Reinaldo Mendes, Ernandes Silva, Rodrigo Zaniboni, José Rosário, Álvaro Jara, Jesser Valzacchi, JB Oliveira e Matheus Cruz.
Tempos atrás, o imprevisível
era algo que me amedrontava. Queria ter sempre o controle e a certeza sobre
algo, como se isso fosse realmente possível. Não há fórmulas para a vida e o
controle não está em nossas mãos. Todos os dias começam mergulhados em um mistério
e com o tempo a gente aprende que isso é o que há de mais valioso. Comentei com
o amigo Waiderson, logo no início dessa viagem pelo interior de São Paulo: “Estava
chegando sem a menor certeza do roteiro. Sabia apenas o dia e horário da
abertura da exposição, o resto ficaria por conta do imprevisível”. E como foi
bom não ter o leme nas mãos, deixar que o acaso desse um rumo próprio para cada
momento!...
A manhã de terça (10 de
setembro) começou exatamente assim: imprevisível. Sem os medos do passado,
felizmente.
JESSER VALZACCHI - O banho de Júlia - Óleo sobre tela - 120 x 140
Jesser Valzacchi, artista da
cidade de Catanduva, convidou-nos para um café da manhã em sua casa. Foi um
momento especial porque reuniu outros artistas da cidade: além de Rodrigo
Zaniboni, Ernandes Silva, Matheus Cruz e eu, apareceram também por lá o JB
Oliveira, Reinaldo Mendes e Álvaro Jara. Todos moradores e artistas de
Catanduva, fazendo confirmar que a cidade se tornou mesmo um celeiro da arte
realista. Alguns, como o Jesser, acompanho os trabalhos há um bom tempo. Muito
bom o bate-papo daquela manhã e o entrosamento com artistas que estão numa
procura cada vez mais constante pelo aperfeiçoamento da técnica. O encontro se
estendeu pelo almoço em um restaurante e assim ficamos até o início da tarde.
Já deixamos programados um novo encontro à noite, em um bar, e uma sessão de
anatomia para a manhã do dia seguinte.
Ernandes Silva, Morgilli, Rodrigo Zaniboni e José Rosário.
MORGILLI - Paraty - Óleo sobre tela
A tarde teria mais algumas
boas surpresas e a primeira delas foi a visita à Morgilli. Tenho uma admiração
especial pelo Morgilli e seu trabalho. Não só porque me identifico imensamente
com eles, mas principalmente pelo que eles representam. Já ouvia muito sobre
esse artista nas conversas que fiz há tempos com o João Bosco Campos. Nasceu
daí minha admiração, tanto pelo artista como pela sua obra. Passaria horas ali,
apenas ouvindo e vendo os frutos de tantos anos de experiência. Impossível
esquecer sua conversa pausada, centrada naquilo que foi a dedicação de toda uma
vida: a pintura. Falou-nos do período na Itália e do começo que não foi fácil.
A dificuldade dos contatos, colocar os trabalhos debaixo do braço e procurar
alguma galeria, num tempo onde internet ainda nem era coisa de ficção. Bom que
os tempos mudaram! Foi graças à facilidade da comunicação nos tempos atuais que
nos reunimos tão facilmente. Ele nos recebeu e nos levou até o portão, com a
amabilidade e o sorriso de sempre. Saí de lá com a proposta de que retornarei
um dia.
Rodrigo Zaniboni, Reinaldo Jeron, José Rosário, Ernandes Silva e Matheus Cruz.
REINALDO JERON - Marina em Portugal - Óleo sobre tela - 150 x 200
A segunda surpresa daquela
tarde, tão imprevisível como improvável foi o encontro com Reinaldo Jeron,
outro grande nome da arte realista da cidade de Catanduva. Agradável acima de
tudo, que gosta de dividir suas histórias com entusiasmo e saudosismo.
Deixou-me emocionado ao comentar sobre a dura trajetória do início de carreira,
por vencer preconceitos e conseguir impor seu trabalho pela excelência que ele
contém. Um fato curioso é o seu gosto pelos trabalhos de grandes dimensões. No
dia de nossa visita, estava, segundo ele, “divertindo com uma telinha”. Uma
enorme cena marítima de 1,50 x 2,00m. Foi praticamente o pano de fundo da foto
que fizemos. Também levarei muitas boas lembranças de nossas conversas e o
desejo de nos encontrarmos mais um dia.
