HUIHAN LIU - Belezas tibetanas - Óleo sobre tela - 76,2 x 61
É emocionante ver a
trajetória de vida de certos artistas e o grau de maturidade artística e
respeito que conquistaram. A trajetória de Huihan Liu é de orgulhar qualquer
carreira. Nascido em Guangzhou, na China, em 1952, é mais um dos bem-sucedidos artistas
chineses que vieram complementar suas carreiras no oeste americano.
HUIHAN LIU - Primavera na Vila Miao
Óleo sobre tela - 76,2 x 101,6
HUIHAN LIU - Partida - Óleo sobre tela - 45,7 x 61
Huihan Liu cresceu ali
mesmo, em Guangzhou, capital da província de Cantão, e teve a infelicidade de
estar naquele lugar num de seus momentos mais difíceis, durante os primeiros
anos da República Popular. A fome sempre foi um estado permanente naqueles
tempos, afirmou o artista certa vez. Se para se manter vivo já era difícil,
imagine para um artista que resolvera abraçar a profissão. Seus primeiros anos
de aprendizagem se limitaram basicamente a exercícios com lápis e papel. Era
apenas com esses materiais, os únicos que conseguia comprar, que ia a campo
fazer esboços de árvores e casas. Quando possível, ia também ao zoológico local
para exercitar desenhos de animais. Dedicado, tirou o melhor proveito possível
do estilo realista, vindo da influência de escolas soviéticas. Praticou
incansavelmente os exercícios de sua escola e isso fez com que assimilasse
muito bem todos os princípios básicos de um bom artista.
HUIHAN LIU - Hora do chá - Óleo sobre tela - 50,8 x 40,6
As coisas pioraram ainda
mais em 1966, quando o Presidente Mao Tse Tung lançou a Revolução Cultural.
Aquela revolução tinha como principal objetivo erradicar qualquer vestígio de
capitalismo que houvesse no país e consolidar, de vez, as propostas comunistas
que foram criadas com o movimento. Mudanças drásticas ocorreram em todo o
território chinês e pessoas de todas as idades e classes foram seriamente
atingidas. O próprio pai de Huihan Liu, que era um professor de literatura
chinesa antiga, foi deposto de seu cargo e obrigado a seguir com a família para
o campo, onde faria reeducação socialista.
HUIHAN LIU - Conversas da manhã - Óleo sobre tela - 61 x 76,2
Como bom artista, Liu ainda
foi mantido nos estudos da escola secundária, juntamente com outros estudantes
que se destacaram. Eram obrigados, porém, a criar obras que glorificassem o
partido e os seus líderes. Huihan Liu ainda se dizia de sorte, por estar
fazendo aquilo que sempre quis, desenhar e pintar. Passava todo seu tempo
pintando intermináveis propagandas do Presidente Mao e de seus exércitos. Nos
raros momentos de folga, pintava algumas paisagens.
HUIHAN LIU - Brumas da manhã na vila - Óleo sobre tela
Seus horizontes se abriram,
pela primeira vez, em 1967, em uma visita que fez ao extremo oeste da China.
Lá, viu diferentes costumes e estilos da região que ele morava. Mas, novamente
as coisas se dificultariam nos próximos anos. Após o término de seu ensino
médio como artista, Liu foi designado a trabalhar numa fábrica. Incansável,
conseguia economizar alguns recursos para comprar o mínimo de material
artístico, e aderir a um grupo local de artistas que se reunia para pintar nos
momentos de folga.
Esquerda: HUIHAN LIU - Visitas do feriado - Óleo sobre tela - 61 x 45,7
Direita: HUIHAN LIU - Três gerações - Óleo sobre tela - 91 x 45,7
Somente em 1972, quando a
forte opressão de mais de uma década começou a diminuir, Huihan Liu começou a
ter boas notícias para sua carreira artística. A Academia de Belas Artes de
Guangzhou estava aceitando candidaturas e foi, com o auxílio de um de seus
antigos mestres, Zhang Ton, que ele conseguiu o consentimento para ser admitido
nela. Segundo o próprio Liu, “foi uma experiência maravilhosa”. Após a
formatura, em 1975, o Estado o colocou na organização de reuniões para
sindicais e o designou para pintar retratos de Mao (que morreu em 1976).
