Dois artistas brasileiros,
nascidos em épocas distintas e com carreiras bem singulares, mas que
representam as muitas boas novidades que vamos encontrando por esse país.
Artistas com trabalhos já reconhecidos no meio artístico e crítico, mas ainda
distantes do conhecimento do grande público. Que essa presente matéria nos
brinde com a alegria desses dois encontros.
JAYME
CAVALCANTE
JAYME CAVALCANTE - Marinha - Óleo sobre tela - 28 x 42
Jayme Cavalcante
nasceu a 8 de julho de 1938, em Salvador e foi um dos fundadores do Núcleo de
Arte Fluminense - NAF, em 1969. Teve sua formação artística orientada para a
pintura ao ar livre, com os professores J. Carvalho, Jair Picado e Aluízio
Valle. No início da década de 1980, exerceu a função de consultor especializado
em sistemas de apoio operacional para conservação e restauração, nas mostras
História da Pintura Brasileira no Século XIX e Seis Décadas de Arte Moderna na
Coleção Roberto Marinho.
Jayme Cavalcante mora
em Niterói e também participa de um grupo de artistas plásticos chamados
"Pintores da Beira do Cais", que têm a experiência de pintar ao ar
livre, em locais públicos como praias e ilhas, um estilo de produção típico do
século XIX. É exatamente com essa temática que ele nos alcança de uma maneira
arrebatadora, compondo e executando suas marinhas como se fizesse disso um
sacramento.
Dentre as inúmeras
exposições individuais de Jayme Cavalcante, destacam-se as realizadas no Espaço
Cultural Novotel, Niterói, 1979; na Galeria Borghese - RJ, 1980; no Espaço
Cultural Moviarte - RJ, 1991; no Saguão Cultural Bolsa do Rio - RJ, 1994 e no
Museu Antonio Parreiras, Niterói, 1995.
JAYME CAVALCANTE - Vista de praia em Niterói - Óleo sobre tela - 37 x 75
Participou de
diversas exposições coletiva, dentre as quais a Moderne Brasilianische Kunst,
Hanover - Alemanha, 1980; Galeria do Campo, Niterói, 1981; William Doyle
Galleries - Nova York, 1985; Galeria Ranulpho - SP, 1987 e 1988; Moviarte,
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1991; Centro Cultural Paschoal Carlos
Magno, Niterói, 1994 e Museu do Ingá, Niterói, 1995.
Sua pintura tem merecido
diversos prêmios em salões de arte, dentre eles Medalha de Ouro na 1a. Coletiva
de Pintura do NAF, Niterói, 1969; Medalha de Prata no 1o. Salão Niteroiense de
Pintura, 1970; Medalha de Bronze em Pintura no 76o. Salão Nacional de Belas
Artes - RJ, 1971; Medalha de Bronze em Desenho no 81o. Salão Nacional de Belas
Artes - RJ, 1976; Medalha de Bronze da Sociedade Acadêmica Phoenix Naval - RJ,
1976 e Medalha de Ouro no 1o. Salão Oswaldo Teixeira, Petrópolis, 1982.
Sua obra está citada
em várias publicações, entre as quais La cote de peintres, de Akoun - Paris,
1994; Artes plásticas Brasil 92, de Júlio Louzada - SP, 1992; Dicionário de
pintores do Brasil, de João Medeiros - RJ, 1988 e Dicionário brasileiro de
artistas plásticos, de Carlos Cavalcanti - Brasília, 1973. Além disso, a
pintura de Jayme Cavalcante integra as coleções da Câmara Municipal de Sabrosa,
Portugal; da Prefeitura Municipal de Campos do Jordão, SP.
Seguem dois documentários sobre Jayme Cavalcante. Imperdíveis!
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S.QUIMAS
S. QUIMAS - Renascimento, amanhecer no pinheiral - Óleo sobre tela - 46 x 61
—
Quero duas caixas de aquarela, um jogo de pincéis e papel grande. Vou ser um
artista. — disse o menino de 10 anos de idade de modo resoluto.
Essa cena se passou bem no
início dos anos 70, época em que a ditadura militar se firmava no Brasil com
rigor extremo, época também dos “bichos-grilos”, da geração hippie, herdeira de
Woodstock, do ideal da paz e amor.
O menino, nascido em 1961,
na cidade serrana de Nova Friburgo, no Estado do Rio de Janeiro, haveria de,
nos anos seguintes, tornar seus sonhos realidade. Frequentou o atelier do
artista plástico e ceramista Mario Cesar Higgins Ferreira, que não apenas foi
orientador na sua arte, como também conselheiro, amigo e, por que não dizer,
pai espiritual. Cesar, como era conhecido o amigo artista, ensinou os
rudimentos do desenho e pintura artísticos. Foram muitos vasos de cerâmica,
objetos, e até um poleiro de papagaio, representados até a perfeição, através
do desenho. Largas lições de perspectiva, luz e sombra. Esporadicamente, também
orientou quanto à pintura ao menino, que, incansavelmente, pintava, pintava,
desenhava, pintava, até a exaustão.