A manhã do meu último dia de
viagem ainda teria uma sessão de anatomia, marcada para o ateliê de Júlio
César, que assina JB Oliveira. O Matheus Cruz já havia retornado para
compromissos em Piracicaba, mas a sessão ainda ficou bem frequentada, com as
presenças de Ernandes Silva, Rodrigo Zaniboni, JB Oliveira, Reinaldo Mendes,
Cassiano Pereira, Jesser Valzacchi, Álvaro Jara e minha. Foi um momento bem
divertido, com alguns artistas se revezando como modelo e assim passamos toda
aquela manhã, entre desenhos e lanches. Todos, artistas já de longa data.
Alguns com atividades paralelas à pintura e na procura constante pelo
aperfeiçoamento, coisa que nunca finda, para aqueles que não cansam de aprender.
JB OLIBEIRA - Maracujás
Óleo sobre tela
Reinaldo Mendes
CASSIANO PEREIRA - Paisagem
Óleo sobre tela
ÁLVAO JARA - Pedreiro
Óleo sobre tela - 90 x 70
Bons momentos não deveriam
acabar, mas isso é impossível. A eternidade sobrevive apenas na lembrança
desses bons momentos. E para quem chegou a vivê-los, nada mais importa. Vou
guardar para sempre, a lembrança do carinho que recebi nessa minha curta
passagem pelo interior de São Paulo. Fiz vários amigos e desafio a qualquer um,
dizer se há algo mais importante que isso nessa vida.
Essa viagem começou a se
idealizar há cerca de seis meses, no agendamento da exposição entre o Ernandes
e o Patacho (membro da ESALQ), dos quais serei eternamente grato.
Voltei para Dionísio com uma
certeza: o imprevisível é a minha mais nova morada!
Queria expressar toda minha admiração e carinho que tenho pelo seu talento, tanto nas palavras e muito mais ainda como grande artista, além de tudo expressa um sentimento verdadeiro quando se fala em compartilhar, isto é acima de tudo admirável...
ResponderExcluirParabéns a todos e felicidades...
Abraços do amigo de sempre...
Vidal, você tem sido um companheiro de muitas caminhadas. Já estou um bom tempo por aqui e o caminho sempre ensina algo.
ExcluirGrande abraço, amigo!
sou uma grande admiradora da arte em geral,e apaixonada pela sua arte.Não me canso de admirar teus trabalhos....parabéns!!!
ResponderExcluirObrigado, Ivone.
ExcluirDesejo tudo de bom.
Grande abraço!
Puxa José Rosário, que maravilha!!!! Foram quatro matérias, ou melhor, uma dividido em quatro partes...histórias sensacionais meu amigo...Muito bonito a forma como você descreve os acontecimentos, dá pra sentir o carinho com que fala de cada um! Sua vinda pra cá marcou nossas vidas, pode acreditar que nos inspirou bastante. Agradecemos de coração a sua pessoa, muito gentil, detentor de conhecimento e o que mais nos admirou é a disposição em nos contar e ensinar um pouco de sua experiência! Grande abraço e obrigado por nos brindar com essa linda matéria!
ResponderExcluirVocês estão numa cidade de sorte e vivem um bom momento, Jesser. Que aproveitem isso o máximo possível.
ExcluirGrande abraço, amigo! Obrigado mais uma vez pela acolhida!
José, que coisa boa poder estar sempre reunido com os amigos! Parabéns a todos!
ResponderExcluirQue prazer, Gilberto, tê-lo novamente por aqui. Durante a viagem fui constatando que grande parte dos artistas que eu visitava já foram alunos seus ou tiveram referências bem próximas. São Paulo vive um bom momento para a arte realista e você tem uma grande parcela de contribuição nisso.
ExcluirGrande abraço!
Meu querido Amigo!
ResponderExcluirDepois de tudo, fica a saudade e a certeza que nos veremos muito em breve. Nem preciso lhe falar o prazer que tivemos em telo conosco. Quero agradecer a vc, o Rodrigo Zaniboni e o Douglas Okada. Esse encontro foi sem dúvida o primeiro de muitos outros. Minas nos Aguarda!!!
Forte abraço!!!
Olá, Ernandes. Dias muito bons tivemos por aí, não? Afinal, não é sempre que se tem um Zaniboni de motorista, um Ernandes de guia turístico e um Matheus pra esticar conversa.
ExcluirObrigado mais uma vez e grande abraço!
voltei amigo,que encotro maravilhoso que aconteceu,adorei o imprevisivel,adoro abraço!
ResponderExcluirObrigado por mais uma visita, Isaque.
ExcluirGrande abraço!
Ola José Rosário, que alegria imensa abrir estas paginas que mantem com tanto carinho e respeito e encontrar estes belos encontros registrados e compartilhados...Um grande abraço...Muito obrigado.
ResponderExcluirQue bom, Maria Domingos, que se sinta bem por aqui.
ExcluirSeja sempre bem vinda. Um grande abraço!