TOM LOVELL - O carro da água - Mista sobre papel
TOM LOVELL - Frontier gathering - Óleo sobre tela - 78,7 x 111,8
A arte norte-americana
sempre teve como tradição, safras de ótimos ilustradores. Com desenho arrojado,
influência clássica para composição e esbanjando sempre muito talento, todos os
grandes ilustradores norte-americanos se tornaram ícones da arte em suas épocas
e até hoje são lembrados em todo mundo, principalmente pela competência com que
desenvolveram e desenvolvem seus trabalhos. Um dos mais destacados entre eles é
Tom Lovell, que deixou uma grande e valiosa produção em toda sua carreira. Um
dos mais requisitados ilustradores para capas de famosas revistas, também era
um pintor habilidoso, que defendeu desde cedo a vida no oeste americano,
chamando a atenção para a vida do índio nativo.
TOM LOVELL - A camisa de ferro - Óleo sobre tela - 66 x 122 - 1985
TOM LOVELL - Os seguidores - Óleo sobre tela - 48,3 x 81,3 - 1975
Diferentemente do ilustrador
atual, que tem todo um aparato tecnológico para produzir seus desenhos e
ilustrações, assessorados por programas e ferramentas digitais que adiantam
bastante o trabalho, os ilustradores dos tempos passados se valiam da extrema
habilidade manual para produzirem suas obras. Utilizavam técnicas tradicionais
da pintura e do desenho, tais como nanquim, guache, têmpera, aquarela e óleo.
Por isso, muitos deles são também consagrados artistas de belas artes e tem,
até hoje, suas obras disputadas acirradamente nas melhores casas de leilões do
mundo.
TOM LOVELL - Voltando do casamento
Óleo sobre tela - 104,1 x 80 - 1944
TOM LOVELL - Um dia para flores amarelas - Guache sobre painel - 45,72 x 52,7 - 1956
Tom Lovell nasceu em Nova
York, em fevereiro de 1909, filho do engenheiro telegráfico Henry S. Lovell Jr
e Edith Scott (Russel) Lovell. O segundo de três filhos, cresceu como um menino
que tinha uma sede enorme pela leitura, fascinando desde cedo, com a história
do índio americano e seu contato com os povos do leste. O envolvimento com essa
temática era tamanho, que seu discurso como orador oficial do ensino médio foi
intitulado como: “Os maus-tratos do índio americano pelo governo dos Estados
Unidos”. Tema controverso e polêmico, já mostrava que o posicionamento político
é algo inerente a todo cidadão preocupado sinceramente com o meio onde vive.
Assim, cresceu desenhando todos os artefatos de guerra e visitando os
principais museus de sua região, se inteirando principalmente da temática que
tanto o fascinava. Tinha um desejo latente por aprendizagem. Essa base de
aprendizado seria fundamental para a carreira versátil que desenvolveria como
um dos mais respeitados ilustradores americanos.
TOM LOVELL - A cultura em Silver City - Óleo sobre tela - 38,1 x 53,3
TOM LOVELL - No cassino - Óleo sobre tela - 58,4 x 83,8
A iniciativa do próprio Tom,
de ingressar no Syracuse University College of Fine Arts, foi bem acertada. Era
um ambiente propício para a formação de ilustradores e foi ali que conheceu
Harry Anderson, com quem teria uma estreita amizade, e que seria também um
grande e respeitado ilustrador da arte americana. Foi inclusive com Harry
Anderson e Al Carter, que dividiria o primeiro estúdio de desenho e pintura.
Local que lhe permitiu fazer novos contatos e se ingressar no disputado mercado
da ilustração americana daqueles tempos. Mais tarde, New Rochelle, uma colônia
de jovens ilustradores americanos, em Nova York, seria a futura morada de Tom
Lovell. Era um ambiente muito envolvente e que permitiu a Lovell, o contato com
outros importantes artistas da arte americana, tais como Normann Rockwell,
Harvey Dunn, Dean Cornwell e Mead Schaeffer. Todos, ilustradores bastante respeitáveis
até hoje.
