domingo, 12 de agosto de 2018

A ARTE NO SÉCULO XIX: Parte 5

CASPAR DAVID FRIEDRICH - Luar sobre o mar - Óleo sobre tela - 55 x 71 - Cerca de 1822

As obras de Friedrich foram determinantes no
movimento do  Romantismo artístico alemão.

CASPAR DAVID FRIEDRICH - Caminhante sobre o mar de névoa
Óleo sobre tela - 94,8 x 74,8 - 1818

Durante o Iluminismo, ou A Idade da Razão, os pintores românticos alemães voltaram suas atenções para as emoções interiores em vez de observações fundamentadas. Eles olharam para épocas anteriores, incluindo a Idade Média, para exemplos de homens que viviam em harmonia com a natureza e entre si. Os nazarenos, um grupo de pintores fundados em Viena, em 1809, favoreceu a pintura medieval e do início da Renascença italiana, repudiando o popular estilo neoclássico preferido na época. Eles acabaram tendo uma influência significativa no ideal artístico da Alemanha daqueles tempos. Apesar de serem mais divulgados, os movimentos românticos da França e Inglaterra devem consideravelmente a esses precursores alemães. Um outro fato a destacar nos países de predominância anglicana e luterana, logo após as reformas protestantes, é que os artistas dessas nacionalidades buscaram naturalmente o emprego de novas temáticas aos seus trabalhos, que não fossem os tão comuns temas históricos, religiosos e mitológicos. Prova disso, é que nos países do centro e norte da Europa, era comum a prática de naturezas mortas, marinhas e posteriormente a paisagem, que muito colaborou com uma grande adesão de artistas românticos.

CASPAR DAVID FRIEDRICH - Rochedos no Elba
Óleo sobre tela - 94 x 74 - Entre 1822 e 1823

Fora do eixo França-Inglaterra, foi um alemão quem deu um grande impulso ao movimento romântico: Caspar David Friedrich. Nascido em 1774, foi um pintor, gravurista, desenhista e escultor. Ele é o mais puro representante da pintura romântica alemã. Friedrich nasceu em um período em que a sociedade da Europa estava se movendo de uma forte inclinação materialista para um sentimento de desilusão, onde novos impulsos espirituais começavam a se fazer sentir. Essa mudança encontrou expressão em uma reapreciação do mundo natural, visto com uma criação divina pura, em contraste com a superficialidade da civilização construída pelo homem.

CASPAR DAVID FRIEDRICH - Falésias em Rügen
Óleo sobre tela - 90,5 x 71 - Entre 1818 e 1819

CASPAR DAVID FRIEDRICH - O Wtazmann
Óleo sobre tela - 133 x 170 - Entre 1824 e 1825

Friedrich trabalhou predominantemente na pintura de paisagens e explorou a relação do homem com a terra. A pintura de paisagem tornou-se uma alegoria para a alma humana, bem como um símbolo de liberdade e ausência de limites que sutilmente criticava a restrição política da época. As paisagens simbólicas de Caspar David Friedrich e sua evocação do sublime tiveram influência duradoura entre os artistas modernos, do expressionista Edvard Munch aos surrealistas Max Ernst e René Magritte, aos últimos expressionistas abstratos Mark Rothko e Barnett Newman. A visualização inspiradora de Friedrich da paisagem alemã foi adotada pelos nazistas na década de 1930 para promover sua ideologia de sangue e solo, que defendia o racismo e um nacionalismo romantizado. Como resultado, a reputação de Friedrich levou muitos anos para se recuperar.

JOHANN FRIEDRICH OVERBECK - Itália e Alemanha - Óleo sobre tela

Overbeck foi um dos fundadores do Grupo dos Nazarenos.

