EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Place de La Madeleine
Guache, lápis e nanquim sobre papel - 25,5 x 33,5
Sempre que visitamos uma
cidade turística ficamos tentados a guardar uma imagem, uma recordação daquele
lugar. Era muito comum, até bem pouco atrás, procurarmos por cartões-postais,
que eram enviados a parentes e amigos, como reconhecimento pela lembrança deles
e pelo desejo que pudessem estar ali conosco. Os tempos modernos mudaram um
pouco esses hábitos. Quase todos já possuem câmeras e celulares com boa
resolução. Enviar uma imagem instantaneamente tornou-se uma questão de ter ou
não instalado aplicativos que facilitem isso. Muitas crianças e jovens talvez
ainda nem conheçam cartões-postais e é bem provável que esses souveniers se
acabem num futuro não muito distante.
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Notre Dame de Paris
Guache, pencil e nanquim sobre papel - 37,2 x 53,6
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Le pont Alexandre III et le grand palais
Lápis e aquarela sobre papel - 20,3 x 31,8
Anterior ao tempo dos
cartões-postais, quem faziam essas espécies de lembranças eram os artistas de
rua. Principalmente na Europa, onde as cidades sempre receberam um fluxo de
turistas muito grande, havia o desejo de levar uma lembrança consigo ou de
enviá-la a algum conhecido. Muitos dos trabalhos de Eugène Galien-Laloue
funcionavam exatamente como uma espécie de cartão-postal diferenciado.
Executado em ambiente aberto, quase que em plein air, ou com referências
fotográficas muito rudimentares, o trabalho desse artista se tornou uma
importante referência iconográfica de algumas cidades europeias, principalmente
Paris, local onde ele morou grande parte de sua vida.
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Notre Dame de Paris
Guache sobre papel - 25,4 x 33,3
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Tarde animada na Port Saint Denis - Óleo sobre tela
Eugène Galien-Laloue nasceu
em Paris, a 11 de dezembro de 1854. Filho de pais italianos, era o filho mais
velho de oito irmãos. Com o falecimento de seu pai, quando tinha apenas 16
anos, foi obrigado a parar de estudar e conseguir um emprego como notário, para
ajudar nas despesas da família. Uma bela oportunidade lhe acenou em 1874,
quando foi recrutado pela Sociedade Francesa de Ferrovias para desenhar o
layout ferroviário de Paris. Com fidelidade incrível às construções e às
condições de cada bairro, o trabalho lhe abriu oportunidades para explorar essa
espécie de desenho de uma maneira artística e comercial.
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - La Madeleine
Lápis e aquarela sobre papel - 31,5 x 49
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Place de La Republique
Guache, lápis e nanquim sobre papel - 19 x 31
Grande parte da produção de
Galien-Laloue ficou assim caracterizada pelas inúmeras cenas de Paris, que
representou fielmente em diversas técnicas: aquarela, guache, lápis e óleo.
Fazia isso com uma precisão incrível e teve a felicidade de viver na cidade em
uma de suas melhores fases, na Paris animada e alegre da Belle Époque dos anos
de 1900. Retratava muito bem a agitação da cidade, com suas ruas apinhadas em
feiras e eventos diversos, com carruagens puxadas por cavalos, bondes e seus
primeiros ônibus. Não tem apenas um valor artístico, mas um valor iconográfico
difícil de mensurar, num período onde a fotografia ainda era um componente de
luxo.
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Almoço em um terraço com vista para a Baía de Nápoles
Óleo sobre tela - 47 x 65,4
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Paris, Estação de metrô Bastille - Guache sobre papel -
Assim, uma típica pintura de
Galien-Laloue sempre estará de repleta de calçadas e avenidas cheias de pessoas
ou turistas se misturando a monumentos da agitada capital francesa. Mas, ele
não se restringiu somente a Paris, viajou e retratou locais de várias outras
regiões europeias. Também foi contratado, em 1914, para ser um artista que
registrasse as cenas militares, tendo que acompanhar tanto a guerra
franco-prussiana como a Primeira Guerra Mundial, fazendo apontamentos de tudo
aquilo que via, em aquarela.
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Le Quai de Tournelle, Paris - Guache sobre papel - 54,6 x 94,2
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Le Grands Boulevards, Paris
Guache sobre papel - 18 x 30,5
Há que se admirar nas obras
de Laloue principalmente as suas cores, a sua composição e a leveza de seu
toque. Estes aspectos, especialmente se destacam. A sensibilidade com que
retrata as mudanças de estação é impressionante, seja pela chegada trágica do outono
ou pelo inverno em sua constante impermanência. Às vezes o verão está indo
embora, as multidões estão dispersando, o inverno está chegando, ou a primavera
no romper de todas as suas cores; suas imagens mostram uma cena esboçada em
poucos minutos e que se eternizam.
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Place de la Republique, Paris - Guache - 18,4 x 31,1
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Paris, Porte Daint Denis
Guache e lápis sobre papel - 21 x 33 - 1941
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - Nas margens do Sena - Guache sobre papel
EUGÈNE GALIEN-LALOUE - O Arco do Triunfo
Guache sobre papel
Este artista é procurado não
só por colecionadores franceses, mas também por colecionadores americanos e Ingleses.
Os trabalhos de Eugène Galien-Laloue podem ser encontrados sob diferentes
pseudônimos, provavelmente por causa de seus contratos que fazia com as
galerias. Além de seu próprio nome, os seis nomes mais conhecidos são:
"L.Dupuy", "Juliany", "E.Galiany", "Lievin",
"E.Lemaitre" e "Dumoutier".
Eugène Galien-Laloue faleceu em Chérence, a 18
de abril de 1941.
Bom dia. Achei muito belas estas paisagens urbanas de Paris. Quem tem talento até com simples guache consegue fazer estas maravilhas.
ResponderExcluirNão escrevo muito bem em português já que sou estrangeiro. Desculpa se tem algum erro a escrita e obrigado por compartilhar estas obras.
Ramón Fernández
Ramón, seu português está perfeito.
ExcluirObrigado por vir e por participar com o comentário, amigo.
Um grande abraço!
Eugène Galien-Laloue o mestre das cenas parisienses...
ResponderExcluirAs maravilhosas cenas de Laloue são paralisantes...
Outro grande nome das cenas de Paris é Édouard Léon Cortès...
Eugène Galien-Laloue é um belíssimo artista.
Abração meu amigo.
Sim, algumas de suas cenas são até bem parecidas e parecem ter sido extraídas de mesma referência.
ExcluirObrigado por vir mais uma vez por aqui, amigo Vidal.
Grande abraço!
Desde criança essas imagens de Paris têm me encantado. Talvez deva ao pintor a admiração que tenho pela cidade luz. E a obra de Galien-Laloue se compara em beleza à real beleza da cidade. Obrigada, José Rosário, por nos trazer tanta harmonia e a oportunidade de resgatar sentimentos que guardamos na memória.Abraços, bom final de semana.
ResponderExcluirHá artistas cujos trabalhos tem mesmo esse dom, resgatar memórias!
ExcluirObrigado por vir, Jane.
Um grande abraço e tenha também ótimo fim de semana!