RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - Felicitações pelo aniversário (detalhe)
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - Felicitações pelo aniversário
Óleo sobre tela - 81 x 65 - 1880
Tido como um dos mais bem
sucedidos retratistas espanhóis de seu tempo, Raimundo de Madrazo foi um grande
artista de sua geração. É facilmente entendida essa afirmação, ao se observar
atentamente sua produção. Dono de um Realismo minucioso e elegante, Madrazo
possuía um domínio técnico invejável, e sua paleta e fatura se constituíam com
uma delicadeza e refinamento incomparáveis.
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - Damas na janela
Óleo sobre tela - 72,7 x 59,7 - 1875
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - Saída do baile de máscaras
Óleo madeira - 49 x 80,5 - 1885
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - O toilete - Óleo sobre tela
Nascido em Roma, em 1841,
Raimundo de Madrazo y Garreta já nascera em família privilegiada para as artes.
O avô, o notável pintor José de Madrazo y Agudo, começou um dos legados da
família, que teria sua continuação em Federico de Madrazo y Kuntz, um famoso
retratista espanhol, que por sua vez se tornou pai de Raimundo de Madrazo. Na
família, ainda haveria outros representantes para as artes: Ricardo Madrazo,
seu irmão; e Mariano Fortuny, um cunhado que também se tornaria um importante
pintor da cena espanhola do século XIX.
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - Garota com violão e papagaio
Óleo sobre tela - 49 x 38 - 1872
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - Uma pequena princesa no jardim de Versalhes
Óleo sobre tela - 88,9 x 116,8 - 1905
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - Sapatos novos
Óleo sobre tela
As primeiras lições de artes
de Raimundo de Madrazo começaram em sua própria família. Ele dividia as horas
de aulas, ora com o pai, ora com o avô. Até que os próprios o direcionaram para
a Real Academia de Belas-Artes de São Fernando, onde teve como mestres Carlos
Luís de Ribera e Carlos de Haes. Carlos Luís era um pintor de respeito entre as
classes burguesas e tinha sua produção alicerçada na produção histórica e
retratos. Já Carlos de Haes, tinha sua produção voltada para a execução de
paisagens, que lhe trouxe grande prestígio. Os ensinamentos dos dois formaram
uma boa base de aprendizagem, aliada aos ensinamentos dos parentes.
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA
Arrumada para a noite
Óleo sobre tela - 93,98 x 57,15
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - Uma bela tocadora de bandolim
Óleo sobre tela - 80 x 54
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - A harpista
Óleo sobre tela
Raimundo de Madrazo ainda
teria novos ensinamentos na sua formação, quando mudou-se para Paris, na década
de 1860, e tornou-se aluno de Leon Coignet. Coignet pode até não ter uma grande
reputação como artista, mas foi o professor de mais de cem artistas de renome
que passaram por Paris. Além de conquistar o respeito pelos mestres de Paris,
Raimundo de Madrazo também caía no gosto de colecionadores abastados. Há várias
cartas trocadas entre Raimundo e seu pai, nesse seu período em Paris. Seu pai o
tratava com enorme carinho e via nele a projeção internacional que faltava para
a família. Além de confidente, essas correspondências confirmam também como
Federico o ajudava na escolha de questões pessoais e profissionais.
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA
O Pátio de São Miguel, Catedral de Sevilha
Óleo sobre tela
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - Piscina no Jardim de Alcazar
Óleo sobre madeira - 10 x 16,4 - 1868
Em setembro de 1867,
Raimundo de Madrazo deixa Paris momentaneamente e retorna a Madri, para ajudar
nas cerimônias de casamento de sua irmã Cecília, com o também pintor Mariano
Fortuny. Os cunhados tinham uma ótima convivência e chegariam inclusive a assinar
trabalhos em parceria. Como uma espécie de retiro, ele prolongaria essa sua
estadia espanhola por cerca de um ano, período que frequentou regiões distintas
do país, inclusive a Andaluzia. É desse período, uma série de pequenas
paisagens que fez em sua passagem por Sevilha. Obras belíssimas pela
espontaneidade, são consideradas caprichos de sua produção. No retorno a Paris,
começaria a fase mais importante de sua carreira.
