STEFANO BRUZZI - Siesta - Óleo sobre tela - 1900
Muitos artistas conviveram
com momentos de transformações importantes na história da arte. Alguns aderiram
aos movimentos que promoviam tais transformações, outros se tornaram alheios a
eles e outros ainda, tinham conhecimento e respeito sobre eles e, no entanto,
preferiram seguir convictos em seus caminhos traçados. Podemos dizer que
Stefano Bruzzi se encaixa nesse último grupo de artistas. Bruzzi viveu numa
Itália de transformações, como em transformação estava toda a Europa. As
correntes modernistas que irradiavam de Paris atingiam a todos os lugares.
Muitos se tornaram adeptos a elas, outros preferiam a comodidade de suas
conquistas.
STEFANO BRUZZI - A primeira neve - Óleo sobre tela - 72 x 112 a
Os Macchiaioli, grupo de
artistas italianos que pintava com “manchas
de óleo”, algo parecido com o movimento impressionista, mas com propostas
diferentes enquanto à temática, teve a adesão de vários artistas da Itália.
Bruzzi fazia parte dessa corrente que atuava na Toscana. Mais adepto à
observação da natureza, do que necessariamente ao domínio extremamente técnico,
mesmo que tenha sido técnico exímio na produção de suas obras, Bruzzi seguia
discreto em sua vida. Frequentava os cafés onde o movimento ganhava força, mas
era no campo, entre o céu e as montanhas, que sua inspiração ganhava alento.
STEFANO BRUZZI - Agradecendo a refeição - Óleo sobre tela - 1900
Stefano Bruzzi nasceu em
Piacenza, no 1º dia do mês maio de 1835, filho de Pietro e Anna Pistons. Estudou
inicialmente em sua cidade natal e suas primeiras lições de arte se deram no
Instituto de Arte de Gazzola, onde teve aulas com Lorenzo Toncini, um artista
especialista em figuras. Artista espirituoso e de fácil aprendizado, logo se
viu encorajado a seguir novos caminhos. Mas, foi apenas em 1854, que decide
definitivamente deixar sua região e ir para Roma, o centro da arte italiana
naquele momento. Alessandro Castelli foi seu instrutor nessa fase, assimilando
dele uma técnica precisa e profundo valor ao detalhamento. Mesmo que praticasse
bastante o exercício de figuras, a paisagem também o encantava e o remetia a
sua terra natal.
STEFANO BRUZZI - Carteiro dos Apeninos - Óleo sobre tela - 68 x 105 - 1890
Bruzzi sentia mesmo à
vontade era nos arredores de Roma, nas proximidades do Lago Albano e Nemi, e
nas localidades de Tivoli e Frascati. Foi no ano de 1855, nessas viagens, que
se dedicou ainda mais ao estudo de figuras. Nos próximos dois anos, ele passaria
por ali com mais frequência, agora com a companhia de Nino Costa, que o
apresentou posteriormente a Arnold Böcklin. Os três se tornaram grandes amigos
e dividiam aprendizados e conhecimentos. Tentou, sem êxitos, uma entrada no
exército em 1859. Por falta de aptidão física, não foi aprovado. Entre os anos de 1860 e 1862, trabalhou em Bolonha, e passou o ano seguinte em Milão. Sempre aprendendo e
conhecendo novos amigos.
STEFANO BRUZZI - O caminho de casa - Óleo sobre tela
Ainda em 1863 retorna para
sua cidade natal e ficaria por ali até 1870. Pode-se afirmar que já era um artista
maduro nesse período, já convicto de sua temática principal, que girava em
torno das paisagens e cenas dos Apeninos. Ele vivia entre Florença e Roncolo
Gropallo. Sempre que podia, estava nas terras do interior, relaxando e pintando
ao ar livre. O contato com a natureza era quase que uma necessidade física e
mental sua. É nessa fase, que sua pintura perde o aspecto muito betumoso e
ganha mais leveza e luz. Os verdes tornaram mais naturais e brilhantes.
STEFANO BRUZZI - Descanso entre as ruínas - Óleo sobre tela - 22 x 56 - 1856
Alguns artistas de sua época
o criticavam por se mostrar resistente às correntes modernistas que apostavam
num trabalho mais solto e colorido. No entanto, Bruzzi se manteve firme a suas
propostas e fazia questão de não abrir mão delas. Pela qualidade de suas obras,
mesmo não se rendendo aos apelos modernistas, seus trabalhos eram bastante
procurados. O período mais valorizado de sua produção consiste nos estudos
realizados do real, entre os quais não é difícil encontrar obras-primas que
permaneceram para testemunhar a sinceridade dos seus aprendizados perante a
natureza. Dessa época, existem vários trabalhos de genuína espontaneidade, habilidade
e boas composições.
STEFANNO BRUZZI - Cansaço extremo - Óleo sobre tela - 55 x 99 - 1880
Uma importante fase de sua
vida veio em 1874, quando a família Bruzzi mudou-se para Florença, onde o
pintor se encontrou com outros artistas como Giovanni Fattori, Telemaco
Signorini , Filippo Palizzi, Serafino De Tivoli, Gerolamo Induno , Vincenzo
Cabianca, Vito D'Ancona, e Domenico Morelli. Assim, ele tornou-se parte da
corrente toscana dos Macchiaioli. Depois de várias exposições e ter atingido um
nível considerável de fama, nacional e internacional, Bruzzi ganhou em 1888, o Primeiro Prémio na Exposição
de Bolonha com a obra "O retorno do mercado". Ele voltou para Piacenza
em 1895, onde começou a ensinar no Instituto de Belas Artes Gazzola, do qual
viria a se tornar diretor, até os seus últimos dias. Ali mesmo, em Piacenza,
viria a falecer no dia 4 de janeiro de 1911.
STEFANO BRUZZI - A pequena pastora e suas ovelhas
Óleo sobre tela - 40 x 30,5
Passou toda sua vida
dedicando aos seus mais fortes princípios e não teve vergonha em afirmar que
viu passar os mais variados movimentos vanguardistas de sua época. Acreditava
em sua proposta e respeitava as propostas de artistas amigos, convivendo
pacificamente com eles. É um artista respeitado na produção artística do
Ottocento italiano.
PARA CONHECER MAIS TRABALHOS DO ARTISTA:
Confesso que quando vi os trabalhos de Stefano Bruzzi fiquei encantado!!!
ResponderExcluirGrandioso!!!!
Meu amigo um grande abraço!
Sempre quando vejo grandes artistas italianos principalmente deste período... com certeza são maravilhosos!!!!
ResponderExcluirAbração meu amigo!!!!
Olá Vidal, boa tarde.
ExcluirSó agora vi seus comentários. Não sei porque, mas não haviam ido para a lista de moderados, como antes. Demorei para encontrar.
Grande abraço e obrigado pelas visitas de sempre!