sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

STEFANO BRUZZI

STEFANO BRUZZI - Siesta - Óleo sobre tela - 1900

Muitos artistas conviveram com momentos de transformações importantes na história da arte. Alguns aderiram aos movimentos que promoviam tais transformações, outros se tornaram alheios a eles e outros ainda, tinham conhecimento e respeito sobre eles e, no entanto, preferiram seguir convictos em seus caminhos traçados. Podemos dizer que Stefano Bruzzi se encaixa nesse último grupo de artistas. Bruzzi viveu numa Itália de transformações, como em transformação estava toda a Europa. As correntes modernistas que irradiavam de Paris atingiam a todos os lugares. Muitos se tornaram adeptos a elas, outros preferiam a comodidade de suas conquistas.

STEFANO BRUZZI - A primeira neve - Óleo sobre tela - 72 x 112 a

Os Macchiaioli, grupo de artistas italianos que pintava com “manchas de óleo”, algo parecido com o movimento impressionista, mas com propostas diferentes enquanto à temática, teve a adesão de vários artistas da Itália. Bruzzi fazia parte dessa corrente que atuava na Toscana. Mais adepto à observação da natureza, do que necessariamente ao domínio extremamente técnico, mesmo que tenha sido técnico exímio na produção de suas obras, Bruzzi seguia discreto em sua vida. Frequentava os cafés onde o movimento ganhava força, mas era no campo, entre o céu e as montanhas, que sua inspiração ganhava alento.

STEFANO BRUZZI - Agradecendo a refeição - Óleo sobre tela - 1900

Stefano Bruzzi nasceu em Piacenza, no 1º dia do mês maio de 1835, filho de Pietro e Anna Pistons. Estudou inicialmente em sua cidade natal e suas primeiras lições de arte se deram no Instituto de Arte de Gazzola, onde teve aulas com Lorenzo Toncini, um artista especialista em figuras. Artista espirituoso e de fácil aprendizado, logo se viu encorajado a seguir novos caminhos. Mas, foi apenas em 1854, que decide definitivamente deixar sua região e ir para Roma, o centro da arte italiana naquele momento. Alessandro Castelli foi seu instrutor nessa fase, assimilando dele uma técnica precisa e profundo valor ao detalhamento. Mesmo que praticasse bastante o exercício de figuras, a paisagem também o encantava e o remetia a sua terra natal.

STEFANO BRUZZI - Carteiro dos Apeninos - Óleo sobre tela - 68 x 105 - 1890

Bruzzi sentia mesmo à vontade era nos arredores de Roma, nas proximidades do Lago Albano e Nemi, e nas localidades de Tivoli e Frascati. Foi no ano de 1855, nessas viagens, que se dedicou ainda mais ao estudo de figuras. Nos próximos dois anos, ele passaria por ali com mais frequência, agora com a companhia de Nino Costa, que o apresentou posteriormente a Arnold Böcklin. Os três se tornaram grandes amigos e dividiam aprendizados e conhecimentos. Tentou, sem êxitos, uma entrada no exército em 1859. Por falta de aptidão física, não foi aprovado. Entre os anos de 1860 e 1862, trabalhou em Bolonha, e passou o ano seguinte em Milão. Sempre aprendendo e conhecendo novos amigos.

STEFANO BRUZZI - O caminho de casa - Óleo sobre tela

Ainda em 1863 retorna para sua cidade natal e ficaria por ali até 1870. Pode-se afirmar que já era um artista maduro nesse período, já convicto de sua temática principal, que girava em torno das paisagens e cenas dos Apeninos. Ele vivia entre Florença e Roncolo Gropallo. Sempre que podia, estava nas terras do interior, relaxando e pintando ao ar livre. O contato com a natureza era quase que uma necessidade física e mental sua. É nessa fase, que sua pintura perde o aspecto muito betumoso e ganha mais leveza e luz. Os verdes tornaram mais naturais e brilhantes.

STEFANO BRUZZI - Descanso entre as ruínas - Óleo sobre tela - 22 x 56 - 1856

Alguns artistas de sua época o criticavam por se mostrar resistente às correntes modernistas que apostavam num trabalho mais solto e colorido. No entanto, Bruzzi se manteve firme a suas propostas e fazia questão de não abrir mão delas. Pela qualidade de suas obras, mesmo não se rendendo aos apelos modernistas, seus trabalhos eram bastante procurados. O período mais valorizado de sua produção consiste nos estudos realizados do real, entre os quais não é difícil encontrar obras-primas que permaneceram para testemunhar a sinceridade dos seus aprendizados perante a natureza. Dessa época, existem vários trabalhos de genuína espontaneidade, habilidade e boas composições.

STEFANNO BRUZZI - Cansaço extremo - Óleo sobre tela - 55 x 99 - 1880

Uma importante fase de sua vida veio em 1874, quando a família Bruzzi mudou-se para Florença, onde o pintor se encontrou com outros artistas como Giovanni Fattori, Telemaco Signorini , Filippo Palizzi, Serafino De Tivoli, Gerolamo Induno , Vincenzo Cabianca, Vito D'Ancona, e Domenico Morelli. Assim, ele tornou-se parte da corrente toscana dos Macchiaioli. Depois de várias exposições e ter atingido um nível considerável de fama, nacional e internacional,  Bruzzi ganhou em 1888, o Primeiro Prémio na Exposição de Bolonha com a obra "O retorno do mercado". Ele voltou para Piacenza em 1895, onde começou a ensinar no Instituto de Belas Artes Gazzola, do qual viria a se tornar diretor, até os seus últimos dias. Ali mesmo, em Piacenza, viria a falecer no dia 4 de janeiro de 1911.

STEFANO BRUZZI - A pequena pastora e suas ovelhas
Óleo sobre tela - 40 x 30,5


Passou toda sua vida dedicando aos seus mais fortes princípios e não teve vergonha em afirmar que viu passar os mais variados movimentos vanguardistas de sua época. Acreditava em sua proposta e respeitava as propostas de artistas amigos, convivendo pacificamente com eles. É um artista respeitado na produção artística do Ottocento italiano.


PARA CONHECER MAIS TRABALHOS DO ARTISTA:



3 comentários:

  1. Confesso que quando vi os trabalhos de Stefano Bruzzi fiquei encantado!!!
    Grandioso!!!!
    Meu amigo um grande abraço!

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  2. Sempre quando vejo grandes artistas italianos principalmente deste período... com certeza são maravilhosos!!!!
    Abração meu amigo!!!!

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    Respostas
    1. Olá Vidal, boa tarde.
      Só agora vi seus comentários. Não sei porque, mas não haviam ido para a lista de moderados, como antes. Demorei para encontrar.
      Grande abraço e obrigado pelas visitas de sempre!

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