EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Um piquenique numa margem
Óleo sobre painel - 39 x 56,8 - 1886
Sevilha é a maior cidade da
região espanhola da Andaluzia, na Espanha, por isso mesmo um dos mais
importantes centros do país, do ponto de vista histórico, artístico e cultural.
Quando a América foi descoberta, Sevilha se tornou o portão de embarque para o
novo continente. Somente de Sevilha, partiam as caravelas que faziam o comércio
com as novas terras descobertas. Esse privilégio lhe rendeu status e poder, até
que o centro de exportação passou para Cádiz. Independente disso, continuou a
ser uma cidade importante, mesmo tendo que passar por severas crises econômicas
que assolaram toda a Europa, durante todos os anos de 1600, além de epidemias
que dizimaram quase que a metade de sua população. A cidade renasceu graças
principalmente à arte, valorizada e financiada pelos inúmeros conventos que se
instalaram na cidade naquele período.
EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Na borda do rio - Óleo sobre painel - 32,5 x 41
EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Granada - Óleo sobre painel
A arte parece ser mesmo uma
dádiva para a cidade. Lá nasceram importantes nomes da pintura espanhola,
encabeçados por uma lista que consta com ninguém menos que Velásquez e Murillo.
A presente matéria vem tratar de mais um dos filhos pintores da cidade; Emilio
Sánchez-Perrier; exímio pintor das paisagens andaluzas, concebidas por ele numa
técnica peculiar e muito admirada.
EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Inverno na Andaluzia
Óleo sobre painel - 45 x 31,9
Sánchez-Perrier nasceu em 15
de outubro de 1855, num período onde as coisas já haviam se estabilizado na
região. A cidade não tinha mais o apogeu do período das grandes descobertas, mas
ainda assim mantinha a fama de importante centro espanhol. Era também um
período de expansão da área urbana da cidade, momento que caracterizou
principalmente pela derrubada das grandes muralhas que circundavam o seu centro.
EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Bords de l'Oise
Óleo sobre painel - 153 x 282
EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Dia de lavagem - Óleo sobre painel - 19,7 x 21,2
Os estudos de
Sánchez-Perrier tiveram início na Escola de Belas Artes de Sevilha, sob a
orientação de Joaquín Domínguez Bécquer e Edouard Caro, e mais tarde na Escola
de Artes San Fernando, em Madri, com ótimas orientações de Carlos de Haes. Ele
viria a sofrer grande influência de outros artistas com quem conviveria em
momentos diferentes de sua carreira, Mariano Fortuny y Madrazo e Martin Rico.
Em Paris, onde passou grande temporada, viria ainda se influenciar e trabalhar
nos estúdios de Léon Gérôme e Félix Zien. A amizade com Luis Jiménez y Aranda
traria várias idas às margens do Oise, onde eles gostavam muito de se inspirar
e fazer exercícios ao vivo.
EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Passeando de barco
Óleo sobre painel - 40,6 x 31,8
EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Oliveiras ao por do sol - Óleo sobre painel - 58,4 x 127
Em 1878, participa da
Exposição Nacional de Belas Artes, em Madri e em 1879, na Exposição Regional de
Cádiz, onde recebe medalha de ouro. Entre os anos de 1880 e 1886, participou efetivamente
do Salão de Paris e da Exposição Universal de Paris, em 1889, onde recebeu uma
medalha de prata. É nesse período que se torna também membro da Sociedade
Nacional de Belas Artes, na Espanha. A segunda medalha viria na Exposição
Nacional de Madri, em 1890.
EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Barco ao longo do rio
Óleo sobre painel - 35,2 x 22,2 - 1886
Foi exatamente na década de
1890, observando as obras de Jean-Baptiste-Camille Corot, que Perrier passaria
a ter uma grande admiração e influência pela Escola de Barbizon, principalmente
ao que se refere ao tratamento dado à paisagem e à luz prateada, típica dos
artistas dessa escola francesa. Esse sim, o grande diferencial para a sua
carreira. Retornando à Espanha, forma uma colônia de artistas em Alcalá de
Guadaíra, uma região de floresta perto de Sevilha. Ali, faria fama com suas
cenas ribeirinhas tranquilas da região andaluza, como começou nas margens
francesas do Oise. Cenas orientais e da cidade de Veneza também se tornariam
muito comuns em sua produção. O que antes era um trabalho acadêmico, com toques
bem regionalistas, acabou ganhando uma ligeira influência impressionista, ao
final de sua carreira. Mas, nunca abandonaria a abordagem naturalista que
conquistara com a influência de Barbizon.
EMILIO SÁNCHEZ-PERRIER - Na foz do Grande Canal, Veneza
Óleo sobre tela - 52,3 x 84,7 - 1885
EMILIO SANCHEZ-PERRIER - Triana
Óleo sobre tela - 68 x 122
Em 1894, foi nomeado membro
da Générale des Beaux Arts Societé e em 1903, membro da Academia de Belas Artes
de Sevilha. Desde 1896, lutava contra uma enfermidade de tuberculose, que lhe
custaria a vida em 13 de setembro de 1907. Além das muitas coleções
particulares de várias partes do mundo, seus trabalhos são também encontrados
em museus de Pontoise, Sevilha, Chicago e Nova York.
Sánchez-Perrier é magnífico! suas paisagens tem a tranquilidade que precisamos...
ResponderExcluirArtista maravilhoso!
Um belo fim de semana meu amigo...
Essa é a grande virtude da arte, Vidal: ser atemporal.
ExcluirMesmo depois de tantos anos, Sánchez-Perrier nos acalma com a sua arte até hoje.
Obrigado, amigo. Um ótimo final de domingo também!
De uma beleza exuberante.
ResponderExcluirAbraços,
Grande abraço, Macário.
ExcluirMuito grato por vir!