quarta-feira, 11 de junho de 2014

HENRY HERBERT LA THANGUE

HENRY HERBERT LA THANGUE - Rosas da Ligúria - Óleo sobre tela - 105,5 x 96,5

HENRY HERBERT LA THANGUE - Catando ameixas
Óleo sobre tela

Associado à Escola de Newlyn, Henry Herbert La Thangue foi um dos mais prestigiados pintores realistas ingleses de seu tempo. Paleta brilhante e dono de um traçado inconfundível, passou quase toda sua temporada na elaboração de cenas rurais. La Thangue nasceu em Croydon, Surrey, na Inglaterra, em 19 de janeiro de 1859. Teve sua educação formada na Faculdade de Dulwich, onde fez amizade com os artistas Stanhope Alexander Forbes e Frederick Goodall.



HENRY HERBERT LA THANGUE - Inverno na Ligúria (Detalhe)

HENRY HERBERT LA THANGUE - Inverno na Ligúria (Detalhe)

HENRY HERBERT LA THANGUE - Inverno na Ligúria (Detalhe)

Iniciou sua formação artística na Escola de Arte Lambeth, onde ficou uma temporada entre 1874 e 1879. Fruto desse período foi a medalha de ouro conseguida na Academia Real de Londres, em 1879. Como prêmio, conseguiu 3 anos de estudos com Jean-Léon Gérôme, na Escola de Belas Artes de Paris. Foi nesse período que entrou em contato com Bastien-Lepage e Dagnan-Bouveret, quem influenciaram a fazer experimentos baseados na Escola de Barbizon. Não foi um período muito fácil, fazia aulas num ateliê com forte influência clássica e sentia uma grande atração pelo realismo dos artistas de Barbizon. Foi inclusive advertido pelo seu professor a respeito disso, que considerava uma péssima influência. Mas, já havia se tornado inevitável, seu realismo traria mais tarde influências ainda mais liberais pelos impressionistas.

HENRY HERBERT LA THANGUE - Água para as vacas
Óleo sobre tela - 87,6 x 61

HENRY HERBERT LA THANGUE - Florista da Ligúria
Óleo sobre tela - 104 x 88

Assim como Bastien-Lepage, os trabalhos de La Thangue já começam a ter elementos personalizados nesse período, como a utilização de altos horizontes, criando sempre a sensação de proximidade com suas figuras principais e também a ilusão de campo aberto. Entre 1881 e 1882 passou um bom tempo pintando na costa da Bretanha e também em Donzère, no Vale do Ródano. Ao final de 1883, tornou-se membro do Instituto Real de Pintores a Óleo. Após o seu retorno para a Inglaterra, em 1886, expôs continuamente em diversas galerias, salientando como principais exposições desse período uma individual na Real Academia e na Sociedade Real dos Artistas Britânicos. A década de 1880 foi mesmo muito marcante em sua carreira. Além das muitas exposições e viagens, também fez experiências que influenciaram bastante sua maneira de pintar, como as referências fotográficas, que o levaram a ter um maior apelo realista em suas obras.

HENRY HERBERT LA THANGUE - Uma missão para marinheiros - Óleo sobre tela - 180,3 x 235

HENRY HERBERT LA THANGUE - Violetas para perfume - Óleo sobre tela - 109 x 95 - 1912

No início dos anos de 1890, La Thangue se estabelece em Bosham, Sussex, onde prosseguiu explorando a temática rural que sempre admirou e onde ficaria por 8 anos. Também foi um período com trabalhos enigmáticos, como a controversa obra “Homem com foice”, uma cena melancólica que retrata uma criança enferma após o seu falecimento, sendo atendida por sua mãe. Ao fundo, um homem com uma foice ilustra a sensação de que a morte passara recentemente por ali. La Thangue tinha mesmo essa atração por temas fatais e já o havia explorado anteriormente em “O último sulco”. Um trabalhador rural em sua última atividade de arado, vítima de um possível infarto. Em 1898, associou-se à Academia Real, tornando um membro pleno em 1912, com a obra “Violetas para perfume”.

HENRY HERBERT LA THANGUE - Homem com foice
Óleo sobre tela - 167,6 x 166,4 - 1896

HENRY HERBERT LA THANGUE - O último sulco
Óleo sobre tela - 1895

HENRY HERBERT LA THANGUE - Cena do pátio - Óleo sobre tela - 73 x 81 - 1905

Continuou produzindo um realismo naturalista, todo fundamentado nas ótimas observações da luz, atmosfera, detalhamento das superfícies e inusitados enquadramentos. Como os grandes artistas que sempre admirou da Escola de Barbizon, adotou a prática do estudo ao ar livre, de onde não perdia tempo em observar atentamente e registrar tudo aquilo que lhe fosse possível. La Thangue tinha como método intercalar grandes e elaboradas composições com pequenas e mais liberadas telas. Para essas segundas, escolhia temas rurais simplificados, com uma ou máximo duas figuras. Quase sempre crianças em suas rotinas no campo. Para La Thangue, a criança do campo é quase um arquétipo de força, saúde, desenvoltura e auto suficiência, tudo que não via nos pequenos moradores doentios e tristes das grandes cidades.

HENRY HERBERT LA THANGUE - A ceia das ceifeiras
Óleo sobre tela - 1903

HENRY HERBERT LA THANGUE - No poço - Óleo sobre tela

HENRY HERBERT LA THANGUE - Cabras em uma fonte
Óleo sobre tela

Finalmente estabelecido com seu ateliê em Haylands, Sussex, ele ainda faria várias viagens entre os anos de 1903 e 1911, indo para a região de Provence. Pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial, fez uma exposição com ótimos retornos, numa galeria em Leicester. Durante suas jornadas de inverno na Provence, La Thangue pintava também nas províncias italianas de Liguria, Brescia e Verona , chegando até a costa do Adriático, onde produziu várias telas na ilha veneziana de Chioggia.

HENRY HERBERT LA THANGUE - Colhedoras de cogumelos 
sobre tela - 101,5 x 76

HENRY HERBERT LA THANGUE - Pastora da Ligúria - Óleo sobre tela - 60 x 68,5


Em meados 1929, um fato trouxe profundo desgosto em sua vida. Dois de seus importantes quadros se perderam no naufrágio de um navio na costa da Nova Zelândia. O fato mexeu tão intensamente com ele, que a 21 de dezembro daquele mesmo ano, veio a falecer. Cinco dias depois as telas foram encontradas, no litoral próximo a Long Point, na Nova Zelândia, em bom estado de conservação.

6 comentários:

  1. Belas obras, não conhecia este pintor.

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    1. Olá Marão, bom dia.
      Pois é, há muitos artistas ingleses praticamente desconhecidos do grande público, e com um trabalho formidável. Quando tiver tempo, pesquise mais sobre Stanhope Alexander Forbes, George Clausen, Harold Knight, Henry Scott Tule, Edward Stott, Walter Osborne, William Orpen e Alexander Mann. Todos, ótimos artistas realistas e impressionistas, de uma das grandes fases da pintura inglesa do final do século XIX e início do século XX.
      Grande abraço e obrigado por vir!

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  2. Sou apaixonado pelos trabalhos de La Thangue, suas cores "como um instante" são simplesmente inexplicáveis, sua luz, maravilhoso! Violetas para perfume, é demais!
    Muito obrigado...
    Meu amigo um grande final de semana...

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    1. Tem muito gosto, Vidal. Os trabalhos de La Thangue são inexplicavelmente simples e especiais.
      Não sei qual escolher como melhor, todos tem um que especial na composição.
      Grande abraço e ótimo fim de semana também!

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