S. QUIMAS - Rio Cônego - Óleo sobre tela
Os passos dados por toda a
adolescência foram duros, pois sua família preferiria que o então rapaz
seguisse uma carreira mais formal, talvez engenharia ou medicina. Contudo, a
alma do artista já tinha selado o seu destino e vocação: a arte. Desde os
quatro anos, idade em que aprendeu a ler, consumia, com prazer delirante, os
livros de arte da biblioteca de seu pai.
Além das artes plásticas, S.
Quimas (Nome artístico de Oswandil Siveira Quimas) sempre teve pendor para a
literatura e poesia, as quais, assim como a pintura, foram suas companheiras
sempre presentes.
S. QUIMAS - Abandono - Óleo sobre tela
Ainda adolescente, devido o
seu dom para a criação gráfica, passou a criar peças para gráficas, agências de
publicidade e empresas, como ilustrações, desenvolvimento de peças
publicitárias e toda a diversidade de trabalhos ligados ao design gráfico.
Aos dezenove anos, após cumprir
o serviço militar no I Batalhão de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro,
retornou à Nova Friburgo, onde passou a exercer profissionalmente suas
atividades ligadas à arte plástica e design. Na década de oitenta, lecionou
desenho e pintura e fundou uma escola de arte (Atelier de Artes Nova Escola),
que contava além de S. Quimas, outros artistas e músicos, que ministravam aulas
em suas especialidades.
S. QUIMAS - Riacho das Flores - Óleo sobre tela - 30 x 40
No final dos anos oitenta,
mudou-se para a Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro, onde lecionou desenho e
pintura na AMBEP - Associação dos Mantenedores Beneficiários da Petros, ligada
à Petrobrás e em outros estabelecimentos na cidade. Permaneceu diversos anos no
Rio, com dedicação intensa a sua pintura e participou de exposições e
competições de arte e, paralelamente, trabalhou na criação de design para
empresas de porte, como Sony do Brasil, SulAmerica Seguros, Encyclopaedia
Brittanica, Cartepillar, entre outras, consolidando assim a sua carreira como
artista plástico e designer.
S. QUIMAS - Arrebentação - Óleo sobre tela
Em 1999 retornou do Rio para
Friburgo, concentrando-se mais no seu trabalho como designer, e, apenas
esporadicamente, participou de exposições de arte.
Nessa época cria, junto com
seu sócio, Carlos Doady, uma produtora de vídeo e TV, e produz programas para a
televisão a cabo. Foi durante os anos de 2003 a 2007, responsável pela
restauração, reedição e autoração do DVD do filme “Geração Bendita”, produzido
no início dos anos 70 por Carl Kohler, com a direção de Carlos Bini e direção
de fotografia de Meldy Melinger.
Em 2007 e 2008, S. Quimas
publicou no formato PDF, com acesso gratuito, os livros “Contos e Encantos” e “Palavras
de Paz e Liberdade”. O primeiro, um livro de contos abordando diversos temas, e
o segundo, um conjunto de ensaios de conteúdo anarcopacifista.
Entre outras realizações, o
artista plástico também criou e dirigiu dois movimentos: o Movimento Mundial
Nossas Crianças Especiais, com o objetivo de apoiar famílias de crianças
portadoras de doenças raras e o Movimento Armas da Paz, voltado à divulgação e
conscientização da doutrina da paz no mundo.
S. QUIMAS - Comidinha da vovó - Óleo sobre tela
No decorrer de sua carreira
e até o presente, o artista sempre atuou paralelamente às questões sociais e
faz de sua arte um meio de expressar seu amor pela Natureza e pela humanidade.
O realismo naturalista explícito em suas telas, busca aflorar à sensibilidade
do expectador, a beleza e grandiosidade da Criação.
Como ele define:
“Minha arte é minha religião. Minha oração de agradecimento por minha
sensibilidade e dom. Gratidão pelo sentimento e pela emoção que me eleva, que
me faz apreciar tudo o que existe de belo no Universo”.
PARA SABER MAIS:
As pinturas marinhas são belas, mas o quadro abandono é demais.
ResponderExcluirUm abraço
Paulo, o bom é que são novidades genuinamente brasileiras.
ExcluirObrigado por passar aqui, amigo!
Grande abraço!
Amigo José Rosário:
ResponderExcluirFiquei extremamente feliz quando me deparei com esse post sobre mim e o Jayme.
Te agradeço imensamente.
Um mais que grande abraço.
S. Quimas
S. Quimas, eu que agradeço pela oportunidade de compartilhar conosco um pouco do seu mundo.
ExcluirEspero que possamos nos encontrar mais por aqui. Um grande abraço!
Fazendo uma breve pesquisa na internet vi uma das marinhas do Jayme Cavalcante, fiquei encantado.os trabalhos do S.Quimas são maravilhosos, seus tons, suas cenas,
ResponderExcluirbelo artista, sucessos... felicidades, sucessos!
Olá Vidal, também sempre me surpreendo com minhas pesquisas pela rede.
ExcluirObrigado, amigo, pela visita costumeira e sempre bem vinda.
Grande abraço!