EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - O caminho diário - Óleo sobre tela
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - O retorno da tropa - Óleo sobre tela - 53,5 x 82
Toda a família de Eugène
Girardet estava, em algum grau, envolvida com uma expressão artística qualquer.
Facilitou muito para sua opção artística, que todos os seus tios, primos e
cunhados estivessem envolvidos com gravura, litografia ou pintura. O que tornou
mais do que natural que, logo bem cedo, ele também já estivesse com um pincel
preso às mãos produzindo seus próprios trabalhos. Não só começou a produzir
cedo, como também já comercializava suas obras quando ainda tinha dezessete anos.
Mas, foram as aulas formais, na Escola de Belas Artes, sob a orientação com
ninguém menos que Jean-Léon Gérôme, que deram um novo rumo à sua carreira que
apenas começava.
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - O vendedor de frutas
Óleo sobre tela - 55 x 38
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - O vendedor de frutas (detalhe)
Eugène-Alexis Girardet
nasceu em Paris, a 31 de maio de 1853. Felizardo, já nasceu numa Paris de plena
transformação. As várias obras iniciadas pelo prefeito Haussmann, um ano antes
de seu nascimento, já deixavam a cidade com um aspecto bem mais agradável. No
lugar das estreitas e úmidas vias, surgiam largas avenidas e belos boulevards.
A mudança do ambiente físico da cidade também inspirava uma procura por novas
manifestações artísticas. Entre os vários movimentos que agitavam Paris, a
procura pela temática oriental seduzia ainda uma grande parte dos
colecionadores aficionados pelo exótico. Esse mesmo interesse foi despertado em
Giradet, mais tarde, em seus estudos com Gérôme. Assim, em 1874, ele já
realizava sua primeira expedição à procura de temas inovadores. Decisão que
mudaria para sempre sua vida.
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - A visita do Sheik
Óleo sobre tela
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - A passagem - Óleo sobre tela - 102 x 82,5
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - No mercado
Óleo sobre tela
Em sua passagem pela Espanha
e por Marrocos, ao norte da África, logo naquele ano de 1874, as paisagens já
lhe inspiravam novas composições. Os costumes das novas culturas que visitava
também lhe atraíam cada vez mais, mesmo que as suas primeiras obras ainda
mantivessem uma certa reserva quanto ao inusitado, presas aos ensinamentos
acadêmicos e às lições absorvidas em Paris. Fato que foi logo resolvido, quando
a adição de vermelhos terrosos brilhantes, e azuis e verdes intensos das
indumentárias que via, trataram logo de mudar radicalmente sua paleta. Sua obra
ganha, à partir daí, um caráter realista totalmente em consonância com a vida
humilde e severa das populações que visitava. Não é exagero afirmar que
Girardet se deixou enfeitiçar pelas cores e texturas das roupas norte
africanas, e isso mudaria totalmente sua carreira.
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - A caravana
Óleo sobre tela - 60 x 81
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - Quintal - Óleo sobre tela
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - Deixando o mercado
Óleo sobre tela - 68 x 109,1
Ainda mais marcante, seriam
as suas novas expedições ao norte da África, que faria no final da década de
1870 e início de 1880. Uma passagem pela Argélia e Tunísia, em meados da década,
deixaria o artista um pouco frustrado, pois imaginava uma região bucólica, com
cenas romantizadas por personagens e palmeiras descansando ao sol. Mas, já
encontrou uma região com grandes mudanças modernistas para sua época. Para
encontrar aquilo que habitava seu imaginário, ele desceu mais além no
continente, até as margens ao sul do Saara, em Al Kantarra e Bou-Saada. Foi o
encontro com Etienne Dinet, um outro artista francês já radicado por ali, que o
levou ao encontro da África que tanto idealizava.
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - Atravessando o rio
Óleo sobre tela
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - Beduínos no deserto - Óleo sobre tela
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET
Nas terras altas, após a tempestade
Óleo sobre tela - 100 x 145 - 1903
Etienne Dinet é uma
figura-chave na pintura orientalista francesa. Ele explorou uma região que não
era muito atraente para as grandes caravanas que saíam da Europa e também
converteu ao Islamismo, depois de muitos anos convivendo com comunidades
mulçumanas da Argélia. Seu trabalho é acima de tudo sincero, e isso marcou
demais na influência que teve sobre Girardet. A partir do encontro com Dinet,
Girardet passa a capturar suas imagens com ainda mais precisão, enfatizando o
que realmente via e não o que idealizava pelas referências acadêmicas de
escola. Pode-se dizer que ele passou a produzir num estilo naturalista solto,
sem amarras.
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET
Camelos em um oásis ao alvorecer
Óleo sobre tela - 30,8 x 44,8 - 1879
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - Caravana árabe atravessando o riacho
Óleo sobre tela - 50,8 x 100,3
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - Labor no Marrocos
Óleo sobre tela - 39 x 70
Num retorno a Paris, em
1877, Girardet e mais outros treze artistas acabam por criar a Sociedade dos
Pintores Orientalistas Franceses, que incluía membros como o Próprio Dinet,
Paul Leroy e Arthur Chassériau. Membros como Jean-Léon Gérôme e
Benjamin-Constant foram incluídos como presidentes honorários. Foi na sede da
sociedade que Girardet faria suas principais exposições, divulgando tudo aquilo
que produzia pelas idas à África. Entre 1878 e 1880, também mostrou seus
trabalhos no famoso Salão de Paris. Em 1890, ele se associou à Sociedade
Nacional de Belas Artes, um grupo dissidente que mostrava seus trabalhos,
paralelo ao salão.
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - O acampamento
Óleo sobre tela
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - O acampamento - Óleo sobre tela - 50,8 x 91,4
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - Rua de El Kanthara, Argélia
Óleo sobre tela
Os trabalhos de Girardet
também começavam a ser apreciados por colecionadores de diversos outros países.
Ele mostrou suas obras em Londres, Genebra, Munique e Berlim e também
participou da Exposição Colonial, realizada em Marselha, em 1906. Embora temas
ainda mais exóticos, como os da Polinésia Francesa e cenas do Camboja, atraíam
a atenção dos colecionadores, Girardet continuava fiel às suas propostas,
viajando para as regiões do norte da África e Oriente Médio, nos anos finais do
século XIX.
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - Emendando
Óleo sobre tela - 46,3 x 55,2 - 1896
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - Oradores do deserto - Óleo sobre tela - 67 X 108
EUGÈNE-ALEXIS GIRARDET - O almeh
Óleo sobre tela - 66 x 92,2
Em 1898, ele viajou para o
Egito e atingiu até a Palestina, locais onde fez numerosas cenas do Cairo e de
Jerusalém. Pode-se dizer que os trabalhos dessa época tiveram uma mudança
significativa no estilo, tendo uma forte influência dos Impressionistas. As
pinceladas tornaram mais soltas e há uma preocupação natural com os fortes
efeitos de luz. Um de seus trabalhos mais charmosos dessa época, não é, no
entanto, uma cena orientalista, mas uma cena que produziu pintando em um prado
francês, alguns anos antes. Ele se retrata na companhia de uma jovem artista,
provavelmente mais uma artista da família.
Não conhecia os trabalhos deste grande mestre...grandioso!
ResponderExcluirParalisante!
Valeu, meu amigo...
Tesouros escondidos...
ExcluirValeu, Vidal.
Grande abraço!
Eu ainda nao sabia nada sobre esse artista descobri através do José Rosário, valeu José ...
ResponderExcluirAh, que bom! Girardet foi um grande artista.
ExcluirObrigado por vir!