Há alguns anos, ficou caracterizado como colecionismo, o hábito ou prática de colecionar alguma coisa. Seja por hobbie , com intuito financeiro ou por pura conservação de patrimônio, seja ele histórico ou cultural.
Essa vontade de guardar consigo algo que se gosta remonta aos tempos das grandes dinastias egípcias, que já desde aquela época, tinham como hábito levar para os túmulos os objetos que mais gostavam. Durante o Renascimento e com o apogeu financeiro de algumas famílias, colecionar tornou sinônimo de status, e por isso, grandes artistas viveram financiados por esses mecenas, que não só colecionavam objetos de arte, como também mantinham como funcionários os artistas que as produziam. A Família Borghese, na Itália, é um típico exemplo de como a arte dependia desses colecionadores.
Do hábito de colecionar nasceram os grandes museus e pinacotecas espalhados mundo afora. O Museu do Louvre, em Paris, teve seu início baseado na grande coleção de artes de Napoleão. Alguns colecionadores possuem patrimônio maior até mesmo que museus conhecidos. É o caso do multimilionário americano Barnes, cujo acervo compõe hoje a Fundação Barnes.
No Brasil, um outro típico exemplo é o da Família Fadel, com um rico acervo em obras do século XIX e início do século XX.
Todos que adquirem as primeiras obras de arte sentem um bem indescritível na aquisição, que vai além do simples prazer de ter algo. Muito mais que uma sensação de posse, colecionar objetos de arte traz uma satisfação e crescimento interior, difíceis de comparar. Além, é claro, da bagagem cultural que vem embutida em cada objeto escolhido.
Costumo dizer que quem tem um obra de arte não se torna dono dela. Está com ela por uns tempos. É alguém que se deu o luxo de poder cuidar daquele patrimônio enquanto está vivo. Um quadro pendurado em sua parede continua sendo associado a quem o fez quase que naturalmente. "Esse quadro é de Portinari", você diria se tivesse um, ignorando quase que por completo que a posse física daquele objeto pertence a você.
Abaixo, alguns quadros de minha coleção. Objetos que me foram incumbidos o direito e dever de preservar enquanto eu estiver vivo. São de artistas amigos, conhecidos e alguns até desconhecidos. Objetos que me escolheram para cuidar deles.
DANTE CROSSI - A feira, mista sobre tela, 56 x 65
Acervo de José Rosário
HILTON COSTA - Beira do Ribeirão Mumbaça, em Dionísio
óleo sobre tela, 33 x 41
Acervo de José Rosário
JÉSUS RAMOS - Estrada em Conceição de Minas, Dionísio
óleo sobre tela, 50 x 70
Acervo de José Rosário
JOSÉ RICARDO - Margem do Rio Piracicaba, João Monlevade
Óleo sobre tela, 70 x 110
Acervo de José Rosário
ALEXANDRE REIDER - Paisagem com sapucaia florida
Óleo sobre tela, 20 x 30
Acervo de José Rosário
SOUZA BRANCO: Praia com barcos ancorados - óleo sobre tela, 20 x 40
Acervo de José Rosário
HÉLIO CASTRO - Marinha, óleo sobre tela, 18 x 24
Acervo de José Rosário
TÚLIO DIAS - Paisagem com beira de rio, óleo sobre tela, 90 x 150
Acervo de José Rosário
ÍCARO REIS - Sem título, mista sobre painel, 55 x 38
Acervo de José Rosário
JOSÉ FERNANDES - Acrílico sobre tela, 15 x 15
Acervo de José Rosário
Muitas outras obras me foram confiadas a responsabilidade de conserva-las. Mais adiante, dividirei com vocês o prazer de usufrui-las.
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