VICTOR GABRIEL GILBERT - O mercado parisiense - Óleo sobre tela - 62 x 100,5 - 1885
VICTOR GABRIEL GILBERT - Mercado de flores - Óleo sobre tela - 1880
VICTOR GABRIEL GILBERT - O hall do Mercado Central - Óleo sobre tela - 1881
Durante a Belle Époque,
houve uma grande mudança no comportamento social de praticamente toda a Europa.
Era um período de afirmação da classe assalariada, que trabalhava duro, mas que
começava a conquistar o seu lugar e as suas escolhas. As mudanças no campo da
arte também se faziam bem significantes. Uma prova disso foi a nova fase no
famoso Salão de Paris, que começava a aceitar obras cada vez mais com apelo
popular, que enalteciam o Naturalismo e o Realismo. Victor Gilbert vivia esses
períodos de mudança com intensidade e conseguiu transpor tudo isso para suas
obras. Para ele, não havia tema melhor que a classe trabalhadora mais simples,
que apinhava as ruas com suas barracas de comércio e que muitas vezes passava
despercebida. Ao contrário de muitos artistas de seu tempo, os trabalhadores de
Les Hales, uma região de grandes mercados em Paris, eram o seu orgulho maior.
VICTOR GABRIEL GILBERT
A chegada dos barcos de pesca
Óleo sobre tela - 65 x 54,2 - 1882
VICTOR GABRIEL GILBERT - A vendedora de frutas - Óleo sobre tela - 64,8 x 54
VICTOR GABRIEL GILBERT - Mercado de flores
Óleo sobre tela
Em sintonia com aquilo que o
rodeava e distante cada vez mais dos burgueses que ainda estavam no poder,
Victor Gilbert acabou tornando uma figura-chave na arte francesa do final do
século XIX. Ele criou uma identidade tão grande com os trabalhadores das cenas
de mercados de Paris, que sua obra acabou se tornando uma referência urbana
naturalista para artistas que procuravam novas alternativas, como os Impressionistas. E teve, inclusive, o apoio de marchands que comercializavam
exclusivamente aqueles artistas.
VICTOR GABRIEL GILBERT - Vendedora de flores
Óleo sobre tela - 62,8 x 49,4
VICTOR GABRIEL GILBERT - Uma florista fazendo seus buquês - Óleo sobre tela - 38 x 46,2
VICTOR GABRIEL GILBERT - Jovem num jardim de flores
Óleo sobre painel - 46 x 37,5
Victor Gabriel Gilbert
nasceu em Paris, no dia 13 de fevereiro de 1847. Veio de uma família muito
humilde, que não possuía recursos para que ele explorasse de uma maneira mais
eficiente toda a habilidade nata que possuía com os desenhos. Em 1860, ele
consegue uma oportunidade de auxiliar um pintor decorativo chamado Eugène Adam.
Ele trabalhava intensamente com ele durante o dia e à noite pegava aulas com Pierre
Levasseur, na École de la Ville de Paris. Esse foi praticamente o único
treinamento de arte formal que recebeu. Por não ter influência direta do que se
ensinava nas escolas tradicionais de belas-artes e dos ateliês badalados de seu
tempo, ele acabou criando uma arte genuinamente sua, com um apelo que mais
interessava às suas propostas. E funcionou! Ele deu sorte de poder fazer isso
num período de transição. Como tinha muito bom gosto, mesmo explorando um tema
banal e do dia-a-dia de Paris, sua arte era agradável e comercialmente
atraente.
