domingo, 13 de julho de 2014

EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER

EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Um piquenique numa margem
Óleo sobre painel - 39 x 56,8 - 1886

Sevilha é a maior cidade da região espanhola da Andaluzia, na Espanha, por isso mesmo um dos mais importantes centros do país, do ponto de vista histórico, artístico e cultural. Quando a América foi descoberta, Sevilha se tornou o portão de embarque para o novo continente. Somente de Sevilha, partiam as caravelas que faziam o comércio com as novas terras descobertas. Esse privilégio lhe rendeu status e poder, até que o centro de exportação passou para Cádiz. Independente disso, continuou a ser uma cidade importante, mesmo tendo que passar por severas crises econômicas que assolaram toda a Europa, durante todos os anos de 1600, além de epidemias que dizimaram quase que a metade de sua população. A cidade renasceu graças principalmente à arte, valorizada e financiada pelos inúmeros conventos que se instalaram na cidade naquele período.

EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Na borda do rio - Óleo sobre painel - 32,5 x 41

EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Granada - Óleo sobre painel

A arte parece ser mesmo uma dádiva para a cidade. Lá nasceram importantes nomes da pintura espanhola, encabeçados por uma lista que consta com ninguém menos que Velásquez e Murillo. A presente matéria vem tratar de mais um dos filhos pintores da cidade; Emilio Sánchez-Perrier; exímio pintor das paisagens andaluzas, concebidas por ele numa técnica peculiar e muito admirada.

EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Inverno na Andaluzia
Óleo sobre painel - 45 x 31,9

Sánchez-Perrier nasceu em 15 de outubro de 1855, num período onde as coisas já haviam se estabilizado na região. A cidade não tinha mais o apogeu do período das grandes descobertas, mas ainda assim mantinha a fama de importante centro espanhol. Era também um período de expansão da área urbana da cidade, momento que caracterizou principalmente pela derrubada das grandes muralhas que circundavam o seu centro.

EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Bords de l'Oise
Óleo sobre painel - 153 x 282

EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Dia de lavagem - Óleo sobre painel - 19,7 x 21,2

Os estudos de Sánchez-Perrier tiveram início na Escola de Belas Artes de Sevilha, sob a orientação de Joaquín Domínguez Bécquer e Edouard Caro, e mais tarde na Escola de Artes San Fernando, em Madri, com ótimas orientações de Carlos de Haes. Ele viria a sofrer grande influência de outros artistas com quem conviveria em momentos diferentes de sua carreira, Mariano Fortuny y Madrazo e Martin Rico. Em Paris, onde passou grande temporada, viria ainda se influenciar e trabalhar nos estúdios de Léon Gérôme e Félix Zien. A amizade com Luis Jiménez y Aranda traria várias idas às margens do Oise, onde eles gostavam muito de se inspirar e fazer exercícios ao vivo.

EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Passeando de barco
Óleo sobre painel - 40,6 x 31,8

EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Oliveiras ao por do sol - Óleo sobre painel - 58,4 x 127

Em 1878, participa da Exposição Nacional de Belas Artes, em Madri e em 1879, na Exposição Regional de Cádiz, onde recebe medalha de ouro. Entre os anos de 1880 e 1886, participou efetivamente do Salão de Paris e da Exposição Universal de Paris, em 1889, onde recebeu uma medalha de prata. É nesse período que se torna também membro da Sociedade Nacional de Belas Artes, na Espanha. A segunda medalha viria na Exposição Nacional de Madri, em 1890.

EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Barco ao longo do rio
Óleo sobre painel - 35,2 x 22,2 - 1886

Foi exatamente na década de 1890, observando as obras de Jean-Baptiste-Camille Corot, que Perrier passaria a ter uma grande admiração e influência pela Escola de Barbizon, principalmente ao que se refere ao tratamento dado à paisagem e à luz prateada, típica dos artistas dessa escola francesa. Esse sim, o grande diferencial para a sua carreira. Retornando à Espanha, forma uma colônia de artistas em Alcalá de Guadaíra, uma região de floresta perto de Sevilha. Ali, faria fama com suas cenas ribeirinhas tranquilas da região andaluza, como começou nas margens francesas do Oise. Cenas orientais e da cidade de Veneza também se tornariam muito comuns em sua produção. O que antes era um trabalho acadêmico, com toques bem regionalistas, acabou ganhando uma ligeira influência impressionista, ao final de sua carreira. Mas, nunca abandonaria a abordagem naturalista que conquistara com a influência de Barbizon.

EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Na foz do Grande Canal, Veneza
Óleo sobre tela - 52,3 x 84,7 - 1885

EMILIO SANCHEZ-PERRIER - Triana
Óleo sobre tela - 68 x 122

Em 1894, foi nomeado membro da Générale des Beaux Arts Societé e em 1903, membro da Academia de Belas Artes de Sevilha. Desde 1896, lutava contra uma enfermidade de tuberculose, que lhe custaria a vida em 13 de setembro de 1907. Além das muitas coleções particulares de várias partes do mundo, seus trabalhos são também encontrados em museus de Pontoise, Sevilha, Chicago e Nova York.


4 comentários:

  1. Sánchez-Perrier é magnífico! suas paisagens tem a tranquilidade que precisamos...
    Artista maravilhoso!
    Um belo fim de semana meu amigo...

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    1. Essa é a grande virtude da arte, Vidal: ser atemporal.
      Mesmo depois de tantos anos, Sánchez-Perrier nos acalma com a sua arte até hoje.
      Obrigado, amigo. Um ótimo final de domingo também!

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