Uma das características principais da Arte Urbana ou Street
Art é levar a arte em contato direto com o público, tirando o expor artístico
das instituições e galerias. De caráter inicialmente anárquico, esse tipo de
expressão tem ganhado cada vez mais adeptos em todo o mundo, que não vêem nela
apenas como uma forma de vandalismo (típico das pichações do passado), mas como
uma nova expressão artística, adaptada para a realidade e a linguagem dos
tempos atuais. É uma arte atemporal, que aproveita dos espaços disponíveis para
se criar e expressar. Encontramos Arte Urbana nos lugares mais inusitados, com
expressões artísticas que vão desde as estátuas vivas até manifestações
teatrais e circenses.
O que já foi no passado um movimento underground, acabou se
disseminando em inúmeras formas de expressão e conquistando o respeito de críticos
e público. Prova disso é que muitos artistas da street art também estão
migrando com suas técnicas e propostas para espaços nunca antes pensados. Não
que isso venha em desencontro aos intuitos do movimento, mas porque é sempre
bom aproveitar o bom momento que ele está passando. Adaptar o que se faz em
outdoor para uma linguagem de galerias e instituições tem surtido um grande
efeito e conquistado novos públicos. Mostrando a linguagem da rua dentro de
espaços fechados, os artistas da street art revelam suas técnicas e propostas,
e acabam conquistando o público acostumado apenas com esses espaços para irem
visitar mais sobre esse movimento em espaços abertos.
Gerziel Araújo, Vyrus e Dodô 153.
Na exposição Identidade, realizada na Fundação Aperam
Acesita, em Timóteo/MG, três artistas trazem a linguagem e as propostas da rua
para o espaço fechado. Numa concepção bem diferente das já realizadas até hoje
na instituição, há, além das obras tradicionais, dois grandes murais, pintados
especialmente para o espaço e confeccionados dois dias antes da abertura.
Característica marcante na exposição é a individualidade das técnicas e
estilos, mostrando que a identidade própria e cultural de cada artista está
inserida em qualquer tipo de movimento. Todos os três artistas tem grande
atividade artística em diversos segmentos: pintura, escultura, mural, instalação
e intervenção urbana.
Veja um pouco sobre cada artista:
DODÔ 153
Douglas Fellipe T. de Araújo nasceu na cidade de Timóteo/MG
no ano de 1989. Seus trabalhos tem uma identidade direta com a street art,
sendo suas expressões bem variadas: intervenções urbanas, pinturas em telas,
fotografia, instalação, escultura e ilustração. Há em sua proposta artística,
temas que despertam para a espiritualidade e questionamentos da existência
humana, visando provocar e apontar soluções sobre o ser humano e o seu papel
dentro da sociedade. O artista tem participado continuamente de exposições e
acontecimentos em diversas partes do país.
GERZIEL ARAÚJO
Nascido em 1945 e criado na cidade paranaense de Cornélio
Procópio, o artista Gerziel Araújo é bem versátil, tendo formações em Educação Física ,
Química, Língua Espanhola e Artes Gráficas. A arte é constante em sua vida, mas
sempre fez isso de maneira despretensiosa e casual. Mais recentemente vem
apurando a técnica do nanquim sobre papel couché, que está presente em toda sua
produção dessa exposição. Com finos traços e linguagem bem despojada, ele
brinca com a arte e convida a todos os seus expectadores para fazerem o mesmo.
VYRUS
Edvandro de Oliveira é o nome do artista Vyrus, que nasceu
na cidade de Vila Velha/ES, no ano de 1985. Começou no universo artístico em
1998, com o grafite, passando por vários segmentos paralelos e várias
modalidades artísticas até se aperfeiçoar no street art. Tem uma grande
atividade artística, vindo a participar continuamente de diversos eventos e
exposições em várias regiões do país. Seu trabalho tem um estilo bem marcante,
com a exploração constante do ser humano e todas as suas tragédias, fobias,
histórias e lutas.
A EXPOSIÇÃO IDENTIDADE PODERÁ SER VISITADA ATÉ O DIA 31 DE
OUTUBRO, NO ESPAÇO CULTURAL DA FUNDAÇÃO APERAM ACESITA, NA CIDADE DE TIMÓTEO/MG.
Tenho uma paixão especial pela Street Art, suas cores ousadas, seus contornos elétricos, nos deixam encantados, a lembrança que tenho,é de um negro pintado em um muro, em Salvador - BA, com um sorriso esverdeado, suas tranças, inesquecível!
ResponderExcluirGrandes artistas!
abraços amigão!
É uma manifestação artística que cada vez mais vem conquistando seu espaço, amigo.
ExcluirGrande abraço e obrigado por vir!
Também curto muito essa "urbanização" da arte e que agora está sendo transferida para as galerias. É uma proposta ousada e muito válida!!!! Grande prazer em reencontrá-lo! Abraço enorme.
ResponderExcluirOlá Izabel, bom encontrá-los lá na Fundação, na abertura da exposição.
ExcluirColocar as conversas em dia, sem auxílio da tecnologia, muito bom.
Grande abraço!