GAETANO CHIERICI - O questionador - Óleo sobre tela - 56 x 79
JOAQUÍN SOROLLA Y BASTIDA - Pescadores valencianos - Óleo sobre tela - 65 x 87 - 1895
Uma das péssimas
características dos tempos atuais é a superficialidade. Abrangente para todas
as áreas possíveis a que se possa usar a palavra, mas especialmente para o
conhecimento. Quer-se saber muito, mas se instruir pouco. Exatamente no momento
onde o acesso para todo e qualquer tipo de pesquisa se faz facilitado, graças à
presteza da internet, as pessoas se contentam com o máximo superficial possível
de cada informação. Se você já chegou até aqui nessa leitura, não se assuste ao
que irei afirmar: muitos passarão por esse texto vendo apenas as belas imagens
que escolhi para ilustrar, sem se ater para o chamado de atenção, que é o ponto
forte de minha proposta nesse momento. Assim, o que possibilitaria uma evolução
cultural do ser humano, torna apenas uma ferramenta para conquistas egoístas
momentâneas, típica do prazer fugaz superficial.
WLADISLAU VON CZACHORSKI - O bouquet
Óleo sobre tela - 40 x 29
JOHN SINGER SARGENT - Lady Agnew de Lonhaw
Óleo sobre tela - 125,7 x 100,3 - 1892
Se você sai à caça de
conteúdo que amplie seu conhecimento sobre a arte do século XIX, por exemplo,
que será nosso enfoque principal nesse momento, não deve se restringir somente
a salvar belas imagens com alta resolução. A história e todo o envolvimento humano
por trás de cada obra daquele período fará com que suas pesquisas ganhem um
outro patamar. Certamente você sairá do campo da superficialidade para uma
informação que lhe traga muito mais essência e conteúdo. Conheço várias pessoas
que compram livros de arte caríssimos, fartamente ilustrados, mas que nunca se
deram ao trabalho de ler sequer dois capítulos daquele mesmo livro sobre a vida
do artista. Contentam apenas com a imagem que seduz e perdem a excelente
oportunidade de conhecer mais profundamente o ser que têm por referência.
DANIEL MACLISE - A consulta com a cigana - Óleo sobre tela - 61 x 50,8
VITTORIO MATTEO CORCOS - Sono - Óleo sobre tela - 160 x 135 - 1896
Evoluímos basicamente de
duas formas, horizontal e vertical. Evoluímos horizontalmente quando ampliamos
o conhecimento de determinada área, com interesses para se obter um retorno
imediato com ela, geralmente financeiro ou de status. Não que isso seja de todo
ruim. Evoluímos verticalmente quando o conhecimento transcende o campo dos
interesses individuais e há uma notada preocupação e intenção de que se eleve a
condição humana de todas as pessoas, de uma maneira geral. Salvar apenas
imagens dos trabalhos de artistas de que você admira amplia o conhecimento
horizontal, você muda como pessoa. Salvar imagens desses mesmos artistas e
entender todo o processo social e histórico que os levaram a produzi-las,
amplia o conhecimento vertical, você transforma como pessoa. Há uma diferença
muito grande em mudar e transformar. Quando você apenas muda, ainda há a
possibilidade de voltar a ser o que era. Quando você se transforma, você nunca
mais será o mesmo.
ALFRED PETIT - Natureza morta na cozinha - Óleo sobre tela - 175 x 251,5 - 1891
GEORGIUS JACOBUS JOHANNES VAN OS - Uma opulenta natureza morta
Óleo sobre tela - 82 x 66,1 - 1837
A minha proposta à partir
dessa matéria é apresentar um conteúdo mais sólido e profundo sobre a arte do
século XIX, um dos séculos mais revolucionários e necessários para se entender
de uma maneira mais vertical a história da arte. E faremos isso em tantas
matérias quantas forem possíveis, trazendo não somente a beleza de imagens
muito bem selecionadas e instrutivas, mas procurando abordar sobre tais
trabalhos de uma maneira mais holística, tentando entender e absorver ao máximo
as boas informações que podem nos passar todos os grandes nomes daquele
período.
Esquerda: MATHURIN MOREAU - Flora - Argila - 92 cm de altura
Direita: ERNEST JUSTIN FERRAND - Pescador com arpão - Bronze - 114 x 38
Abaixo: JOSEPH JANSEN - Vista do Lago Lucerna - Óleo sobre tela - 94 x 130,5 - 1900
O século XIX talvez seja tão
polêmico pela sua diversidade em si. Um século de contrastes, onde os estilos
dominantes da cena foram substituídos por uma nova alternativa de olhar e fazer
arte. E tudo pareceu tão intenso naqueles tempos exatamente por isso. Se
pudermos imaginar o Bouguereau entre os mestres renascentistas, dois ou três séculos
antes, talvez não teria o impacto que teve em seu tempo. Foi exatamente por
dividir a cena com movimentos tão revolucionários, como o Impressionismo, que o
conhecemos como é hoje. O próprio Impressionismo assumiu o ar de inovador pelo
fato de emergir numa cena consolidada no mais refinado academicismo. Como disse
o filósofo Heráclito, muitos séculos antes, “A oposição traz concórdia. Da
discórdia nasce a mais bela harmonia”. Para os experimentos que fizeram o homem
caminhar na sua trajetória na história da arte, nada melhor e mais enriquecedor
que os contrastes e o louvor a tanta diversidade. E isso, o século XIX teve de
sobra.
MONET - Banhistas em La Grenouillere - Óleo sobre tela - 73 x 92 - 1869
VAN GOGH - A Ponte Langlois, em Arles, com lavadeiras - Óleo sobre tela - 54 x 65 - 1888
Mas não vamos aprofundar
tanto por hoje. A matéria desse momento é apenas um chamado. À partir de agora,
faremos uma viagem prazerosa e muito proveitosa em torno da fantástica arte
desse século tão intenso e enigmático. E que ao caminhar de todos os nossos encontros
tenhamos realmente nos transformado, não apenas como conhecedores da história
da arte, mas principalmente como pessoas.
Para os que tiverem acesso
ao Facebook, foi criada uma página especial sobre a arte do século XIX. Lá
haverá conteúdo de imagens somente, o conteúdo teórico ampliaremos por aqui. O
link para acesso segue abaixo:
https://www.facebook.com/Arte-no-S%C3%A9culo-19-1808532979454431/?modal=admin_todo_tour
https://www.facebook.com/Arte-no-S%C3%A9culo-19-1808532979454431/?modal=admin_todo_tour
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