sábado, 7 de julho de 2012

AINDA DÁ TEMPO...


Ainda continuam montadas três exposições em Belo Horizonte, que merecem ser vistas. Não só pela beleza e pelo conjunto das obras apresentadas em todas as três, mas principalmente por elas possuírem linguagens bem diferentes, o que proporciona um paralelo entre épocas, estilos e propostas: Caravaggio, Giorgio de Chirico e Rui de Paula.

CARAVAGGIO E SEUS SEGUIDORES
Estava bem ansioso para ver essa mostra, pois sempre tive uma admiração especial pelos trabalhos de Caravaggio. Um dos primeiros artistas a romper com propostas acadêmicas de sua época e lançar um olhar com mais realismo para o mundo a sua volta. Não é todo dia que se tem a honra de ver 6 obras desse grande artista em um mesmo espaço. E ainda tem mais 14 obras de seguidores de seu estilo, que compõe uma bela exposição e não devem nada aos caminhos do mestre. Trabalhos belíssimos e aquela sensação especial de ficar a menos de um metro de uma obra, que já esteve a essa mesma distância de um dos maiores gênios da arte. Emoção única e intransferível.
Como a exposição teve e está tendo uma visitação espantosa, o encerramento da mesma foi transferido para o dia 22 de julho. Montada na Casa Fiat de Cultura. Chance de quem não viu, ainda ver.

CARAVAGGIO - Medusa - Óleo sobre tela - 60 x 55 - Cerca de 1597
Galeria Degli Uffizi, Florênça

CARAVAGGIO - São Francisco em oração
Óleo sobre tela - 130 x 98 - 1610
Santa Maria della Concezione de Capuccini, Roma

De CHIRICO – O SENTIMENTO DA ARQUITETURA
Por estarem quase que no mesmo espaço, também na Casa Fiat de Cultura, separadas apenas por um piso de diferença, as duas exposições, que tem um antagonismo enorme, não deixam de chocar. As linguagens artísticas são bem distintas e o visitante mais descuidado pode querer fazer comparações desnecessárias.
De Chirico produziu um surrealismo metafísico, sendo um dos precursores desse movimento modernista na história. Diferente do surrealismo onírico que marcou grande parte da carreira de Dali, De Chirico finca os pés na realidade e mostra a arquitetura dos homens.
Muitas obras, uma bela distribuição e destaque especial para as esculturas, que ao meu ver, roubam a cena.
A mostra continua em exposição até o dia 29 de julho.

GIORGIO DE CHIRICO - O retorno de Ulisses - Óleo sobre tela - 1968

GIORGIO DE CHIRICO - Mistério e melancolia de uma rua
Óleo sobre tela - 85 x 69 - 1914

RUI DE PAULA – MINAS: ASSIM...
Uma mostra impecável desse artista mineiro, acontece no Minas Tênis Clube II. Diversas telas desfilam Minas em suas mais variadas situações: rurais, urbanas, intimistas e despojadas. Com uma linguagem que mostra grande influência impressionista, os trabalhos encantam principalmente pelo impacto das cores e bom gosto das composições.
Conversando com o artista, ele comentou que fez um trabalho mais solto, preparado especialmente para a mostra. Qualidade que se percebe claramente desde a primeira tela.
Fica em cartaz até o dia 22 de julho.

RUI DE PAULA - Tropeiros - Óleo sobre tela - 30 x 40

RUI DE PAULA - Conversa de bar
Óleo sobre tela - 60 x 60

2 comentários:

  1. Mestre José, embora sejam artistas de épocas e estilos diferentes, são grandes artistas pelo que conseguem transmitir, muito obrigado por nos presentear com este grande evento... valeu meu amigo!

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    1. Vidal, realmente são oportunidades únicas de se ver. Obrigado pela visita de sempre.
      Grande abraço!

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