CARL BLOCH - A cena da manjedoura - Óleo sobre placa de cobre - 96,52 x 86,36
Certos fatos podem mudar de
vez a vida de qualquer pessoa. Essa mudança conduzirá seus passos dali em
diante e mesmo na sua ausência, quando já tiver falecido, ainda será o fator transcendental
de toda sua existência. Foi o que aconteceu ao pintor dinamarquês Carl Bloch,
em 1865, quando foi contratado para realizar 23 pinturas para o Palácio de
Frederiksborg. Todas as cenas retratando passagens da vida de Cristo. Tamanha
repercussão tomou o seu trabalho, que é quase impossível que exista uma pessoa
que não tenha visto sequer uma dessas pinturas, estampada em alguma folhinha,
revista, catálogo ou qualquer outro tipo de divulgação religiosa. Tais
trabalhos foram produzidos em 14 anos, entre os anos de 1865 e 1879. Ser
lembrado na eternidade pela sua obra é o que persegue todo artista, e
certamente, a obra de Carl Bloch já o eternizou no mundo da arte.
CARL BLOCH - A limpeza do templo - Óleo sobre placa de cobre - 96,52 x 86,36
CARL BLOCH - Jesus e a samaritana - Óleo sobre placa de cobre - 96,52 x 86,36
Carl Heirinch Bloch nasceu
na cidade de Copenhague, a 23 de maio de 1834, filho do comerciante Joergen
Peder Bloch e Ida Emilie Ulrikke Henriette Weitzmann Bloch. Ainda bem criança,
vivia desenhando por todos os lados e a ideia de se tornar um artista era algo
que o consumia. Esse não era o mesmo desejo dos pais, que o queriam numa
profissão mais estável e respeitável, como um oficial da Marinha, por exemplo.
Mas o seu desejo foi mais forte e ele acabou estudando com Wilhelm Mastrand, na
Academia Real Dinamarquesa de Arte. Sua arte veio a sofrer grandes influências
de outros mestres na viagem que fez à Itália e principalmente numa passagem que
fez anteriormente pela Holanda, onde se influenciou enormemente pela obra de
Rembrandt, em especial à dramaticidade de suas composições e o uso austero da
paleta.
CARL BLOCH - Cura no Tanque de Betesda - Óleo sobre tela - 282 x 320 - 1886
CARL BLOCK - Cristo e as crianças - Óleo sobre placa de cobre - 96,52 x 86,36
Os primeiros anos como
artista logo o tornaram um respeitado pintor de cenas de gênero e
posteriormente um respeitado retratista. Cenas italianas eram suas preferidas,
e não demorou para que o sucesso de suas composições ultrapassassem as
fronteiras de seu país. No início dos anos de 1860, já tinha encomendas
reservadas por tempos prolongados e tal fato chamou a atenção de mecenas
dinamarqueses que estavam à procura de um artista para decorar o Palácio de
Frederiksborg, restaurado após um grave incêndio que o devastou em 1859.
Liderados pelo empresário de cervejas J.C. Jacobsen, os mecenas contrataram os
serviços de Bloch para essa empreitada. O que ele produziu nos quase 15 anos de
trabalho, viria a mudar não só a sua vida pessoal, mas todo o seu legado
artístico. Até hoje, Carl Bloch é mundialmente reconhecido como o maior artista
a interpretar a trajetória de Cristo. Sua obra é atemporal e não há quem não se
emocione com ela, mesmo os não crentes e não seguidores do Cristianismo.
CARL BLOCH - A ressurreição de Lázaro
Óleo sobre placa de cobre - 104,14 x 83,32
CARL BLOCH - Curando um cego - Óleo sobre placa de cobre - 96,52 x 86,36
Carl Bloch conheceu Alma
Trepka, em Roma, e casou-se com ela no ano de 1868. Tinham uma vida de mútua
cumplicidade, até que ela faleceu prematuramente no ano de 1886. Foi um trauma
do qual nunca se refez. Não bastasse a perda de sua esposa, ele se viu sozinho
criando os oito filhos que tiveram. Existem várias cartas de artistas
contemporâneos e amigos dele que o consolavam constantemente com palavras de
apoio e carinho. No auge de sua carreira, produzia exaustivamente, mas sem o
entusiasmo que tanto o motivava anos atrás. O artista faleceu 4 anos depois da
morte de sua esposa, na cidade de Copenhague, a 22 de fevereiro de 1890, vítima
de um câncer de estômago, contra o qual não conseguia forças para lutar.
CARL BLOCH - A última ceia
Óleo sobre placa de cobre - 104,14 x 83,32
CARL BLOCH - O consolador - Óleo sobre tela
Num dos casos raros na
história da arte, Carl Bloch teve prestígio e reconhecimento ainda em vida
e a sua morte foi dada como um pesar irremediável na história da pintura
dinamarquesa. Sigurd Mueller, um dos maiores críticos de arte dinamarqueses,
afirmou que “Carl Bloch foi um mestre que se adiantou e mostrou o caminho para
ajudar o público a entender a arte”. Ainda hoje, somos todos gratos por ver o
mundo pelas suas talentosas mãos, em especial à trajetória de Cristo, que nunca
ninguém soube ilustrar tão bem.
CARL BLOCH - Autorretrato - Óleo sobre tela
As cenas transmitem uma paz, realidade, realmente, soube como ninguém...
ResponderExcluirA limpeza do templo é demais!
Boas festas para você e toda sua família.... felicidades!
Posso dizer, com certeza, que não encontro com alguém por aqui, tanto quanto você, Vidal.
ExcluirObrigado peal caminhada de todo o ano. Que possamos nos encontrar ainda mais por aqui.
Grande abraço!
De fato, as obras retratam a alma dos artistas
ResponderExcluire, além disso, os tornam eternos. Para você meu amigo José, desejo um natal
de muita luz e paz e um 2015 repleto de saúde e conquistas!!!!!
Pra você também, Isaque. Desejo que 2015 seja um ano especial em todos os sentidos.
ExcluirGrande abraço!
Já na minha infância, antes mesmo de compreender a arte, a obra de Bloch me impressionou.
ResponderExcluirE existe melhor critério de avaliação do que a emoção?
ExcluirGrato por vir, Roberto.
Simplesmente magnífico!!!!
ResponderExcluirGrato pela vinda e por comentar.
ExcluirGrande abraço!
Conteúdo extraordinário. Continue produzindo. Parabéns!
ResponderExcluirObrigado. Ainda voltarei.
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