TOM LOVELL - Na praia - Óleo sobre tela - 55,8 x 86,3
TOM LOVELL
Dr Jackson Blazes a Transcontinental Trail - Great Moments in Early American Motoring
Óleo sobre painel - 55,9 x 68,6
Tom Lovell se casou com
Gloyd “Pink” Simmons, em 1934 e foram morar em Norwalk, no estado de
Connecticut. Tiveram dois filhos, David e Deborah. No ano de 1940, ele e sua
família se mudaram para uma colônia de artistas em Westport, também em
Connecticut. Harold von Schmidt, John Clymer e Robert Loughweed se tornariam
amigos íntimos da família, na temporada que passariam por ali. Foi também em
Westport, que Lovell produziu um conjunto de desenhos históricos para a National
Geographic Magazine, incluindo representações da invasão normanda da
Inglaterra; a carreira de Alexandre, o Grande; e as conquistas dos Vikings. Minucioso
em todo projeto que se lançava, Lovell teve grande cuidado em reproduzir o que
ele considerava ser a exatidão histórica nas ilustrações, inclusive a
realização de modelos de armas e navios, visitando locais históricos e
realização de outras pesquisas. Ele costumava dizer que os escritores sempre
tiveram grande vantagem sobre os pintores, no sentido de que, com algumas
poucas e escolhidas palavras, um bom escritor faz com que o leitor crie o
cenário e viva nele. Já o artista, para fazer um trabalho convincente e
perfeito, precisa pesquisar e se orientar bastante, se quiser reproduzir com
fidelidade um cenário em seu devido tempo.
TOM LOVELL - A batalha - Óleo sobre tela
TOM LOVELL - Monastério Viking - Óleo sobre tela
TOM LOVELL - Vikings vendendo uma escrava num mercado persa
Óleo sobre tela
O campo profissional ia se
tornando abrangente, e Lovell era requisitado para as mais importantes
publicações, tais como The Saturday Evening Post, Collier, True, Life, National
Geografic, McCall, American e Leatherneck. Já consolidado como um dos maiores
nomes da ilustração de sua época, consegue finalmente fundos para desenvolver
um projeto específico sobre o Oeste Americano. Essa importante experiência lhe
permitiu fazer um apanhado abrangente sobre as interações entre índios do oeste
americano e os brancos colonizadores e comerciantes que chegaram por lá. Em
1969, sob encomenda da Fundação Abell-Hanger, Lovell produziu uma série de
pinturas que comemoram a história do Sudoeste e que estão agora em exposição
permanente no Museu Permian Basin Petroleum, Midland, Texas. Estas obras, uma
série histórica sobre nativos americanos, representam um marco na temática do
trabalho de Lovell, e deste ponto em diante ele se concentrou em retratos de
vida dos nativos americanos, a exploração do Ocidente sobre eles, e da arte
ocidental em si. Também nessa época, ele criou várias pinturas para A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
TOM LOVELL - Bem-vindo ao lar - Óleo sobre painel - 70 x 87,2
TOM LOVELL - The name is Betty - Óleo sobre tela - 50,8 x 99,06
Família sempre itinerante, mudaram-se para o
Novo México, em 1972 e, em 1977, mudariam novamente para uma propriedade em
Santa Fe, bem mais espaçosa, onde construiria uma casa que sempre havia
planejado, em adobe, com amplas dependências e um desejado estúdio. Passaria
ali ótimos momentos, desfrutando da boa reputação que construira em toda sua
carreira. Em 1997, numa viagem pelo Novo México, Lovell morreu em um acidente
de carro, no dia 29 de junho. No mesmo acidente, também falecera sua filha
Deborah, com a idade de 48 anos.
TOM LOVELL - Ocupação de Paris - Óleo sobre tela - 76,2 x 101,6 - 1943
TOM LOVELL - Paisagem de montanha - Pastel sobre papel - 33,7 x 59,7
Ele disse um dia: “Eu me
considero um contador de histórias, com pincéis nas mãos”. Para todos aqueles
que acompanharam sua produção, ou que tem acesso a elas somente agora,
percebe-se que essa afirmativa é totalmente verdadeira. Enquanto desenhava e
pintava, sua obras iam narrando tudo aquilo que ele tinha em mente. Havia alma
e fôlego em cada figura. Cada composição era esmerada ao máximo, para que
produzisse um impacto estudado ao máximo, em todos aqueles que a observavam. E
ele sempre conseguia...
TOM LOVELL - O precipício - Guache sobre painel - 23,5 x 50,8
Tom Lovell é maravilhoso... grandioso...demais.
ResponderExcluirTudo de bom meu amigo.....
Trabalhos surpreendentes, realmente, meu amigo.
ExcluirGrande abraço!
Um grande artista.
ResponderExcluirCom certeza. Um grande nome da arte figurativa americana!
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