ROSA BONHEUR - Retorno do campo - Óleo sobre tela - 65 x 81 - 1854
ROSA BONHEUR - Arando
Óleo sobre tela - 49,5 x 80,5 - 1854
ROSA BONHEUR - La labourage nivermais, le sombrage
Óleo sobre tela - 134 x 260 - Museu d'Orsay - 1849
Podemos dizer que o fato de
Rosa ter entrado para um mundo restritamente masculino deve-se a seu pai,
Oscar-Raymond Bonheur; também artista; e que era adepto de um movimento
cristão-socialista, que promovia a educação de homens e mulheres com os mesmos
direitos de igualdade. Uma ideia revolucionária para aqueles tempos! A morte
prematura de Sophie, mãe de Rosa, também deve ter sido outro fator que colaborou
para ela tivesse sido criada em meio aos meninos. Que não eram poucos! Auguste
Bonheur, Juliette Bonheur e Isidore Jules Bonheur, irmãos de Rosa, também se
tornaram notáveis artistas e escultores, tanto que Francis Galton, primo do
famoso cientista Charles Darwin, usou a família como estudo para comprovar que
haveria um “gene hereditário” cultural que “facilitava” as coisas entre membros
de mesma família.
ROSA BONHEUR - Cabeça de um bezerro
Óleo sobre tela - 46,5 x 55 - 1878
ROSA BONHEUR - Tropeiros espanhóis atravessando os Pireneus
Óleo sobre tela - 116,8 x 200 - 1857
ROSA BONHEUR - Dois cavalos num estábulo
Óleo sobre tela - 63 x 98
Marie-Rosalie Bonheur (mais
tarde, Rosa Bonheur), nasceu a 16 de março de 1822, na cidade de Bordeaux. Não
teve uma vida muito fácil no início. Já aos seis anos de idade, quando se
mudaram para Paris, Rosa se mostrou uma menina rebelde, com dificuldades para
familiarizar com letras e números. Coube a sua mãe, a tarefa de despertar na
criança o gosto pelo alfabeto, ilustrando cada letra com um respectivo animal,
fato que deve ter contribuído para que sua carreira fosse quase que toda
dedicada à produção de cenas que tivessem muitos deles.
ROSA BONHEUR - O labor
Óleo sobre tela - 73,7 x 110,5 - 1844
ROSA BONHEUR - O desmame dos bezerros - Óleo sobre tela - 65,1 x 81,3 - 1879
Aos doze anos, a menina Rosa
já ajudava o pai em algumas atividades do ateliê. Mesmo que já aceitasse
mulheres, a Escola de Belas Artes ainda não era permitida para a sua idade, e
por isso ela praticamente aprendeu como todo artista-prodígio daquela época,
copiando ilustrações de livros e gravuras e observando modelos em gesso e do
natural. Passava horas entre os animais domésticos, tentando capturar seus
movimentos e expressões. Muito dedicada, queria saber detalhes das partes de
cada animal, tanto que visitava constantemente os matadouros da região, para
melhor assimilar e apreender sua anatomia.
ROSA BONHEUR - O retorno da colheita - Óleo sobre tela - 25,2 x 69,8
Rosa tinha gostos bem
excêntricos para a época. Vestia-se como homem e tinha o hábito de fumar como
eles. Sempre desconversava quando lhe sondavam sobre essas suas estranhas
preferências. Dizia que as roupas femininas não eram muito próprias para os
currais, onde passava a maior parte de seu tempo. A convivência com Nathalie
Micas, desde a infância, também sugeria um relacionamento mais íntimo entre
elas. Mais tarde, ela viria a conviver com Anna Klumpke, quem faria sua
biografia posteriormente.
Duas obras deixaram Rosa
Bonheur com muita fama: Le labourage
nivermais, Le sombrage e A Feira de
cavalos. A primeira, comissionada pelo governo francês, foi exibida pela
primeira vez no Salão de 1848, encontrando-se agora no Museu d’Orsay; e a
segunda, exibida pela primeira vez no Salão de 1853, e que agora se encontra no
Museu Metropolitano de Nova York. Como sempre, os animais dominam as cenas e
atestam como esses tiveram mesmo uma grande importância em sua carreira.
ROSA BONHEUR - A feira dos cavalos
Óleo sobre tela - 244,5 x 506,7 - Entre 1852 e 1855
Museu Metroplitano de Nova York
ROSA BONHEUR - A feira dos cavalos
Aquarela sobre papel - 62,9 x 127,3 - 1867
Estudo para a versão à óleo.
ROSA BONHEUR - Estudos para A feira dos cavalos
Lápis sobre papel
ROSA BONHEUR - Estudos para A feira dos cavalos - Lápis sobre papel
Um fato curioso, já quando a
artista havia conquistado fama e prestígio, se deu quando comprou um castelo na
aldeia de Thomery, próxima à Barbizon. Lá, criou e conviveu com vários animais
exóticos, com os quais sempre se inspirava.
ROSA BONHEUR - Pastora com animais - Óleo sobre tela - 32,4 x 45,7
Rosa Bonheur faleceu
a 25 de maio de 1899, em Thomery. Foi um exemplo de enfrentamento e superação
para todas as mulheres, em tempos bem mais difíceis que os de hoje.
Muito bom Zé, não conhecia!!! Obrigado!
ResponderExcluirEssa artista teve uma produção fantástica, Jesser. Vale a pena conferir mais de suas obras!
ExcluirAbraço, amigo!
José,
ResponderExcluirComo sempre um agradecimento pelas maravilhas, e também, pela perfeita redação.
Espero uma enciclopédia das belas artes de sua autoria.
Olá Macário. A vontade de escrever é bem maior, mas vou contentando em colocar algo aqui, por enquanto. É tão bom compartilhar algo apreendido...
ExcluirGrande abraço, amigo!
Le labourage nivermais, Le sombrage
ResponderExcluirEsta obra eu vi ao vivo e me marcou pela beleza, realismo...lembro de ter sintido vontade de entrar na pintura!!!
Muito obrigado José Rosário pela informações, por podermos conhecer um pouco desses extraordinários talentos!
Também tive a honra de poder vê-la pessoalmente no d'Orsay, Rosemarie. É uma sensação indescritível. Aliás, todo o museu é de tirar o fôlego!
ExcluirObrigado por vir e grande abraço!
Embora em épocas difíceis, principalmente para uma mulher conquistar tanta fama, Bonheur superou todos os obstáculos, É lhe concedida a primeira medalha de ouro em 1848 pelo jurí que inclui Corot, Delacroix e Ingres, parabéns pela matéria maravilhosa... abração meu amigo!
ResponderExcluirObrigado, Vidal, por enriquecer ainda mais a matéria.
ExcluirGrande abraço, amigo!
Cuanto podría costar un cuadro de Rosa Bonheur?
ResponderExcluirTrabalhos dela estiveram presentes em leilões recentes na Christie's de Londres. Mas eram apenas esboços de pequenos formatos.
ExcluirEstive no d'Orsay pra ver os impressionistas e "Le labourage nivermais, Le sombrage" foi arrebatadora. Não conhecia a artista e, quando vi aquela tela imensa, fiquei extasiado e fã dela.
ResponderExcluirPra mim, uma precursora em sua época.
ExcluirUma representante feminina num ambiente dominado totalmente pela arte masculina.