"E no meu tempo livre", acrescenta ele, "eu estava pintando para
a minha família, amigos e vizinhos."
HUIHAN LIU - Dia de mercado - Óleo sobre tela - 40,6 x 50,8
A felicidade atingiria o
grau máximo para o artista quando, em 1979, foi indicado para o cargo de
professor na Academia Guangzhou. Além de ensinar, ele poderia ter tempo para
pintar aquilo que quisesse. Não perdia tempo, produzia várias ilustrações para
livros didáticos, como um trabalho freelance. E ainda não mediu esforços para
se pós-graduar em Guangzhou, entre 1985 e 1987. Seu mundo já parecia pequeno e
ele queria sempre mais. Com pouco mais de trinta anos de idade, ele agora fazia
planos de conhecer museus ocidentais e visitar as pinturas originais que sempre
pode admirar somente por livros e revistas. Veio a realizar esse seu sonho,
quando foi aceito na Academy of Art University, em São Francisco, nos Estados
Unidos. Com muito pesar, deixou esposa e filho para trás e partiu para lá. Eles
se juntaram a ele somente um ano depois. Ele se graduou nessa faculdade em
1993. Diante de um mercado bem mais promissor que o chinês naquela época, Liu
se naturalizou cidadão americano em 1999.
HUIHAN LIU - Voltando para casa - Óleo sobre tela - 61 x 45,7
O artista foi ganhando
experiência com o novo mercado e se adaptando da melhor maneira que conseguia.
Foi somente em 1995, que aconteceria uma grande virada na sua carreira
artística. Liu viajou novamente para o Tibete, na mesma região que visitara
oito anos atrás. Ele afirmou naquela época: “Essas pessoas se hospedaram em meu
coração, e sinto que, se puder expressar a paixão que sinto por elas, os
americanos possam se interessar pelo meu trabalho”. Munido de esboços e
fotografias que colheu em sua estadia por lá, retornou para o estúdio de São
Francisco e se pôs a produzir tudo aquilo que havia lhe emocionado bastante na
viagem. Rapidamente, seu trabalho foi ganhando notoriedade e agradando crítica
e público. Havia sinceridade em tudo que produzia e isso lhe bastava. Aos 44
anos de idade, ingressava de vez como um respeitado artista do mercado americano.
HUIHAN LIU - Antes da colheita - Óleo sobre tela - 76,2 x 101,4 - 2005
Sua carreira ainda
continua fundamentada com a produção nas aldeias tibetanas, para onde viaja
sempre que possível, mas, também expandiu sua produção com temáticas indígenas
do oeste americano. Versatilidade não lhe falta. Continua desenvolvendo um
realismo com forte influência impressionista, como ele mesmo gosta de
classificar. Mais do que nunca, o artista procura penetrar no íntimo de cada pessoa
e fazer da sua arte, uma ponte delas com o mundo. Seja na China, com os aldeões
dos locais mais remotos, ou com descendentes indígenas do oeste americano, Liu
se vê um artista das pessoas do mundo. Ele também adquiriu respeito e
notoriedade no seu país de origem, tendo inclusive livros lançados por lá. Os
anos difíceis do passado foram finalmente recompensados. Liu olha para trás e
os vê como degraus necessários e valiosos para chegar onde chegou.
PARA SABER MAIS:
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ResponderExcluir"Saudade - Palavra única....."
Estou escrevendo o livro "Saudade...":
- Se se você já contribuiu, enviando seu depoimento, sua saudade, eu agradeço.
