Estamos vivendo um período de transição na história da humanidade. Da palavra escrita sendo substituída pela palavra digitalizada, do livro impresso dando lugar cada vez mais às publicações virtuais. Algo parecido ocorreu na Idade Média, quando a imprensa foi inventada por Gutemberg, e tudo que era publicado em rolos de pergaminho ou couro, foi sendo substituído por livros de papel, confeccionados com trapos de algodão e mais tarde em celulose.
As bibliotecas atuais estão
cada vez mais vazias. Famosas e tradicionais livrarias fecham suas portas...
Tudo pode ser conseguido com um simples tocar de teclas ou pela tela de um
smartphone. Já existe até uma nova linguagem, resumida e criada exclusivamente
para atender ao público cada vez mais apressado e com menos tempo para o
passado. O futuro é algo urgente e todos estão cada vez mais escravizados a
ele. Por isso, quando alguém toma a iniciativa de visitar o passado e faz isso
com tanta dedicação e competência, é preciso reverenciar. A iniciativa de Fábio
Americano, em resgatar a história da cidade de Dionísio, é duplamente louvável:
primeiro, porque torna acessível a todos que viveram um pouco dessa história,
um momento de nostalgia e recordações. Em segundo, porque dá oportunidade às
novas gerações de conhecer uma parte significativa da origem da cidade. E,
convenhamos, a sensação única de virar as páginas de um livro e viajar com ele,
será muito dificilmente substituída. Há todo um ritual que antecede isso: a
poltrona no canto da sala, a escolha do melhor ângulo de luz, o retiro
necessário para entrar naquele livro...
Para o livro ficar
completamente pronto; até o dia do lançamento; foi preciso uma longa jornada,
que se iniciou lá pelos idos de 1998. Um grande número de fotografias antigas e
vários documentos que chegavam a sua posse, fizeram com que o Fábio tomasse a
iniciativa da difícil tarefa de transformar tudo aquilo em um único livro. Como
uma colcha de retalhos, cujos pedaços foram sendo colhidos aqui e ai, pela
solidariedade de muitos que cediam fotos e arquivos, Fábio foi alinhavando sua
criação. Uma jornada nada fácil, mas imensamente prazerosa. Toda criação parece
ser mesmo assim. O longo e cuidadoso período de gestação é imensamente
proveitoso e válido, quando o parto acontece.
JOSÉ ROSÁRIO - Praça São Sebastião, Dionísio, década de 1950 - Óleo sobre tela
Obra executada à partir das referências acima
FRAGMENTOS
DE HISTÓRIAS: DIONÍSO E SUA GENTE é um livro denso e
cativante. São 474 páginas, mais de 1600 imagens e um sem números de arquivos e
documentos anexados. É uma espécie de documento que todo cidadão dionisiano
deveria guardar com o maior orgulho. Uma resumo de toda a história
do município. Fala e mostra especialmente a história de sua gente, porque a
história de uma cidade nada mais é do que a trajetória de seu povo. Para se
adequar aos novos tempos, é propósito do autor que uma versão digitalizada será
pensada logo em breve. Ele também realça que todos aqueles que possuem fotos e arquivos
que não estiveram nessa edição, podem ser anexados em edições futuras, basta
entrar em contato com ele.
Mesmo que os novos tempos exijam pressa e acenem inevitáveis mudanças, é necessário guardar estes registros e rever as trajetórias. Só quando se sabe de onde se vem, é possível escolher para onde ir.
Mesmo que os novos tempos exijam pressa e acenem inevitáveis mudanças, é necessário guardar estes registros e rever as trajetórias. Só quando se sabe de onde se vem, é possível escolher para onde ir.
Esquerda: JOSÉ ROSÁRIO - Fazenda em Dionísio, década de 70 - Óleo sobre tela - 54 x 65 - 1995
Direita: JOSÉ ROSÁRIO - Praça São Sebastião, década de 80 - Óleo sobre tela - 30 x 40 - 1996
JOSÉ ROSÁRIO - Praça em Baixa Verde - Óleo sobre tela - 40 x 100 - 1998
JOSÉ ROSÁRIO - Rua Dr José Mateus de Vasconcelos, década de 80 - Óleo sobre tela - 50 x 70 - 2012
Esquerda: JOSÉ ROSÁRIO - Pregando ferradura - Óleo sobre tela - 50 x 70 - 2008
Direita: JOSÉ ROSÁRIO - Vendedor de Mexerica - Óleo sobre tela - 30 x 40 - 2015
Fico orgulhoso por ter contribuído com algumas fotos que compõe o livro. Algumas, antigos artigos que colecionava e outras, com obras de minha autoria que ilustram algumas páginas. Muitas fotos contidas no livro já serviram também como fontes de referências para diversos trabalhos meus.
Ficamos todos gratos ao Fábio, por resgatar nossa história e ressuscitá-la para muitos. Dizem que o homem só é eterno quando o seu trabalho permanece.
Ficamos todos gratos ao Fábio, por resgatar nossa história e ressuscitá-la para muitos. Dizem que o homem só é eterno quando o seu trabalho permanece.
Com Fábio Americano, no lançamento do livro
em Dionísio.
5 de dezembro de 2015
Parabéns! Cidade belíssima!
ResponderExcluirAbração, felicidades, meu amigo!
Obrigado mais uma vez, Vidal.
ExcluirGrande abraço!
Bom dia daqui de Portugal.
ResponderExcluirAs pinturas são lindíssimas e revelam uma mestria técnica notável.
Gostaria de poder comprar uma delas, mas se existir a possibilidade de adquirir uma aguarela, estou interessado.
Obrigado
José
Bom dia. No momento não estou com aquarelas disponíveis.
ExcluirGostaria de saber se tem preferência por algum tema em especial.
Obrigado pelo contato!