condição social desfavorável, por aqueles que
não tem muitos recursos financeiros, principalmente para evoluírem em seus
estudos, é um fator de desigualdade social, que por si só, desnivela as classes
sociais e põe em desigualdade aqueles que realmente nunca terão acesso a essa
melhora de condição. Por outro lado, há o risco de rotular alguém merecedor de
uma oportunidade, apenas por que tem uma condição social desfavorável, sem se
dar conta que ele realmente tenha méritos para isso.
CARLOS AUGUSTO - Canoas de pescadores - Óleo sobre tela - 60 x 120 - 2000
CARLOS AUGUSTO - Ferradura, Búzios - Óleo sobre tela - 60 x 110
CARLOS AUGUSTO - Praia do Leme - Óleo sobre tela - 50 x 120 - 1990
De origem modesta, negro,
criado na periferia de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, Carlos Augusto é um
dos muitos casos, não raros, de prodigiosos talentos que não necessitam de
cotas para ascensão. O respeito que sentimos pela sua obra é conquistado
unicamente por ela, sem mesmo que saibamos quem é o artista que está por trás
dela. Seu histórico de vida nos deixa ainda mais desconfiados se esses
critérios de seleção são mesmo seguros e necessários. Descoberto ainda jovem,
graças a um talento autodidata, já praticava, aos 21 anos de idade, uma pintura
de veterano, mas que nunca havia sentado em uma cadeira de escola de artes.
CARLOS AUGUSTO - Rochas, Boa Viagem - Óleo sobre tela - 90 x 120 - 2003
CARLOS AUGUSTO - Angra dos Reis, Ilha Grande
Óleo sobre tela - 60 x 110 - 1990
CARLOS AUGUSTO - Saco da Gamboa - Óleo sobre tela - 65 x 100
Com o apoio da mãe, isso
sim, caso raro de quem precisa da mão de obra com mais emergência para ajudar a
suprir nas dificuldades domésticas, Carlos Augusto se viu forçado a abandonar
cedo os seus estudos, exatamente para ajudar no orçamento da família. Por um
desses vieses que a vida oferece, foi trabalhar com molduras na Galeria
Rembrandt, no Rio de Janeiro. Paralelo às suas funções do dia a dia naquele
estabelecimento, crescia também o interesse constante pelas obras de arte que
tanto via passar por suas mãos. Não perdeu tempo e começou a explorar um dom
que se fazia adormecido dentro dele. A evolução vem rápido para todos aqueles
que não perdem os olhos de seus objetivos.
CARLOS AUGUSTO - Serra dos Órgãos, Teresópolis - Óleo sobre tela - 60 x 130 - 1998
CARLOS AUGUSTO - Vista de Santa Tereza, século XIX - Óleo sobre tela - 60 x 170
Carlos Augusto
conquistou seu espaço graças a seu talento ímpar de captar, principalmente, as
belezas naturais litorâneas do Rio de Janeiro. Faz com maestria o que muitas
escolas nunca poderiam lhe ensinar. Parte a campo, capta suas primeiras
impressões e depois, em seu retiro de ateliê, debruça horas a trabalhar aquilo
que a retina não deixa fugir. Com uma energia imensa, explora efeitos e
resultados numa técnica que desenvolveu exclusivamente para sua maneira de
fazer. Curiosamente, só veio a conhecer o mar já adulto, e percebe-se o quanto
o contato lhe causou emoção.
CARLOS AUGUSTO - Salinas, São Pedro da Aldeia - Óleo sobre tela - 50 x 120
CARLOS AUGUSTO - Vista da Praia de Charitas, Niterói - Óleo sobre tela
Walmir Ayala foi quem deu
uma das melhores definições do artista, para um release de apresentação de suas
obras em sua primeira exposição:
“Estamos diante de um
pintor de Caxias, da polêmica Baixada Fluminense, e que nos traz uma lição de
equilíbrio, em uma linguagem elaborada e criativa, na qual nosso mundo é
revisto com grandeza e excelência técnica... Ele persegue uma visão de paz, que
corresponde à emoção que sente ao trabalhar, exemplo de que a felicidade consiste
em produzir algo dentro de um projeto de vida, e que talvez isso seja
irreversível, em termos de vocação...”
.* Crédito das imagens para:
REMBRANDT GALERIA, Rio de Janeiro
Tem muitas paisagens belas.
ResponderExcluirGosto de um estilo mais para o realismo do que para o hiper-realismo, mas com certeza as telas são boas.
Abraço grande desde aqui.
S. Quimas
Artista plástico, designer e escritor
http://quimas.blogspot.com.br
https://www.facebook.com/SQuimas
Os trabalhos tem um bom gosto e um apuramento técnico, impossíveis de que não nos rendamos a eles, independente do estilo.
ExcluirGrande abraço, amigo!
A arte tem sempre suas surpresas... e o bom disso tudo, é que são belas... Carlos Augusto, que grande artista!
ResponderExcluirBom final de semana meu amigo!
Belas e gratas surpresas.
ExcluirTenha também um ótimo final de semana, amigo.
Grande abraço!
Maravilhosos os trabalhos do Carlos Augusto, e também os seus, José rosário, nas telas e aqui no blog, por nos permitir conhecer todos estes artistas, e na maioria das vezes, publicando ainda o contato de cada um deles. Comprei um quadro do José Ricardo no fim do ano passado a partir dos contatos publicados aqui no blog e não canso de admiralo aqui na minha sala.
ResponderExcluirAbraços e parabens pelo trabalho.
Thiago.
Obrigado Thiago Costa.
ExcluirFico feliz que o espaço tenha lhe permitido expandir horizontes e também aos meus amigos de trabalhos. Haverá algo melhor nessa vida que se sentir útil?
Grande abraço!
Olá,
ResponderExcluirPor onde o Carlos Augusto ?
Tá aí uma boa pergunta. Alguns artistas literalmente somem.
ExcluirObrigado por participar.
Tenho o privilégio de ter em meu acervo artístico, alguns trabalhos desse extraordinário retratado da natureza. Sua técnica transfere tamanha realidade e beleza dessa criação de Deus e protegida pelo talento generosamente também doados por Ele ao Carlos Augusto.
ResponderExcluirQue legal. Conserve os trabalhos, amigo. Preserve a história e cultura de nossa terra.
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