Graças a Friedrich, os princípios do romantismo, enfatizando a primazia do indivíduo e, dentro desse indivíduo, o poder da imaginação e do sentimento subjetivo, tornaram-se a base de grande parte da cultura moderna. A ênfase do surrealismo na vida onírica e no subconsciente subjetivo, a ênfase do expressionismo na intensidade emocional e a ênfase contemporânea no artista como celebridade cultural, todas derivam do romantismo. O movimento tornou-se parte de como pensamos sobre o indivíduo, sua experiência individual e sua expressão na arte. O conceito do artista como um visionário em sintonia com a natureza mais profunda da realidade, que tem sido parte de qualquer número de movimentos de vanguarda, é essencialmente uma visão romântica.

FRANCESCO GOYA - O fuzilamento de 3 de maio de 1808
Óleo sobre tela - 266 x 345 - 1814 - Museu do Prado, Madri

FRANCESCO DE GOYA - Saturno
Óleo sobre painel montado em tela - Entre 1820 e 1823

O movimento romântico também chegou à Espanha, mais diretamente sob os pincéis de Francisco de Goya. No meio da Guerra Peninsular, travada por Napoleão e pela Guerra da Independência espanhola, os pintores românticos espanhóis começaram a explorar visões mais subjetivas de paisagens e retratos, valorizando o indivíduo. Francisco de Goya foi de longe o mais proeminente dos românticos espanhóis. Enquanto ele era o pintor oficial da corte real, nos anos finais do século XVIII, começou a explorar o imaginário, o irracional, e os horrores do comportamento humano e da guerra. Suas obras, incluindo a pintura O terceiro de maio de 1808 (1814) e a série de gravuras O desastre da Guerra (1812-15), permanecem como poderosas repreensões da guerra durante a era do Iluminismo. Cada vez mais retraído, Goya fez uma série de Pinturas Negras (1820-23) que explorou os terrores contidos nos recônditos mais íntimos da psique humana.

OREST KIPRENSKY - Um jovem jardineiro - Óleo sobre tela - 1817

IVAN KONSTANTINOVICH AIVAZOVSKY -  Luar no Bósforo
Óleo sobre tela - 24,5 x 30,5 - 1865

HANS GUDE - Paisagem da Noruega - Óleo sobre tela - 158 x 235 - 1858

Em outros lugares da Europa, os principais artistas adotaram estilos românticos: na Rússia havia os retratistas Orest Kiprensky e Vasily Tropinin, com Ivan Aivazovsky se especializando em pintura marinha, e na Noruega Hans Gude pintou cenas de fiordes. Na Itália, Francesco Hayez foi o principal artista do romantismo na Milão de meados do século XIX. Sua carreira longa, prolífica e extremamente bem sucedida viu-o começar como um pintor neoclássico, atravessar o período romântico e emergir no outro extremo como um pintor sentimental de mulheres jovens. Seu período romântico incluiu muitas peças históricas de tendências "Troubadour", mas em grande escala, que são fortemente influenciadas por Gian Battista Tiepolo e outros mestres italianos do barroco tardio. Muitas escolas, em todas as partes da Europa, deixaram se orientar pela influência do Romantismo. Destaque para a Escola de Dusseldorf, na Alemanha, cuja especialização era exatamente a paisagem. Movimentos como o Realismo e o Naturalismo foram somados à influência do Romantismo, por muitos artistas, em quase todas as partes.

FRANCESCO HAYEZ - O beijo - Óleo sobre tela - 1859

FRANCESCO HAYEZ - Betsabé ao banho - Óleo sobre tela - 1834

O romantismo literário teve sua contrapartida nas artes visuais americanas, mais especialmente na exaltação de uma paisagem americana indomável encontrada nas pinturas da Escola do Rio Hudson. Pintores como Thomas Cole, Albert Bierstadt e Frederic Edwin Church e outros, muitas vezes expressaram temas românticos em suas pinturas. Eles às vezes descreviam antigas ruínas do mundo antigo, ou apenas retratavam a beleza ainda intocada do solo americano. Essas obras refletiam os sentimentos góticos de morte e decadência. Eles também mostram o ideal romântico de que a natureza é poderosa e acabará por superar as criações transitórias dos homens. Mais frequentemente, eles trabalharam para se distinguir de seus colegas europeus, retratando cenas e paisagens exclusivamente americanas. Essa ideia de uma identidade americana no mundo da arte é refletida no poema de WC Bryant, para Thomas Cole. Quando Cole partiu para a Europa, Bryant o incentivou a lembrar das poderosas cenas que só podem ser encontradas na América.

