ANTONIO DELFIM - Cascais ao anoitecer - Óleo - 50 x 100
ANTONIO DELFIM - Bonde, Sintra
Óleo - 50 x 38
ANTONIO DELFIM - Fim de tarde, Lisboa
Óleo - 50 x 100
ANTONIO DELFIM - O estuário em Lisboa - Óleo - 50 x 100
Antonio João Delfim, como é
o seu nome completo, nasceu na Freguesia de Ota, um distrito da cidade de Lisboa,
Portugal, em 1956. A grande capacidade para o desenho e a pintura foi
conquistada de maneira autodidata, quando ainda trabalhava como desenhista
civil, em um escritório de arquitetura. Teve a felicidade de; nesse edifício
onde trabalhava; encontrar com um grande artista da época, que foi sua espécie
de mestre das primeiras lições. João Mário, seu mestre das primeiras caminhadas,
descreve assim os primeiros contatos com Antonio Delfim: “Pede-me que lhe
aconselhe quais os materiais de pintura a comprar e deita mãos à obra. A minha
perplexidade é total; Delfim em dois anos ganha a experiência e o saber que
deveria saber em vinte!” Assim, entre um trabalho e outro, que ia produzindo
nos momentos de folga, foi ouvindo as opiniões de João Mário e consolidando
suas experiências. Em 1992, faz sua primeira exposição individual, com
excelente aceitação por parte de público e crítica.
ANTONIO DELFIM - Mulher cusquenha - Óleo - 33 x 38
O óleo sempre foi a técnica
que utilizou na execução de seus trabalhos. Ele cita a existência de bons
artistas realistas portugueses, mas são os espanhóis dessa escola que mais lhe
influenciaram em início de carreira. Comenta também a visita a boas exposições
desses artistas em seu país e a bela oportunidade de ter visto seus trabalhos
na fase inicial de sua carreira. Na sua opinião; que aliás eu também
compartilho; a “escola espanhola” é uma das melhores do mundo, e nomes atuais
como os de Antonio Lopez, Eduardo Naranjo, Poblete e Antonio Morano fazem
confirmar que a escola espanhola de pintura sempre estará bem representada.
ANTONIO DELFIM - Limpando o barco
Óleo - 24 x 33
ANTONIO DELFIM - Manhã chegando, Aveiro
Óleo - 33 x 50
Apesar de suas composições
em grandes formatos projetarem melhor o nome, são as composições em pequenos
formatos que funcionam melhor comercialmente, principalmente em terreno
português. Os trabalhos de Antonio Delfim são sempre executados em ateliê,
tendo como referência fotografias colhidas por ele ou esboços executados ao ar
livre. Estes dão origem a estudos, que são minuciosamente elaborados e
compostos, fazendo a exata adequação de figuras e elementos, até que a
composição esteja totalmente ao seu agrado. É um artista minucioso e não abre
mão de gastar horas nessa etapa de suas obras.
ANTONIO DELFIM - Crepúsculo, Sintra - Óleo - 120 x 100
ANTONIO DELFIM - Crepúsculo, Sintra, detalhe
Ele tem preferência pelos
temas rurais, principalmente aqueles onde a água é um elemento importante.
Também aprecia o trabalho com marinhas e cenas urbanas. Considera essas últimas
desafios mais cautelosos, pois construções que precisam de um maior rigor em
sua estrutura, não permitem a liberdade de composição, como nos temas citados
anteriormente.
ANTONIO DELFIM - Lomba de Espalamaca, Faial, Açores - Óleo - 45 x 60
Seus trabalhos, que
inicialmente tinham uma tendência mais impressionista, foram, ao longo dos
anos, ganhando um realismo intencional, frutos de um maior domínio técnico
alcançado em horas de estudo e experiência, e também por um sentimento
interior. O que para muitos observadores passaria despercebido em uma obra,
provavelmente rendeu horas de dedicação e persistência. Há que se ter uma
disciplina rigorosa para executar um hiper-realismo com suas qualidades, ainda
mais executado em espátula.
ANTONIO DELFIM - Ponte em Peso da Régua
Óleo - 22 x 40
ANTONIO DELFIM - Rio de Onor, Bragança
Óleo - 50 x 38
Não poderíamos deixar de
mencionar em nossa conversa sobre a atual situação da economia na Europa e os
reflexos desse momento no panorama artístico. Os sobressaltos do mercado
deixaram por lá uma insegurança muito grande até em galerias bem tradicionais.
Some-se a isso, a valorização excessiva da arte contemporânea, praticada por
órgãos públicos, que vivem em função da promoção de críticos vendedores de
novidades. Lamentável que a arte figurativa não tenha o respeito e o espaço que
outros estilos, até mesmo em continente europeu. Realidade que não se confirma
quando ainda percebemos que os verdadeiros colecionadores não abrem mão de
adquirir um bom trabalho, realizado com as propostas que a verdadeira arte
exige.
ANTONIO DELFIM - Charrete, Sintra Óleo - 38 x 50
ANTONIO DELFIM - Avieiros, Vila Franca de Xira
Óleo - 50 x 65
Quero terminar essa matéria
com observações feitas por João Mário, quando por ocasião da abertura da
primeira exposição de Delfim. Tão distante, já antevia o enorme potencial do
recente artista que descobrira e das fiéis intenções que já existia em suas
obras: “Delfim prefere seguir o caminho do seu sentir, sem iludir ninguém nem
se iludir. Pouco importa ser antigo ou moderno, que o ultrapassem ou não, num
desprezo total por quem deseja fazer da pintura não uma mensagem libertadora,
mas sim uma eterna submissão a ideias espartilhadas e já feitas”.
