ANTÓNIO MACEDO - Transcendência - Óleo sobre tela
ANTÓNIO MACEDO - Corpos envoltos - Óleo sobre tela
Uma das características mais
admiráveis dos artistas realistas dessa geração é saber aliar os conhecimentos
necessários e valiosos da arte acadêmica aos recursos contemporâneos que a nova
linguagem mundial exige. Uma prova disso está no próprio acervo dos últimos
salões promovidos pelo Art Renewal Center, um dos órgãos mais engajados na
disseminação da arte acadêmica. A grande quantidade de artistas com apelos
simbolistas e até surrealistas, inscritos nos últimos salões promovidos pela
entidade, mostra o quanto o realismo vem sobrevivendo, aliando a essas novas
tendências para sua expressão. António Macedo, um dos nomes fortes da arte portuguesa
no momento, é um dos artistas comprometidos com essas novas vertentes da
expressão artística mundial.
ANTÓNIO MACEDO - Êxtase - Óleo sobre tela
ANTÓNIO MACEDO - Venda - Óleo sobre tela
ANTÓNIO MACEDO - Zen - Óleo sobre tela
Nascido na Cidade do Porto,
no dia 12 de dezembro de 1955, é um artista que vem mostrando o quanto a
versatilidade expressiva, aliada a uma boa criatividade, tem mantido o realismo
em contato com a nova geração. O realismo contido em suas composições quase
sempre tem um forte apelo simbólico, evocando muitas vezes um clima mágico e
misterioso. São basicamente criados a partir de cenas cotidianas, retratos (com
ênfase para a figura feminina), naturezas-mortas, panejamentos... Na síntese,
um trabalho agradável de ver e que vem trazendo esperança aos novos tempos para
a arte realista acadêmica mundial.
ANTÓNIO MACEDO - Mercado árabe - Óleo sobre tela
ANTÓNIO MACEDO - Corpos - Óleo sobre tela
ANTÓNIO MACEDO - Num mercado - Óleo sobre tela
Macedo frequentou a Escola
Superior de Belas Artes em 1973 e 1974, mas se especializou em Londres, para
onde foi em 1975. Ele estudou profundamente todas as possíveis técnicas de
pintura, até desenvolver seu estilo próprio. Segundo o próprio artista, o
ambiente ideal para o aprendizado é um fator importante na carreira de um
artista. Foi graças ao rico acervo que ele visitava nas coleções londrinas,
aliado ao contato que sempre manteve com artistas ingleses e portugueses, que
ele aprendeu aquilo que não se consegue ensinar numa cadeira de escola de arte.
ANTÓNIO MACEDO - Rosas - Óleo sobre tela
ANTÓNIO MACEDO - Jardim incompleto - Óleo sobre tela
O artista não faz nenhuma
questão de esconder suas referências, muito pelo contrário, se orgulha de cada
uma delas. Os pintores primitivos flamengos foram sua primeira paixão, que
seguiu depois com os mestres da Renascença, e sucedeu mais adiante com referências
valiosas como Velázquez, Vermeer, Ingres, até influências dos tempos atuais,
como o próprio Dali e António Lopez. Com muitos deles, aprendeu apenas pelo
exercício atento da observação, que não é uma tarefa fácil, uma vez que muitas
obras de mestres antigos encontram em coleções distantes e até privadas. E ele
não se arrepende nem um minuto da árdua procura de pesquisar e encontrar cada
uma das suas preciosas referências.
Mas, chega um momento na
vida de todo artista, que é necessário seguir o próprio caminho. As referências
dos grandes mestres ficam lá, no mais íntimo de sua consciência, no entanto é
preciso desenvolver e produzir sua própria expressão e seu discurso para o
mundo. Cada obra produzida por um artista é a tentativa de dizer algo às outras
pessoas. A materialização da obra é o seu pensamento e suas emoções em forma de
imagens. Macedo escolheu a figuração e o hiper-realismo. As obras figurativas
são o cerne de toda sua produção e ele se deu bem com essa escolha. É uma
artista altamente técnico, com uma experiência oficinal invejável para muitos
de sua geração, mas é igualmente um artista sensível e lúcido, que não se
embotou na armadilha técnica que encerra notáveis pintores dos últimos tempos.
ANTÓNIO MACEDO - Natureza morta - Óleo sobre tela
ANTÓNIO MACEDO - Panejamento com um gato - Óleo sobre tela
ANTÓNIO MACEDO - Vasilhas e panos - Óleo sobre tela
Para encerrar essa matéria
sobre Macedo, vale lembrar as belas palavras de um crítico português: “É
possível detectar na realidade física da obra de António Macedo, algo que dela
emerge e tem a aparência de uma ficção, como que uma inquietude perturbante,
uma luz vinda de um astro desconhecido iluminando inconfidências. Sugestões
poderosamente tácteis e simultaneamente protegidas por uma espécie de tabu. A
obra de António Macedo é justamente a revelação de uma vida afetiva que dedica
ao seu mundo envolvente, de longos silêncios, onde os objetos são apelos à
memória e se vêem transformados em signos de rigor e na pureza de um desenho. A
luz neles se derrama afeiçoadamente à sensibilidade deste pintor”.
PARA SABER MAIS:
trabalho extraordinário! Quando a arte moderna chega sem o rompimento total com tudo que foi feito antes há uma conciliação estonteante.
ResponderExcluirAbraço
Isso! É o respeito pelo que já deixaram os antecessores mais a possibilidade do novo que se abre, que deixa a arte eterna.Obrigado pela vinda, Yure.
ExcluirGrande abraço!
Sou apaixonada por esse blog. Visito constantemente como forma de pesquisa e me apaixono com tanta Arte. Parabéns, José Rosário e obrigada por dividir tanta pesquisa, tanta informação. Grande abraço. Sucesso, já faz parte da sua vida. Saúde!
ResponderExcluirAh, que bom, Iray. Sua visita é sempre bem-vinda.
ExcluirUm grande abraço!
António Macedo é simplesmente demais!!!! sou um grande admirador dos seus trabalhos!
ResponderExcluirMeu amigo... um abração, felicidades!
Valeu, Vidal.
ExcluirÓtimo te ver por aqui.
Um grande abraço!