THOMAS COLE - A Viagem da Vida, Juventude - Óleo sobre tela - 134 x 195 - 1842

ALBERT BIERSTADT - Uma tempestade nas Montanhas Rochosas, Mt Rosalie
Óleo sobre tela - 210,8 x 361,3 - 1866

ALBERT BIERSTADT - Paisagem das Montanhas Rochosas
Óleo sobre tela - 93 x 139,1 - 1870

Algumas pinturas americanas (como As Montanhas Rochosas, de Albert Bierstadt) promovem a ideia literária do "nobre selvagem" ao retratar os nativos americanos idealizados que viviam em harmonia com o mundo natural. As pinturas de Thomas Cole tendem à alegoria, explícitas na série A Viagem da Vida, pintada no início da década de 1840, mostrando as etapas da vida no meio de uma natureza impressionante e imensa. Frederic Church foi mais além, indo em busca de paisagens ainda mais exóticas na América do Sul e no Polo Ártico.

FREDERIC CHURCH - Niagara Falls - Óleo sobre tela - 101,6 x 229,9 - 1857

FREDERIC CHURCH - Vista do Cotopaxi - Óleo sobre tela - 62,2 x 92,7 - 1857


Na próxima matéria, veremos os últimos grandes defensores, propriamente ditos, dos movimentos neoclássicos e românticos. E também a influência deles em um dos movimentos mais espetaculares do século XIX, o Orientalismo.

VEJA TAMBÉM AS MATÉRIAS ANTERIORES:
. A arte no século XIX: Parte 1
. A arte no século XIX: Parte 2
. A arte no século XIX: Parte 3
. A arte no século XIX: Parte 4


sábado, 4 de agosto de 2018

A ARTE NO SÉCULO XIX: Parte 4



JOHN CONSTABLE - A Catedral de Salisbury vista do jardim do bispo 
sobre tela - 88,9 x 112,4 cm - 1826

Constable foi o grande nome na paisagem inglesa, nos anos
finais do século XVIII e início do século XIX. Sua
maneira de pintar influenciou muitas gerações além dele.

JOHN CONSTABLE - Dedham Vale com o Rio Stour, East Bergholt
Óleo sobre tela - 51 x 91,5 cm

Tarefa tão árdua quanto falar sobre o Romantismo é descobrir a sua gênese. Um movimento que abrangeu com a mesma intensidade diversos setores da arte: Literatura, Pintura, Música... Alcançou vários países e em vários deles os aspectos diferenciavam bastante, assim como sua forma de manifestação.  A reação que se produziu no século XVIII contra a arte barroca foi essencialmente definida como regresso ao antigo. Importa analisar mais a fundo esta noção, para reconhecer que as tendências que então prevaleceram no meio internacional de Roma estão também na origem de um movimento, o movimento romântico, que tomou aspectos de oposição ao culto do antigo e que, mais tarde, o substituiu. Nas artes visuais, o romantismo mostrou-se pela primeira vez na pintura de paisagens, onde desde os anos 1760 os artistas britânicos começaram a se voltar para esse tema, com seus campos inspiradores e sua arquitetura gótica. É exatamente com os ingleses, a melhor forma de começar a falar sobre esse movimento.

CLAUDE LORRAIN - Amanhecer - Óleo sobre tela - 102,9 x 134 cm - Entre 1646 e 1647
Embora Lorrain tenha vivido muito antes do movimento denominado Romantismo,
suas obras foram referência para muitos artistas que o praticaram.