PARA SABER MAIS:
Um grande artista sempre traz grandes surpresas... maravilhoso!
ResponderExcluirSuas composições são belíssimas!
Amigão mais uma vez, como sempre: bela matéria!
Achou a palavra certa para explicar os trabalhos do Delfim, Vidal: surpreendentes!
ExcluirGrande abraço, amigo!
Ótima matéria. Magníficos trabalgos . impressiona pelo detalhamento alcançado apenas com espátula e em tamanhos peqienoa .
ResponderExcluirE não dá pra acreditar que é só espátula!!!
ResponderExcluirAcredite, Izabel. O próprio artista me garantiu que até na galeria que o representa, é necessário exibir um vídeo onde ele mostra a execução de um trabalho, usando apenas espátula.
ExcluirGrande abraço!
José Rosário, fiquei encantada com os trabalhos do artista Antonio Delfim. É impressionante a riqueza de detalhes. Que maravilhas ele faz usando apenas a espátula...Fantástico! .Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirSim, Neide. Um trabalho de resultado complexo até para pincéis, imagina para espátula.
ExcluirGrande abraço!
Não consigo acreditar Zé...que é somente espátula...Não duvidando do artista, imagina...Mas é algo tão sutil, transições tão elaboradas...Olha, só indo para Portugal pra ver de perto! Parabéns ao grande artista e a sua excelente matéria..Um abraço
ResponderExcluirTambém me pergunto como ele consegue. Virtuosismo e dedicação.
ExcluirObrigado por vir, Jesser. Grande abraço!
Belo trabalho! "Mulher Cusquenha"
ResponderExcluirBelíssimo, realmente. Tantas texturas, ricamente elaboradas...
ExcluirGrande abraço, Gilberto!
O Antonio Delfim, é um artista incrível e uma pessoa muito atenciosa. Quando conheci seu trabalho fiquei impressionado ao saber que são feitos com espátulas, em uma conversa que tivemos ele me disse que muita gente não acredita.
ResponderExcluirParabéns caro José pela matéria e ao Antonio Delfim pelo talento.
Publiquei uma matéria contando um pouco sobre a tragetória artística do nosso amigo Túlio Dias em www.ateliecleberoliveira.com/materias, espero que possa fazer uma visita e ver o resultado.
Um abraço!
Cleber Oliveira
Obrigado pela sua visita e suas considerações, Cléber. Irei passar por lá, com certeza.
ExcluirGrande abraço!
Só tenho uma palavra para definir o que acabo de ver: Inacreditável!!!
ResponderExcluirJamais imaginei ser possível um hiper-realismo tão apurado feito com espátula.
Parabéns ao artista Delfim.
Você é só mais um admirador para uma extensa lista que não faz parar de crescer, Márcio.
ExcluirObrigado por vir e grande abraço!
Olá,
ResponderExcluirHá uns dois ou três anos, tive a oportunidade de ver pessoalmente algumas pinturas do Delfim.
A galeria estava fechada, por isso vi-as através do vidro.
Fiquei impressionado com a qualidade, não só cromática mas também com o acabamento superficial a fazer-me lembrar os pintores clássicos.
Posso dizer que não conhecia o autor e encetei alguns contactos a fim de saber quem era.
Desde já afirmo que é uma pessoa acessível, com certeza orgulhoso das suas obras, mas sem mostrar o mínimo de soberba.
Com certeza trabalha muitas horas. Pois como qualquer pessoa que é excelente naquilo que faz, a disciplina e dedicação, são fundamentais.
Cumprimentos,
José Carrilho
Olá José Carrilho, agradeço pela visita e também faço os agradecimentos pelo Antonio Delfim. Bom que já tenha tido a honra de ver suas obras pessoalmente.
ExcluirUm grande abraço!
que gran artista , pienso que sus trabajos mas difíciles y exquisitos son los de ciudades y estructuras y su arquitectura!! muy buenas obras amigo José saludos!!!
ResponderExcluirOlá Alonzo, também imagino que não deve ser nada fácil executar linhas tão perfeitas e coerentes com o uso da espátula. É um grande artista, realmente!
ExcluirGrande abraço, amigo!
Bom, eu sou apenas mais um a ficar encantado com tudo o que vi e li. Gostei do texto e da apresentação que faz do Pintor - parabéns! - e das suas invulgares características e, naturalmente, das magistrais pinturas... Fui à procura de mais e descobri o contacto dele no "facebook" e perguntei-lhe como é que ele fazia aquilo... Disse-me que tenho a casa dele à minha disposição e se quiser assistir a uma demonstração é só passar por lá... Meu Deus! Este Homem deve ser de outra galáxia!... Sou capaz de ir até lá...
ResponderExcluirBom dia, João!
ExcluirSe tiver mesmo a oportunidade de ir, não recuse o convite. O Antonio Delfim é mesmo magistral na técnica que escolheu para sua expressão.
Um grande abraço!
Obrigado por vir!