- Se não, eu estou aguardando a sua valorosa contribuição.
Exemplos de saudades já recebidas e que irão para o livro:
Eu tenho saudades dos...
"Domingos na cidade de Pingo D'água, de manhã ajudávamos a podar o campo com trator e roçadeira, aquele cheiro da grama cortada ainda ficou até hoje, e é só passar perto de alguém podando um jardim e a lembrança vem na hora, e a tarde era hora de dar espetáculo com a camisa do Juping no campo que cuidamos com muito carinho."
Adilson Begatti- Cronista Esportivo e Metalúrgico
Coronel Fabriciano-MG
Eu tenho saudades do...
"Do tempo em que a praça da cidade tinha espaço para as crianças ...lago com peixinhos. Os "coquinhos" caiam pelo chão e as crianças se divertiam tentando abrí-los para comer. O espaço de areia era disputado e ninguém se importava em sujar os pés...não se ouvia os gritos das mães desesperadas e irritadas pelos filhos que insistiam em gastar dinheiro no "pula-pula". A diversão era interminável e gratuita."
Ana Karina Veiga - Jornalista - Professora e Estudante de Direito
Santos Dumont-MG
Eu tenho saudades do...
"Bonde em Campinas (SP), um veículo totalmente aberto, um convite pra gente sentir a brisa no rosto. E os cobradores, então! Dobravam o dinheiro de forma vertical e o colocada entre os dedos. Era o maior barato. Pena que em minha cidade eles pararam de circular em 1969, deixando muita saudade!"
Ariovaldo Izac - Cronista Esportivo
Campinas - SP
Eu tenho saudade dos...
"Bailes de carnaval nos clubes da cidade, na década de 1980, onde a diversão era muito mais sadia.Também tenho muita saudade quando eu apresentava bailes nos clubes de Juiz de Fora e cidades vizinhas. Saudade da eterna rádio Mundial 860, onde sempre buscava os novos hits para tocar no meu programa radiofônico. Bons tempos..."
Carlos Augusto de Oliveira (Guto) - Radialista
Juiz de Fora-MG
Eu tenho saudade da...
"Velha 'maria fumaça', aquele trem de ferro que soltava fumaça e à noite enfeitava o céu com fagulhas, coisa muito linda. O apito da velha "12" também me dá uma grande saudade. Eu morava em Uruçuca, na Bahia e viajava para Itabuna naquele trem, que "morrendo" nas ladeiras, mas subindo cansado, ele chegava lá. Muito lindo!".
Eu tenho saudade de...
"Em Pirapora, minha terra natal, dos meios de transportes: o trem de Pirapora para Corinto, Montes Claros e Belo Horizonte bem como os vapores de Pirapora até Juazeiro, na Bahia e Petrolina, em Pernambuco".
Paulo Roberto Caldeira Brant - Comentarista Esportivo
Poços de Caldas - MG
Eu tenho saudade das...
"Partidas de futebol que o Santos Futebol Clube, do bairro Floresta, realizava no campo da Fábrica de Tecidos São João Evangelista e que a família Carbogim era base do time, com Zé Alemão, Gabriel e Rafael, além de meu sobrinho Flávio, como mascote"
Miguel Carbogim - in memoriam
Att,
Carlos Alberto Fernandes Ferreira
www.carlosferreirajf.blogspot.com
Juiz de Fora-MG
VEM AÍ...
O Portal MULTIMÍDIA...
Legal compartilhar sua empreitada, Carlos. Desejo que colha o máximo de depoimentos possíveis.
ExcluirGrande abraço!
Maravilhoso... estilo inconfundível!
ResponderExcluirAmigão, feliz ano novo, tudo de bom...
Abração!
Grande Vidal. Desejo a você um ótimo ano de 2016, meu amigo. E que possamos nos ver por aqui por muitas outras vezes no ano que se inicia!
ExcluirGrande abraço!