GEROLAMO INDUNO - O cumprimento - Óleo sobre tela - 85,3 x 126,5 - 1877
GEROLAMO INDUNO - A lição do baile - Óleo sobre tela - 107 x 135,5
A Itália sempre foi um berço
nato de grandes artistas, em diversas épocas da história. Há quem diga que o
ápice artístico italiano se deu no Renascimento, e isso tem lá suas verdades.
Mas, a grandiosidade da pintura e escultura italianas não se resumiu somente a
esse período. Os anos de 1800, que eles carinhosamente chamam de Ottocento, reservaram aos artistas
italianos um período muito prolífico, de uma arte voltada para as coisas “de
casa”, uma maneira de dizer que voltaram os olhos para uma arte mais intimista
e nacionalista. Essa fase tornou-se também mais um grande período da arte
italiana.
GEROLAMO INDUNO - Donne romane, scena conteporanea - Óleo sobre tela - 76 x 101 - 1864
GEROLAMO INDUNO - Criança amada - Óleo sobre tela - 54,4 x 74 - 1871
Nesse período, é
imprescindível falar dos artistas que desenvolveram uma arte acadêmica que é
respeitada até hoje. Com vertentes que voltaram o olhar para o Realismo e o
Naturalismo, os trabalhos desse período nos revelam artistas donos de um
domínio técnico admirado e com uma criatividade de composição invejáveis para
qualquer época. Gerolamo Induno, entre muitos outros pintores italianos dessa
época, é daqueles artistas que a história precisa relembrar e cujas obras
necessitam tornar referência para os tempos atuais.
GEROLAMO INDUNO - A partida dos voluntários de 1966 (estudo)
Óleo sobre tela - Entre 1877 e 1878
GEROLAMO INDUNO - A partida dos voluntários - Óleo sobre tela
Gerolamo Induno nasceu em
Milão, a 13 de dezembro de 1825, filho mais novo de Marcos e Julia Somaschi. A
arte o acompanhou desde cedo, até porque o seu irmão, Domenico Induno, dez anos
mais velho que ele, começou prematuramente nas artes e tornou-se uma referência
natural sua. Ambos estudaram na Academia Brera, sob os ensinamentos de Luigi
Sabatelli. Gerolamo ficaria naquela instituição entre 1839 e 1846. Conseguiu
prêmios significativos enquanto cursava e já em 1845, participa pela primeira vez
nas exposições anuais de Brera.
GEROLAMO INDUNO - Batalha de Cernaja - Óleo sobre tela - 1857
GEROLAMO INDUNO - A Batalha de Magenta - Óleo sobre tela
Os irmãos Induno não
nasceram num momento muito propício do ponto de vista político e social da
Itália. Uma série de acontecimentos, envolvendo conflitos e guerras, levariam
os dois a participações obrigatórias em campos de batalha. Em 1848, começam
esses conflitos em suas vidas, tendo sido forçados ao exílio em Ticino.
Voluntários dos movimentos que aconteciam em sua região, em 1849 se viram mais
uma vez forçados na defesa da República Romana contra o exército francês.
GEROLAMO INDUNO - O retorno do campo de batalha
Óleo sobre tela - 96 x 78,3 - 1869
GEROLAMO INDUNO - O retorno do campo de batalha, detalhe
A guerra também fez parte da
vida artística de Gerolamo, que a ilustrou; tanto em campos de batalha, com
incursões ao vivo; como em ateliê, quando abordava os estudos de campo de uma
maneira mais elaborada. Até o início da década de 1850, grande parte da
produção de Gerolamo estava diretamente ligada a esses movimentos. Ilustrador,
e considerado como uma espécie de repórter de sua época, foi um dos mais
destacados artistas de guerra italianos, responsável por aquilo que ficou
caracterizado como artistas do Risorgimento.
GEROLAMO INDUNO - O garibaldino - Óleo sobre tela - 1871
GEROLAMO INDUNO - Garibaldi sulle alture di Sant’Angelo presso Capua
Óleo sobre tela - 64,5 x 52
Por causa de ferimentos de
guerra, sofridos em conflitos em Roma, Gerolamo teve um período de descanso nos
anos de 1850. Refugiou no ateliê do irmão, retornando a Milão, com a ajuda do
Conde Giulio Litta, que além de um aristocrata de ideias liberais fervorosas,
era também um colecionador de arte apaixonado. Ele já era cliente de Domenico e
tornava agora uma espécie de mecenas e incentivador da arte de Gerolamo.