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA
Travessuras da modelo
Óleo sobre tela - 95,2 x 66 - 1885
RAIMUNDO DE MARAZO Y GARRETA - Jardim do Alcazar em Sevilha - Óleo sobre painel
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA
Jardim da casa de Fortuny
Óleo sobre madeira - 40 x 28 - 1877
Ele conseguiu participar da
Exposição Universal, mesmo sem haver exposto ainda em Madri, sua casa. Já nessa
época, gozava de uma ótima reputação, baseada principalmente na excelente técnica
que lhe traria uma vida tranquila e movimentada. Todos os atributos a ele
conferidos, consequentes da excelência profissional que se tornara, lhe
garantiram a primeira medalha e a nomeação oficial da Legião de Honor, em sua
participação na Exposição Universal de Paris, em 1889.
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - A leitura
Óleo sobre tela - 45 x 56 - Entre 1880 e 1885
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - A serenata - Óleo sobre tela
Uma agenda agitada começava
na carreira de Raimundo de Madrazo. Ele era frequentemente contratado para
retratar a mais alta sociedade, pintando reis, políticos, intelectuais,
empresários e até mesmo outros artistas. Conhecedor dos movimentos que agitavam
a Paris daquela época, Madrazo conseguia aliar um trabalho com característica
realista a pinceladas soltas e espontâneas, típicas dos amigos impressionistas.
Manchas e cores selecionadas previamente encantavam a todos, aliadas a um
detalhamento fino e criterioso. Já não era apenas a França o reduto maior de sua
clientela, ele também já conquistava mercado na Inglaterra, nos Estados Unidos
e entre ricos clientes argentinos, países para onde era levado por seus clientes e
passava grandes temporadas.
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - Namorico - Óleo sobre tela - 70,5 x 120,5
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - Os mascarados
Óleo sobre tela - 101,6 x 64,8 - Entre 1875 e 1878
Raimundo de Madrazo chegou
aos Estados Unidos em 1896 e fixou seu ateliê em Nova York. Pela fama que
carregava em sua bagagem, logo conquistou uma vasta clientela e era um dos mais
procurados retratistas da cidade, atraindo colecionados proeminentes como John
Pierpont Morgan e os Vanderbilt. Logo, muitos magnatas, de diversas partes do
país, vinham à procura de seus trabalhos. Andrew Peacock, vice-presidente da
Carnegie Steel Company, logo se tornaria um dos clientes mais devotados. Tido
como um colecionador de gosto apurado, ele mantinha uma rica coleção em sua
mansão em Pittsburgh, na Pensilvania, chamada Rowanlea. Peacock encomendou sete
retratos da família ao artista, e fez questão de hospedá-lo em sua residência,
com todas as honrarias que pudesse oferecer, enquanto executava os trabalhos.
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA
Retrato de Isabelle McCreery
Óleo sobre tela - 266 x 174
RAIMUNDO DE MADRAZO Y GARRETA - Saindo da igreja - Óleo sobre tela
Não é arriscado dizer que
Raimundo de Madrazo viveu completamente feliz e estável, num dos momentos mais
conturbados da arte europeia. Ele não foi nenhum profeta da revolução
artística, mas soube passar por esse período de turbulência exatamente por conciliar
o que havia de controverso e de vanguarda, ao que era acadêmico e conservador.
Na opinião de muitos críticos de sua época, ele foi a união perfeita entre a
tradição e a modernidade. Ele sabia, como poucos, assimilar as qualidades
brilhantes de seus antepassados. Mas, quando sentava em frente a seu cavalete,
logo os esquecia e pintava aquilo que a intuição lhe sugeria. E o convívio com
os novos tempos daquela agitada Paris sempre lhe intuíam inovações em seus
trabalhos. Como poucos artistas de seu tempo, conseguiu fazer uma arte de
transição, sem agredir. Acima de tudo, era extremamente elegante em tudo que
fazia.
Raimundo de Madrazo faleceu
em Versalhes, no ano de 1920.
RETRATADO PELO PRÓPRIO PAI:
FEDERICO DE MADRAZO
Retrato de Raimundo de Madrazo y Garreta
Óleo sobre tela - 1857
Sou um grande admirador dos trabalhos deste grande mestre... estilo inconfundível...
ResponderExcluirMatéria grandiosa!
Um abração meu amigo!
Olá Vidal.
ExcluirHá vários artistas espanhóis que são referência obrigatória para mim. É uma lista extensa, mas o Madrazo não poderia ficar de fora.
Um grande abraço, amigo!