Ainda continuam montadas
três exposições em Belo Horizonte, que merecem ser vistas. Não só pela beleza
e pelo conjunto das obras apresentadas em todas as três, mas principalmente por
elas possuírem linguagens bem diferentes, o que proporciona um paralelo entre
épocas, estilos e propostas: Caravaggio, Giorgio de Chirico e Rui de Paula.
CARAVAGGIO E SEUS SEGUIDORES
Estava bem ansioso para ver
essa mostra, pois sempre tive uma admiração especial pelos trabalhos de
Caravaggio. Um dos primeiros artistas a romper com propostas acadêmicas de sua
época e lançar um olhar com mais realismo para o mundo a sua volta. Não é todo
dia que se tem a honra de ver 6 obras desse grande artista em um mesmo espaço.
E ainda tem mais 14 obras de seguidores de seu estilo, que compõe uma bela
exposição e não devem nada aos caminhos do mestre. Trabalhos belíssimos e
aquela sensação especial de ficar a menos de um metro de uma obra, que já
esteve a essa mesma distância de um dos maiores gênios da arte. Emoção única e
intransferível.
Como a exposição teve e está
tendo uma visitação espantosa, o encerramento da mesma foi transferido para o
dia 22 de julho. Montada na Casa Fiat de Cultura. Chance de quem não viu, ainda ver.
CARAVAGGIO - Medusa - Óleo sobre tela - 60 x 55 - Cerca de 1597
Galeria Degli Uffizi, Florênça
CARAVAGGIO - São Francisco em oração
Óleo sobre tela - 130 x 98 - 1610
Santa Maria della Concezione de Capuccini, Roma
De CHIRICO – O SENTIMENTO DA
ARQUITETURA
Por estarem quase que no
mesmo espaço, também na Casa Fiat de Cultura, separadas apenas por um piso de diferença, as duas exposições,
que tem um antagonismo enorme, não deixam de chocar. As linguagens artísticas
são bem distintas e o visitante mais descuidado pode querer fazer comparações
desnecessárias.
De Chirico produziu um
surrealismo metafísico, sendo um dos precursores desse movimento modernista na
história. Diferente do surrealismo onírico que marcou grande parte da carreira
de Dali, De Chirico finca os pés na realidade e mostra a arquitetura dos
homens.
Muitas obras, uma bela
distribuição e destaque especial para as esculturas, que ao meu ver, roubam a
cena.
A mostra continua em
exposição até o dia 29 de julho.
GIORGIO DE CHIRICO - O retorno de Ulisses - Óleo sobre tela - 1968
GIORGIO DE CHIRICO - Mistério e melancolia de uma rua
Óleo sobre tela - 85 x 69 - 1914
RUI DE PAULA – MINAS:
ASSIM...
Uma mostra impecável desse
artista mineiro, acontece no Minas Tênis Clube II. Diversas telas desfilam Minas
em suas mais variadas situações: rurais, urbanas, intimistas e despojadas. Com
uma linguagem que mostra grande influência impressionista, os trabalhos
encantam principalmente pelo impacto das cores e bom gosto das composições.
Conversando com o artista,
ele comentou que fez um trabalho mais solto, preparado especialmente para a
mostra. Qualidade que se percebe claramente desde a primeira tela.
Fica em cartaz até o
dia 22 de julho.
RUI DE PAULA - Tropeiros - Óleo sobre tela - 30 x 40
RUI DE PAULA - Conversa de bar
Óleo sobre tela - 60 x 60
Mestre José, embora sejam artistas de épocas e estilos diferentes, são grandes artistas pelo que conseguem transmitir, muito obrigado por nos presentear com este grande evento... valeu meu amigo!
ResponderExcluirVidal, realmente são oportunidades únicas de se ver. Obrigado pela visita de sempre.
ExcluirGrande abraço!