Esquerda: GEROLAMO INDUNO - A pintora - Óleo sobre tela - 52,5 x 42 - 1873
Direita: GEROLAMO INDUNO - A pintora - Óleo sobre tela - 51 x 43,3
Foi graças a essa reclusão
obrigatória, que Gerolamo teve mais tempo para se dedicar àquilo que tornaria o
carro-chefe de sua produção: as cenas de gênero. Em trabalhos que prezaram sempre
pela vida comum e suas lidas diárias, bem como as rotinas dos campos de
batalha, sua carreira ia se solidificando, e a conquista de novos clientes
começava como algo natural e promissor. É importante destacar, que o gosto por
este tema de pintura era uma influência direta de seu irmão.
GEROLAMO INDUNO - O pintor de imagens - Óleo sobre tela - 47 x 36
GEROLAMO INDUNO - O tocador de bandolim - Óleo sobre tela
Mas, nem tudo era calmaria
na vida de Gerolamo. Novos rumos da vida política de sua região o levaram mais
uma vez a participações em guerras e conflitos, tendo servido a Guerra da
Criméia entre 1854 e 1855. Em 1859, alistou-se nos Caçadores dos Alpes. Se por
um lado essas interferências lhe tiravam da vida comum, por outro, traziam uma
experiência diferenciada, pois a rotina da guerra o deixava ainda mais em
contato com a arte própria desse tipo de conflito. Principalmente entre os anos
de 1860 e 1863, os trabalhos de Gerolamo foram quase que todos absorvidos pela
arte de guerra. Graças a ele, muito do que se registrou naquele período chegou
a nossos tempos como uma espécie de noticiário dos acontecimentos. E isso o
deixava ainda mais respeitado e requisitado por diversos colecionadores e
instituições.
GEROLAMO INDUNO - Quando o trem vem - Óleo sobre linho - 109,5 x 93 - 1871
GEROLAMO INDUNO - Quando o trem vem, detalhe
A vida de Gerolamo
encaminhava assim: os comissionamentos de temas ligados à guerra consumiam a
maior parte de seu tempo, comissionamentos de obras públicas também começavam a
aparecer com mais frequência e os trabalhos paralelos com cenas de gênero nunca
eram deixados de lado. Trabalhava intensamente, como tudo sempre foi muito
intenso em sua vida. O respeito e a admiração pela sua produção já não era
restrito a pequenos grupos. Seus trabalhos eram disputados por colecionadores e
esperados em muitas mostras e exposições.
GEROLAMO INDUNO - Menina depois de um ataque de bombas - Óleo sobre tela
GEROLAMO INDUNO - Sentinela
Óleo sobre cartão - 40 x 28
Continuou por toda a sua
vida a produzir aquilo que lhe inspirava e lhe fazia feliz. Manteve sempre a
técnica brilhante, com uma facilidade pictórica que impressionava a todos. Até
o fim de seus dias, esmerava em suas obras com a mesma disposição de um
iniciante, e se prestava aos detalhes de suas composições com o mesmo
entusiasmo de quando aprendia com seu mestre. Continuou sempre fiel aos seus
princípios e àquilo que o mantinha no mundo da arte. Muito mais que um artista
competente, era um cidadão que abraçava as causas nacionalistas e as defendia
como quem defende a vida. Depois de uma longa doença, Gerolamo faleceu a 19 de
dezembro de 1890, na mesma cidade que nascera.
GEROLAMO INDUNO - Soldados na Stevio Pass - Óleo sobre tela - 44,5 x 59,5
GEROLAMO INDUNO - Infantaria na Crimeia - Óleo sobre tela - 37,7 x 48
Hoje, Gerolamo Induno é
preciso ser lembrado e respeitado como um artista de referência. Viveu numa
época onde a fotografia ainda engatinhava e o artista se ocupava em registrar
as coisas de seu mundo. Ele fez isso como poucos. Muito do que se sabe e viu
dos movimentos libertários da Itália do século XIX, deve ao trabalho incansável
de artistas como ele.
Grandioso! Gerolamo Induno manteve- se fiel, estilo forte, preciso!
ResponderExcluirSou admirador de suas obras....
Amigo... abração!
A escola italiana do século XIX é toda ela uma referência importante para mim.
ExcluirObrigado por vir, Vidal.
Grande abraço!
Thanks for sharing, nice post! Post really provice useful information!
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