JOSÉ GERALDO FAJARDO - D. Otília - Óleo sobre tela
Já faz tempo, a pintura de
retratos é um dos temas mais apreciados na pintura. Também já faz tempo que ela
deixou de ser apenas um dos principais exercícios nas academias e escolas de
arte, para se transformar num dos gêneros mais difundidos e praticados. Ela não
permite apenas o aprendizado do ofício de desenhar, pintar e aplicar técnicas,
mas principalmente eternizar o modelo retratado, fazendo com que artista e obra
atravessem séculos e se imortalizem. Antenados a isso, muitos museus e galerias
de arte já perceberam que são os retratos as peças mais preciosas de suas
coleções. Mais que a simples representação de um modelo em uma superfície, os
retratos expressam muito sobre o período em que foram criados e sobre o
histórico de seus criadores.
JOSÉ GERALDO FAJARDO - Arthur Sendas - Óleo sobre tela
JOSÉ GERALDO FAJARDO - Alice Cabral
Óleo sobre tela
Aristóteles, ao afirmar que
"o objetivo da arte não é apresentar a aparência externa das coisas, senão
o seu significado interno; pois isto, e não a aparência e o detalhe externos, constitui
a autêntica realidade", trouxe para a representação dos retratos um outro
significado. A uma pessoa retratada, é acrescentada a carga sentimental de quem
a executa. Assim, um mesmo retrato pode ter várias interpretações pelas mãos de
diferentes artistas. Havia, até bem pouco tempo atrás, o conceito errôneo de
que um retrato fosse uma peça exclusiva apenas ao seu dono ou aos parentes do
mesmo. Os retratos são vistos, agora, principalmente como um exercício
figurativo e como tal, representa uma obra de arte a ser admirada por vários
aspectos.
JOSÉ GERALDO FAJARDO - O aristocrata - Óleo sobre tela
JOSÉ GERALDO FAJARDO - Presidente Ernesto Geisel - Óleo sobre tela
Há artistas que dedicam
quase que exclusivamente à representação dos retratos em suas obras. José
Geraldo Fajardo é um dos grandes nomes da representação desse gênero em nosso
país. Como o próprio artista afirma, “pintar retratos é um desafio incrível”.
Como ele tem uma paixão por registrar pessoas, foi praticamente empurrado para que
esse gênero de pintura tornasse o seu preferido. Mas, também executa paisagens,
naturezas mortas, animais e cenas de gênero. E faz isso se utilizando de várias
técnicas: grafite, sanguínea, pastel seco e oleoso, tinta ecoline sobre papel e
principalmente o óleo.
JOSÉ GERALDO FAJARDO - O professor de música - Óleo sobre tela
JOSÉ GERALDO FAJARDO - Laços de família - Óleo sobre linho
Nascido na Ilha dos Pombos,
interior do Rio de Janeiro, a 6 de agosto de 1960, José Geraldo Alves Fajardo começou
na pintura somente em 1996, de maneira autodidata. Mas, como todo bom artista
pesquisador, deixou-se influenciar pelas obras de vários mestres antigos: Pedro
Américo, Batista da Costa, Henrique Bernardelli, Eliseu Visconti, Velásquez,
Gerard ter Borch, Vermeer, Rembrandt, Hans Holbein e Maxfield Parrish. Como
resultado, firmou-se em um estilo realista com colorido e pinceladas bem característicos.
JOSÉ GERALDO FAJARDO - Jovem mukubal - Óleo sobre tela
JOSÉ GERALDO FAJARDO - Francisco Alves, Retrato do velho
Óleo sobre tela
Ao ser indagado sobre o
figurativismo e o atual cenário nacional, o artista afirma: “O figurativismo
nacional está com muita força e expressão. Temos artistas excelentes que podem
perfeitamente ombrear com os internacionais. Faltam-nos marchands com mentes
mais livres, independentes e desapegados de rótulos, que queiram ajudar na
expansão do mercado das artes do Brasil”. Ainda falando sobre a arte realista,
o artista conclui: “A arte e a beleza são uma conquista da alma. Se a pessoa
possui isto dentro de si, se ela deu este salto evolutivo, ela terá,
irresistivelmente, que atuar independente de ‘achismos’. Os ditos ‘dias
contados para a arte realista’(como muitos insistem em dizer) para mim são um
equívoco de raciocínio, que visa, talvez, até inconscientemente, destruir o
desejo. E, quando se destrói o desejo, destrói-se a mente. Uma mente avariada
acovarda-se diante da possibilidade do sonho, daquele sonho arrebatador que
levou Beethoven a compor a sua 9ª Sinfonia, a Vivaldi as 4 Estações, a Albinoni
o Adágio em Sol Menor, a Pedro Américo a pintar a Batalha do Havaí... Enfim, sinto, pelo que vejo e constato que a
bela arte está ai. O que aconteceu e ainda acontece, na minha visão, é que a
arte conceitual conseguiu fazer sombra na figurativa”.
JOSÉ GERALDO FAJARDO - Abraham Lincoln
Óleo sobre eucatex
JOSÉ GERALDO FAJARDO - Vincent Van Gogh
Óleo sobre tela
Morando atualmente no Rio de
Janeiro, o artista sente que o mercado de sua cidade ainda não se deu o valor
que merece. Existindo ali excelentes artistas figurativos e não figurativos,
compara os mesmos a “um elefante que não experimentou ainda o seu potencial
porque ainda se enxerga como um camundongo”. Ao mencionar a arte brasileira em
relação à arte praticada nas grandes potências do mercado, exclama com
convicção: “O Brasil tem muito a caminhar! Muito! Nós ainda não temos o vigor
necessário que outros países possuem, porque não despertamos para tal. É como
se necessitássemos desvelar para despertar. Só na vigília é que podemos
enxergar a fonte transformadora que a arte pode proporcionar”.
PARA SABER MAIS:
Gostei muito da frase do pintor: "É como se necessitássemos desvelar para despertar. Só na vigília é que podemos enxergar a fonte transformadora que a arte pode proporcionar” Creio que esta verdade se aplica não apenas às artes plásticas mas à arte em geral neste nosso país. Abraços.
ResponderExcluirSim, Jane. Há muita coisa encoberta e muita coisa a ser transformada em toda a nossa gente. Mas, caminhamos para dias melhores, não perca a crença nisso.
ExcluirGrande abraço!
Na verdade, olhando bem os retratos pintados por Fajardo, a sensação de estar sendo observado é impressionante, os seus trabalhos são maravilhosos!
ResponderExcluirBelíssima matéria!
Grande abraço!
Obrigado, Vidal, por mais um presença e pela sua participação sempre honesta.
ExcluirGrande abraço, amigo!
Gostaria de agradecer ao artista José Rosário de Castro pela generosidade e atenção para com seus amigos artistas, entre os quais, eu me incluo. Muito obrigado valoroso e batalhador artista José Rosário de Castro!
ResponderExcluirEu que agradeço, Fajardo. É sempre uma honra poder divulgar os inúmeros artistas com quais a arte vai construindo o seu caminho.
ExcluirGrande abraço!
Parabenizo José Geraldo Fajardo pelo excelente trabalho...meu abraço.
ResponderExcluirMuito grato pela visita à página.
ExcluirUm ótimo dia!