terça-feira, 24 de setembro de 2013

EDUARDO ZAMACOIS Y ZABALA

EDUARDO ZAMACOIS Y ZABALA - A visita inoportuna
Óleo sobre madeira - 23 x 29.5 - 1868 - Museu de Belas Artes de Bilbao

EDUARDO ZAMACOIS Y ZABALA - Batismo de um pobre
Óleo sobre tela

Há certos artistas que seguem suas influências com fidelidade e não se desvencilham delas, por todas suas vidas. Eduardo Zamacois y Zabala se encaixa nesse grupo, se compararmos seus trabalhos mais maduros com o grande mestre que encontrou em Paris, Ernest Meissonier. Nascido em Bilbao, Espanha, a 2 de julho de 1841 e falecido em Madri, em 12 de janeiro de 1878, é daqueles artistas que teve uma curta trajetória produtiva, mas que se dedicou ao máximo para valoriza-la. Faleceu cedo, deixando uma produção escassa, mas provida de muito preciosismo e altíssima qualidade de trabalho.

EDUARDO ZAMACOIS Y ZABALA - Regresso ao convento
Óleo sobre linho - 54.5 x 100.5 - 1868 - Museu Carmen Thyssen, Málaga

EDUARDO ZAMACOIS Y ZABALA - Bufões jogando bocha 
Óleo sobre madeira - 46 x 35.6 - 1868 - Museu de Belas Artes de Bilbao

Recebeu suas primeiras lições de arte em sua própria cidade natal com os professores Joaquín Balaca e Cosme Duñabeitia. Os ensinamentos desse período também incluíam uma esmerada educação em diversos outros campos, como música e outros idiomas. Em 1856, quando já se encontrava em Madri com sua família, ingressa na Real Academia de Belas Artes de San Fernando, vindo a fazer aulas com Federico de Madrazo. Já em 1860, muda-se para Paris e se instala no Hotel Garni, no bairro de Montmartre, endereço muito disputado pelos artistas da época. Depois de algumas tentativas frustradas para entrar na Escola de Belas Artes, consegue ser aceito no ateliê de Ernest Meissonier, quem seria sua grande referência dali em diante.

EDUARDO ZAMACOIS Y ZABALA - A educação de um príncipe - Óleo sobre tela

EDUARDO ZAMACOIS Y ZABALA - Amor platônico
Óleo sobre tela - 1870

Mesmo que todas as suas primeiras referências sejam de artistas retratistas, Zamacois prefere a pintura de gênero, que executa com um preciosismo maduro e quase sempre em pequenos formatos. Por toda a Europa, havia uma tendência muito grande para obras históricas e na Espanha, terra de Zamacois, elas eram executadas sempre em grandes dimensões. Ele, porém, segue mais uma vez a preferência francesa de executar uma pintura mais íntima, de pequenas dimensões, mas sempre muito elaboradas. Talvez a chave para o sucesso de suas obras sejam esses atributos: cores puras, composições equilibradas e um detalhismo minucioso.

EDUARDO ZAMACOIS Y ZABALA - Espanha 1812, ocupação francesa
Óleo sobre tela - 44,3 x 52 - 1866

EDUARDO ZAMACOIS Y ZABALA - O favorito do rei
Óleo sobre painel - 55,9 x 45,1 - Coleção particular


Uma grande amizade com o artista Mariano Fortuny, viria a ser estabelecida à partir de 1866, tendo inclusive um retrato seu executado por esse outro grande artista espanhol. Muitos esforços não tardaram em render o merecido reconhecimento, vindo Zamacois a obter a Medalha de Ouro no Salão Oficial, com a obra Educação de um príncipe. A guerra franco-prussiana obrigou o seu retorno à Madri, e logo depois de sua chegada, ele falece com apenas 37 anos de idade, devido a sérios problemas de saúde, que já o acompanhavam desde Paris. Não chega a ver os trabalhos que enviara para o salão de Paris, naquele ano. Uma homenagem especial foi realizada para ele naquele salão, inclusive com a publicação de fotos de suas melhores obras.

Eduardo Zamacois y Zabala, num óleo sobre tela do artista Raimundo de Madrazo y Garreta
80,5 x 65 - 1863

8 comentários:

  1. As obras de Eduardo Zamacois , revela a pureza de um grande artista... pena falecer tão jovem...
    Mas um grande artista!
    Bela matéria, felicidades!

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    1. Olá Vidal, fico imaginando se um artista como o Zamacois tivesse tido pelo menos mais uns 30 anos de carreira... Quanta beleza não teria nos deixado...
      Grande abraço, amigo!

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  2. Legal José Rosário...A primeira obra me lembrou " O Importuno" de Almeida Junior.
    Belissima matéria. Um abraço

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    1. Fiquei com essa mesma impressão, Jesser. Será que um inspirou o outro? Esse é um tema corrente na arte do século XIX... Difícil de saber.
      Grande abraço, amigo!

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  3. Interessante, não tem como não lembrar de Almeida Jr, quando se vê essa tela. Tive a mesma lembraça.

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    1. Vários artistas, de todo o mundo, geralmente iam estudar em Paris, durante toda a segunda metade do seculo XIX. Coincidentemente, período em que o Almeida Jr e vários outros estiveram por lá. Vários exploraram esse tema.

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