WILLIAM TURNER - O Lago de Zug  - Aquarela sobre papel - 29,8 x 46,6 cm - 1843

WILLIAM TURNER - O declínio do Império Cratago - Óleo sobre tela - 170 x 239 cm - 1817

Embora a França seja o palco principal da arte do século XIX, a Inglaterra teve sobre a França uma ação que está longe de ser desprezada. Nos seus quadros, nas aquarelas e não menos nas suas litografias, que ofereciam a vantagem duma larga difusão, os Ingleses, fiéis a esse amor do campo que se tinha manifestado já nos seus jardins, puseram a paisagem na moda. William Turner foi um dos nomes mais exponenciais para essa época. Ele era original, áspero e obtuso, era a tal ponto apaixonado por Claude Lorrain que quis que um dos quadros deste figurasse ao lado dum dos seus próprios, na Galeria Nacional. Pouco a pouco, o estudo da luz e do mar levou-o a uma concepção e a uma técnica que foram mal compreendidas pelo seu tempo: as suas telas são como fogos de artifício de cores vivas, em que as formas se diluem. Grutas irisadas, navios de velas multicores fundem-se numa bruma luminosa, do que resulta por vezes certa monotonia. As aquarelas de Turner seduzem talvez mais. Visões de Veneza ou das cidades de França, evocam um universo fluido, todo de luz e de água. A bem dizer, Turner não foi seguido por ninguém. Certos artistas se tornam únicos em diversos aspectos.


WILLIAM TURNER - O declínio do Império Cratago - Óleo sobre tela - 17 x 23,9 cm - 1817

THOMAS GIRTIN - Lincoln Cathedral
Aquarela e guache sobre papel - 23,7 x 28,9 cm - Cerca de 1795

Os outros aguarelistas formam, em contrapartida, uma espécie de escola. Não há arte mais popular na Inglaterra daqueles tempos. Os que a praticam usam uma técnica impecável e com bastante novidade, no sentido de que sabem tirar lindamente partido das transparências no branco do papel e do aspecto molhado. Desse modo, a aquarela, em vez de servir de realce ao desenho, toma a feição dum modo de expressão completo. Thomas Girtin, entre outros, que veio a Paris com os Aliados, foi muitíssimo admirado, e merecidamente, na França.

JOHN CONSTABLE - A carroça de feno - Óleo sobre tela - 130 x 185 cm - 1821

JOHN CONSTABLE - O Vale de Stour e a Igreja de Dedhan
Óleo sobre tela - 55,6 x 77,8 cm - Cerca de 1815

Mas o maior paisagista inglês do final de século XVIII e início de século XIX, John Constable, praticou sobretudo a pintura a óleo. Os seus esboços, de maneira brusca e decidida, em que os toques de cores diferentes se justapõem sem se fundir, atingem notável frescura e um efeito impressionante. É possível que estas qualidades se percam por vezes nos seus grandes quadros compostos, porque sucede a Constable parecer então artificial, pecado frequente dos Ingleses quando abandonam a transcrição literária da natureza. Pelo hábito de pintar ao ar livre, é considerado um dos predecessores do movimento impressionista, tanto que os artistas fundadores desse movimento, em solo francês, visitaram exposições suas em Londres.

WILLIAM BLAKE - Pity - Gravura - 42,2 x 52,7 cm - Cerca de 1795

Não se pode, no entanto, dar por findo o estudo da escola inglesa sem mencionar ao menos um artista que não teve qualquer influência na evolução da arte do seu século, porque foi ignorado pelos contemporâneos, mas que a nossa época exaltou exageradamente, William Blake. Poeta mergulhado nos seus sonhos, pintando e sobretudo desenhando como em estado de transe, transcreve os seus sonhos com uma rara mistura de inexperiência e de ambição. A sua própria impotência serviu-lhe de passaporte para um século apaixonado de literatura, embora se não possa negar-lhe sentido decorativo quando orna as páginas dos livros, dos seus próprios e dos que mais amava.

