SHU XING LI - Templo Shaolim - China
FLAVIO BOLLA - A cidade da fortaleza - Suíça
Seria inimaginável, bem pouco tempo atrás, que pudesse existir um museu sem paredes, que as obras ali expostas não tivessem sido executadas em nenhum suporte convencional como tela, papel, mármore... Que não precisasse ocupar nenhum metro quadrado de algum valioso quarteirão no ponto mais nobre de uma grande cidade e que principalmente não precisasse de dezenas de funcionários para mantê-lo e protegê-lo. Pois bem, esse tempo já existe. O mundo digital tornou possível a criação desses e outros espaços. Ignorar ou não reconhecer essa realidade é ficar no passado. A arte digital que ocupa os novos endereços virtuais está promovendo e formando novos artistas em todo o mundo. De uma certa forma, todos já estamos inseridos nesse sistema. Se você está lendo esse texto, é graças a hospedagem de uma página virtual, que não foi impressa e que não existe no mundo físico. Esse blog é um simples exemplo de como é possível organizar e montar o seu próprio espaço no mundo virtual. Tudo bem que as quase 352 postagens feitas até aqui mostrem principalmente sobre obras de arte do mundo físico, executadas por artistas do passado e do presente. Mas, não se assuste se, num futuro não muito distante, grande parte dos artistas e suas obras forem produtos somente de um mundo virtual.
DANIEL DOCIU - A máquina do tempo - Romênia
KOOD - Mystery plain - Coréia do Sul
É impossível ficar alheio a
essa que é uma das mais novas formas de expressão artística e que certamente
veio para revolucionar o nosso tempo. A arte digital está presente em
praticamente tudo que nos cerca, desde o visor de seu celular aos mais
requintados filmes de ficção científica. Há um certo preconceito com relação a
execução e criação da arte digital, mas é preciso frisar veemente que o
computador é nada mais que uma ferramenta. É quem o opera que dá vida a toda
criação. Uma ideia não nasce digital. Há um cérebro pensante que formula e
executa programas que darão origem a infinitas possibilidades de execuções
artísticas.
GEORGE MUNTEANU - Piratas - Romênia
ALEX ANDREYEV - Mar branco - Rússia
Toda e qualquer manifestação
artística produzida através de processos virtuais e em ambiente gráfico
computacional pode ser classificada como arte digital. Mas, ilude quem pensa
que criar uma arte digital basta apenas sentar diante de uma tela e manipular
algumas teclas. Há quem diga que os programas resolvem tudo e não é necessário
ter tanto conhecimento artístico teórico. Isso não é verdade. Um bom artista
digital é um conhecedor profundo de todos os conceitos básicos da arte
tradicional: perspectiva, volumes, composição, contrastes, tons, teoria
cromática, enfim, se não tiver passado por uma boa escola acadêmica de desenho,
dificilmente saberá manipular as ferramentas com precisão e qualidade. Vale
ressaltar, inclusive, que toda ferramenta de programas digitais é pensada e
feita exatamente com o intuito de funcionar como as ferramentas tradicionais.
Se você manipula bem os pincéis em uma tela, com um pouco de prática estará
manipulando essa mesma ferramenta em ambiente computacional.
BOGADN TOMCHUK - Jovem mulher - Ucrânia
MITCHELL MOHRHAUSER - Retrato de uma jovem - Estados Unidos
A arte digital teve suas
primeiras experiências na década de 1960 e foi se aperfeiçoando nas décadas
sequentes com uma velocidade incrível, típica do mundo virtual. Relata-se que
Andy Warhol tenha criado a arte digital, utilizando um Commodore Amiga, onde
colocou o computador em contato com o público no Lincoln Center, em Nova York,
em julho de 1985. Ele capturou uma imagem monocromática através de vídeo e a
digitalizou em um programa gráfico chamado Propaint. Logo depois manipulou as
cores usando preenchimentos de inundação, algo assombroso para a época. E olha
que estamos falando de apenas 30 anos atrás. Daí pra cá, cada dia parece evoluir um
século e as possibilidades com a arte digital parecem já não ter mais fim.
CAT-MEFF - O fantasma da máquina - Alemanha
VIC 126 - Monica - China
A arte digital mudou também
a linguagem. Algumas expressões tiveram de ser criadas em função das atividades
que foram sendo desenvolvidas. Termos como interatividade, virtualidade e
simulação jamais ganhariam a proporção que tem hoje sem a criação do computador
e de todas as suas extensões. E pensar que até meados dos anos 90 do século
passado, a arte digital era vista como uma arte marginal, onde os artistas só
conseguiam expor suas criações em eventos muito fechados e especializados. A
internet veio abrir caminhos inimagináveis para essa nova manifestação
artística. Há quem diga até que a arte digital é a nova arte popular. Com
certeza, todos já sentiram um pouco de sua presença em suas vidas.
SERGEY KOLESOV - Corrida pela vida - França
LIN ZHANG - Feliz aniversário - China
A arte digital engloba uma série de ramificações
que vão desde a simples manipulação de imagens, geralmente fotografias,
passando pela ilustração digital, pixel art, animação ou modelagem
tridimensional, arte fractal e web art. Não há como fugir, em uma certa
proporção, logo você estará sendo visitado por alguma dessas atividades.
Certamente não é muito glamouroso sair por aí com um notebook ou smartphone para fazer um plein air, mas não duvide que isso seja realidade em breve. Cavaletes, tintas, pincéis, lápis, são todos instrumentos que ficarão cada vez mais em desuso. Como praticante da arte tradicional, fico torcendo para que isso ocorra num futuro bem distante, no qual eu já não esteja presente. É uma previsão apocalíptica para a arte tradicional e para a qual já estamos acostumados, mas é algo cada vez mais inevitável. O que me consola é que a arte digital se vale apenas de novas ferramentas. O bom gosto e a procura pelo belo, por aquilo que nos encanta, ainda será o que sempre moveu e moverá o mundo da arte.
OBS: Todas as ilustrações contidas nessa matéria foram produzidas em ambiente computacional por artistas de diversas nacionalidades.
Certamente não é muito glamouroso sair por aí com um notebook ou smartphone para fazer um plein air, mas não duvide que isso seja realidade em breve. Cavaletes, tintas, pincéis, lápis, são todos instrumentos que ficarão cada vez mais em desuso. Como praticante da arte tradicional, fico torcendo para que isso ocorra num futuro bem distante, no qual eu já não esteja presente. É uma previsão apocalíptica para a arte tradicional e para a qual já estamos acostumados, mas é algo cada vez mais inevitável. O que me consola é que a arte digital se vale apenas de novas ferramentas. O bom gosto e a procura pelo belo, por aquilo que nos encanta, ainda será o que sempre moveu e moverá o mundo da arte.
OBS: Todas as ilustrações contidas nessa matéria foram produzidas em ambiente computacional por artistas de diversas nacionalidades.
PIOTR JABLONSKI - Tomcat - Polônia
MEREK DAVIS - Ciclo da vida - Estados Unidos
A beleza digital tem um mundo diferente... mas o empenho de grandes artistas de torna-la cada vez mais próxima, transforma o diferente em uma beleza maravilhosa... é impossível não admirar!
ResponderExcluirUm grande abraço meu amigo!
Olá Vidal, admiro meio que extasiado diante de tantas possibilidades, mesmo sendo um defensor confesso da arte tradicional. Estamos vivendo um novo tempo, as coisas acontecendo e muitos nem se dando conta disso. Somos personagens da história e é muito bom estar consciente dessa presença.
ExcluirAbraço grande, meu amigo!