ALBERT FLAMM - Recanto em Capri - Óleo sobre tela - 68 x 95 - 1850
ALBERT FLAMM - Campana romana com ruínas e agricultores
Óleo sobre tela - 75 x 115 - 1906
Muitos artistas começam suas
carreiras em sua própria terra de origem, mas muitos deles só se realizam
profissionalmente quando descobrem terras estrangeiras. Albert Flamm foi um
desses artistas. Natural da Alemanha, onde nasceu na cidade de Colônia a 9 de
abril de 1823, foi somente quando conheceu a Itália que seu trabalho atingiu o
nível que desejaria. Aliás, durante o século XIX, a Itália foi o roteiro para
muitos artistas do centro e norte da Europa, como de várias outras partes do
mundo, inclusive dos Estados Unidos, Rússia e até mesmo de artistas latinos,
como brasileiros e argentinos. Com clima bem mais ameno e praias ensolaradas, o
país tornou-se uma espécie de retiro obrigatório para muitas colônias de
artistas, além dos muitos museus respeitados e das coleções de importantes
famílias, que já atraíam turistas de várias partes do mundo.
ALBERT FLAMM - Golfo de Nápoles - Óleo sobre tela - 45,5 x 35 - 1906
ALBERT FLAMM - Figuras numa praia - Óleo sobre tela - 55,2 x 107,3
ALBERT FLAMM - Margens do Reno em Leutersdorf - Óleo sobre tela
Flamm estudou arquitetura,
entre os anos de 1836 e 1838, nas Academias de Arte de Dusseldorf e Antuérpia.
Somente em 1841, ele adotou a pintura como profissão, estudando na prestigiada
Escola de Dusseldorf, sob as orientações de Andreas Achenbach. Foi com Oswald,
irmão de Andreas, que estabeleceu uma profunda amizade e viajaram juntos por
várias partes do país. O ano de 1845 foi um período onde exploraram bastante as
paisagens do Reno, Ahr e Mosel.
ALBERT FLAMM - Capri - Óleo sobre tela
ALBERT FLAMM - Capri - Óleo sobre tela - 70 x 105 - Cerca de 1849
ALBERT FLAMM - Noite no Reno - Óleo sobre tela - 97,5 x 88 - 1906
Flamm descobriu um outro
universo quando visitou a Itália nos anos seguintes. A mudança de ambiente foi
tão decisiva em sua carreira, que ele montou um ateliê e residência em Roma,
juntamente com o artista suíço Arnold Böcklin. Oswald Achenbach também visitava
continuamente os amigos e saíam juntos para pintar. Ambos se encantaram
imediatamente com tudo que viam e exploraram as terras italianas na sua mais
completa possibilidade. Começaram ao sul de Nápoles, passaram pelas campanas
romanas e pelos pântanos de Pontine. A estreita relação desses artistas com as
terras italianas foi tanta, que Oswald Achenbach e Albert Flamm ficaram
conhecidos como os alemães italianos. Já estavam tão familiarizados com aquilo
que viviam, que artistas estrangeiros, como o americano Sanford Robinson
Gifford chegou a afirmar uma vez que ninguém pintava os campos italianos como
Oswald Achenbach, com exceção de Albert Flamm, em alguns poucos momentos.
ALBERT FLAMM - Vista da Torre de Badia, entre Salermo e Amalfi
Óleo sobre painel - 50 x 78 - 1849
ALBERT FLAMM - Vista do Golfo de Nápoles - Óleo sobre tela
ALBERT FLAMM - Numa campana - Óleo sobre painel - 40 x 50 - 1906
A prática da pintura em
ambiente aberto, hoje consagrado como plein
air painting, foi inicialmente adotada por eles, em 1848, quando fundaram
uma Associação de Pintores Intinerantes. Atividade que só foi incluída como
matéria de aula acadêmica em 1870, por Oswald Achenbach, na Academia de Arte de
Dusseldorf. Em 1898, Albert Flamm, Otto Erdmann e Georg Oeder fizeram,
inclusive, uma exposição comemorativa aos 50 anos da pintura ao ar livre.
ALBERT FLAMM - Vista da Pedra do Papa - Óleo sobre tela - 66 x 52
ALBERT FLAMM - Vista do Golfo de Nápoles - Óleo sobre tela - 60 x 80
ALBERT FLAMM - Numa costa de Capri - Óleo sobre tela - 100 x 131
Flamm viria a se casar em 19
de outubro de 1860, com Anna Arnz, uma filha do editor Heinrich Arnz . Ela era
irmã do pintor Albert Arnz e Julie Arnz, com quem o pintor Oswald Achenbach
tinha casado anteriormente. Flamm e Achenbach tornaram, assim, concunhados.
Flamm tinha uma irmã, Charlotte (1820-1895), que também posava como modelo-vivo
para o grupo, e um filho Carl, que se tornou pintor de retratos. Outro filho,
Oswald Flamm , estudou construção naval e engenharia naval em Charlottenburg e
foi um dos principais pesquisadores e engenheiros na construção naval e de submarinos
do Império Alemão.
ALBERT FLAMM - Numa paisagem italiana - Óleo sobre tela - 23,5 x 32,5
ALBERT FLAMM - Uma cantina na Via Apia - Óleo sobre tela - 100 x 150
ALBERT FLAMM - Festa da colheita - Óleo sobre tela - 29,5 x 43,3 - Circa de 1850
Sobre o trabalho de Albert
Flamm, pode-se dizer que a Itália predominou em quase toda sua produção. Foi
somente lá que adquiriu uma luminosidade, naturalidade e virtuosismo que dariam
atributos únicos aos seus trabalhos. Em terras italianas, ele preferia as
regiões de Roma e Nápoles, som suas luzes quentes e de onde ele conseguia
muitas cenas pintadas com informações únicas, que não encontraria em nenhum
outro lugar. Ele gostava da cultura e do povo italiano, com suas rotinas de trabalho
e sua vida discreta e feliz. Isso era tão percebido em suas obras, que logo
atraiu a atenção do próprio povo italiano e de turistas. Para valorizar a
vastidão da paisagem italiana, ele gostava sempre de escolher pontos elevados,
e assim obter uma panorâmica bem abrangente. Juntamente com Oswald Achenbach e
Eugen Dücker, Albert Flamm formava o trio dos mais respeitados paisagistas da
Academia de Dusseldorf.
O artista faleceu em
Dusseldorf, a 28 de março de 1906.
ALBERT FLAMM - Via Appia - Óleo sobre tela - 29,5 x 45,4
Gostei de cada trabalho... me lembra as pinturas do Rubens Vargas... certo que são ambientes diferentes e climas diferentes.
ResponderExcluirGrande abraço
São trabalhos fantásticos. Não canso de admirá-los!
ExcluirObrigado por vir, amigo!
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirVidal, obrigado por vir. Meu amigo, seu comentário foi removido acidentalmente. Sua visita sempre foi e será valiosa, bem como seus comentários. Grande abraço!
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