ANNE LOUIS GIRODET - Ossian recebendo os fantasmas dos heróis franceses
Óleo sobre tela - 192 x 184 cm - 1802 -  Château de Malmaison

A chegada do romantismo na arte francesa foi adiada pela fortaleza do Neoclassicismo nas academias, mas a partir do fim da era napoleônica tornou-se cada vez mais popular. Diferentemente do movimento romântico inglês, o movimento romântico das artes visuais na França veio inicialmente na forma de pinturas históricas, fazendo propaganda para o novo regime, dos quais Girodet, em Ossian recebendo os Fantasmas dos heróis franceses, para o Château de Malmaison de Napoleão, foi um dos primeiros. O antigo professor de Girodet, David, ficou perplexo e desapontado com a direção de seu pupilo, dizendo: "Ou Girodet é louco ou não sei mais nada sobre a arte da pintura". Uma nova geração da escola francesa desenvolveu estilos românticos pessoais, embora ainda se concentrasse na pintura histórica com uma mensagem política. Théodore Géricault é o nome a ser lembrado naqueles tempos. A Jangada da Medusa, de 1821, continua a ser a maior conquista da pintura da história romântica, que em seu dia teve uma poderosa mensagem anti-governo.

THÉODORE GÉRICAULT - A jangada da Medusa
Óleo sobre tela - 491 x 716 cm - Entre 1818 e 1819 - Museu do Louvre

EUGENE DELACROIX - A barca de Dante - Óleo sobre tela - 189 x 241 cm - 1822

Delacroix foi à Grã-Bretanha e deixou-se seduzir pela maneira fluida e brilhante dos Ingleses. É provável que a Inglaterra lhe servisse de transição para compreender os grandes Flamengos e sobretudo Rubens. Enfim, possuímos o testemunho da revolução que nele produziu o inglês Constable. No Salão de 1824, ia expor as Chacinas de Seio, quando o quadro que Constable apresentava nesse mesmo ano lhe caiu sob os olhos. A liberdade e a audácia de toque impressionaram-no de tal modo, que refez o seu próprio quadro num estilo mais largo. Nessa época, a sua linha de conduta estava, sem dúvida, já traçada. Este grande homem, que não era somente um grande pintor, porque possuía uma cultura pouco comum, não cessou de aprofundar seus estudos e deixou provas no seu admirável empenho.


EUGENE DELACROIX - A morte de Sardanapalus
Óleo sobre tela - 395 x 496 - 1827 - Museu do Louvre

Delacroix foi um artista que sempre considerou o uso correto da cor e seus efeitos numa obra de arte, algo mais importante até do que a obra em si. É dele uma célebre frase: "Nem sempre uma pintura precisa de um tema". O ano de 1822 é o ano de que se pode datar a consagração oficial da pintura romântica francesa, com um quadro que causou sensação: A Barca de Dante. Todos se apaixonaram por esses corpos de náufragos esverdeados que se torciam dentro da barca, por essa iluminação fulgurante, por essa surda riqueza. Saudado por Thiers, bem acolhido por Gros, insultado pelos fiéis a David, o artista tornou-se de repente célebre, o que o não dispensou de lutar até ao fim da vida, até para assegurar a sua existência material. Sua obra A Liberdade guiando o povo permanece, juntamente com a A Jangada da Medusa, uma das obras mais conhecidas da pintura romântica francesa.

EUGENE DELACROIX - A liberdade guiando o povo - Óleo sobre tela - 260 x 325 cm - 1830

Na próxima parte, veremos o Romantismo em outros países.

VEJA TAMBÉM AS MATÉRIAS ANTERIORES:
. A arte no século XIX: Parte 1
. A arte no século XIX: Parte 2
. A arte no século XIX: Parte 3