VICTOR GABRIEL GILBERT - Cozinheiros - Óleo sobre painel - 44,5 x 54,5
VICTOR GABRIEL GILBERT - Quai aux fleurs - Óleo sobre tela
VICTOR GABRIEL GILBERT - O mercado de legumes, Paris - Óleo sobre tela - 46 x 61 - 1878
Ele gostava do Realismo de
Courbet e Millet, pois esses artistas já mostravam uma insatisfação com a
imposição clássica dos salões. Ao contrário deles, porém, que exploravam a
temática dos campos, Victor Gilbert preferiu as cenas urbanas. Seu Realismo se
concentrava nos bairros apinhados do comércio de Paris, com gente que acordava
cedo e ficava por ali até tarde, entre tigelas fumegantes, carnes de todo tipo,
peixes, flores e toda espécie de produtos. Por isso, ele se tornou o principal
pintor de Les Hales, região alías que existe até hoje. Mesmo estando num mundo
tão aparentemente simples, ele conseguia enaltecer seus personagens e dar-lhes
dignidade e respeito. Sua pintura é verdadeira, mas ao mesmo tempo, suave e
poética. Ele retrata um mundo de caos, mas que aos nossos olhos não chega com
essa mensagem.
VICTOR GABRIEL GILBERT - La marchande d'Huitres
Óleo sobre tela - 46,3 x 38,5
VICTOR GABRIEL GILBERT - O mercado de flores - Óleo sobre tela - 1881
VICTOR GABRIEL GILBERT - Oferecendo flores a uma criança
Óleo sobre tela
A eficiência em criar uma
arte verdadeira e com identidade com o ambiente que vivia, conquistou não
apenas o grande público, mas também o Estado, que começou a comprar obras suas
que eram apresentadas nos salões. Um grande incentivador, nessa fase, foi
Pierre Martin. Ele possuía uma loja de artes na Rue Lafitte, e era tido como um
dos grandes incentivadores do estilo impressionista. Já mais reconhecido e
respeitado, o estilo de Gilbert avançava ainda mais. Ele já se ousava usar uma
paleta mais luminosa como a dos impressionistas e também flertar com algumas
composições burguesas. Foi o apoio de Martin que permitiu a Gilbert desligar de
vez da carreira de decorador e dedicar exclusivamente à pintura, especialmente
daqueles temas que ele sempre tanto admirou.
VICTOR GABRIEL GILBERT - Paris, Praça da República
Óleo sobre tela - 65,3 x 53,8
VICTOR GABRIEL GILBERT - Mercado de flores - Óleo sobre tela - 41 x 54
VICTOR GABRIEL GILBERT - O mercado de flores
Guache e aquarela sobre painel - 30,5 x 24,1
Ele obteve uma segunda
medalha de classe no Salão de 1880 e uma medalha de prata na Feira Mundial, em
1889, tornando-se também um membro da Sociedade Francesa de Artistas, em 1914. O
artista faleceu em Paris, a 21 de julho de 1933. Hoje, diversos trabalhos seus
fazem parte de vários museus da Europa.
Estou pasmo! muito feliz também... sou um grande admirador dos trabalhos de Victor Gabriel Gilbert, suas cenas parisienses são demais!!!!!
ResponderExcluirMuito obrigado! um grande abraço, meu amigo!
Legal, Vidal. São realmente incríveis os trabalhos dele.
ExcluirGrande abraço!
Uma das maiores alegrias que tenho em meu dia a dia é desfrutar da existência deste blog. Em "obras de cada dia" deixo meus problemas de lado e viajo em mundos paralelos, cenas do cotidiano com um toque paradisíaco, paisagens exuberantes que me tentam a adentrar em suas molduras e viver a eternidade dentro delas. E a você José Rosário:
ResponderExcluirMinha imensa gratidão!
Grande abraço!
Legal ouvir isso. Sinal que o trabalho que tanto me agrada também encontra adeptos por aí.
ExcluirUm grande abraço, amigo!
Trabalhos incríveis... cenas cotidianas que muitas vezes nos passa despercebido suas belezas...
ResponderExcluirGrande abraço
Sim, nossas próprias cidades estão repletas de belas cenas. É preciso treinar o olhar para captá-las.
ExcluirGrande abraço!