O rompimento da Barragem de
Fundão deixou uma lição amarga para a nossa geração. Acidente ecológico sem
precedentes na história de Minas Gerais, levantou uma série de perguntas sobre
os verdadeiros propósitos do homem e seu habitat. Mais do que a exigência de
uma nova postura perante ao manuseio dos rejeitos da mineração, ficou também
claro um novo compromisso com a sociedade e o meio ambiente, mediante a prática
de políticas reparadoras e que venham a promover o desejo de um novo mundo,
mais igualitário para todos.
Como medida reparadora, foi
criada a Fundação Renova. A Fundação Renova é a entidade responsável pela
mobilização para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de
Fundão, em Mariana (MG). Trata-se de uma organização sem fins lucrativos,
resultado de um compromisso jurídico chamado Termo de Transação e Ajustamento
de Conduta (TTAC). Cerca de 42 programas conduzidos pela fundação se desdobram
nos muitos projetos que estão sendo implementados nos 670 quilômetros de área
impactada ao longo do rio Doce e afluentes. As ações em curso são de longo
prazo.
A Fundação Renova reúne
técnicos e especialistas de diversas áreas de conhecimento, dezenas de
entidades de atuação socioambiental e de conhecimento científico do Brasil e do
mundo e soma hoje cerca de 6 mil pessoas (entre colaboradores próprios e
parceiros) trabalhando no processo de reparação, de Mariana à foz do rio Doce.
Um dos 42 programas desenvolvidos pela Fundação Renova é o Edital Doce. A principal função do Edital Doce é apoiar projetos nas áreas de cultura, turismo, esporte e lazer por meio do Edital Doce.
Tive um projeto contemplado por meio do Edital Doce: o Projeto Traço Jovem.
O Projeto Traço Jovem visa
levar aos jovens de dois distritos do município de Dionísio o ensino do curso
de Desenho Artístico. Com ênfase nas técnicas de grafite e lápis de cor, o
projeto levou aos distritos de Baixa Verde e Conceição de Minas um curso
durante 5 meses, com início no mês de outubro de 2021 e término em fevereiro de
2022.
Realizar uma oficina de artes
de forma presencial não foi uma tarefa muito fácil. Os jovens estavam
parados há quase dois anos, depois de uma longa e traumatizante pandemia. Foi a
primeira atividade presencial a que eles se viram inseridos. As aulas escolares
já haviam começado de forma online, mas os alunos ainda não haviam
experimentado um curso presencial. Dessa empreitada, ficou a lição de que é
praticamente impossível conduzir um curso totalmente presencial de agora em
diante. São novos tempos que pedem novas posturas e novos desafios no campo da
aprendizagem. A praticidade da aula online, acessível no momento mais oportuno
e no conforto da própria casa, fez com que a assiduidade ao curso ficasse
comprometida. Felizmente, a criação de um grupo em rede social, onde as
atividades eram socializadas, fez com a ausência presencial não interferisse no
aprendizado das atividades oferecidas.
Somado ao desafio do retorno à
atividade presencial, também teve a nova onda de pandemia do Coronavírus, com
suas variantes. As fortes chuvas do período também impossibilitaram a
realização de aulas presenciais por alguns dias, uma vez que as comunidades são
localidades no interior do munícipio, ligadas à sede por estrada de terra.
Especialmente o distrito de Baixa Verde ficou isolado em várias ocasiões e o
acesso se tornou impossível. Ambos desafios que tiveram uma ajuda considerável
das aulas online para serem contornados.
Ao final do projeto, fazia parte do cronograma uma exposição em cada comunidade onde foram realizadas as oficinas. Infelizmente, devido à pandemia, os espaços públicos ainda não estão liberados para exposição no município de Dionísio. O único espaço permitido foi a Escola Estadual Jacy Garcia, que por medida de precaução, também limitou a visualização da exposição para o público de alunos e corpo da escola. São regras que ainda precisam ser seguidas, uma vez que o novo pico de contágio só começa a dar sinais de queda nesse momento. Independente dos contratempos, foi um dia descontraído, com a visualização dos trabalhos pelos colegas dos alunos do projeto, despertando interesse em alguns e inspirando principalmente os mais novos.
O projeto foi concluído no dia
3 de março. Ficaram muitas lições, tanto para os alunos quanto para mim. Um
projeto experimental, numa proporção maior a que eu fazia de forma voluntária
na sede do município. Deixou diversos ensinamentos para serem empregados em uma
futura oportunidade.
AGRADECIMENTOS:
Muitas foram as pessoas e
órgãos que tornaram realidade esse projeto, mas não poderia deixar de citar
alguns deles:
. Fundação Renova
. Associação Comunitária dos
Moradores de Baixa Verde, que cedeu o espaço do Centro Cultural (na pessoa de
Vera Lobato).
. Clube de Mães Imaculada
Conceição, em Conceição de Minas, que cedeu o espaço da sede da associação (na
pessoa de Delma Araújo de Castro Abreu).
. CRAS (Prefeitura Municipal
de Dionísio), que fez as inscrições de alguns jovens na localidade de Baixa
Verde.
. Bruno Minafra (apoio
técnico).
. Huberdam J. Nascimento
(Baixa Verde).
. Especialmente aos alunos que
acreditaram e ajudaram o projeto a acontecer.
Parabéns meu amigo pelo incentivo de sempre.... Os novos artistas precisam muito desse apoio!
ResponderExcluirObrigado, Vidal. Bom quando a gente vai fazendo nossa parte.
ExcluirOlá, sou um grande admirador do seu trabalho. Você é um grande artista. Ainda quero adquirir uma de suas obras.
ResponderExcluirParabéns pelo sensível e belíssio trabalho. Uma grande abralço!!!!
Wagner Tibiriçá
Muito grato por vir. Um grande abraço!
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