domingo, 27 de setembro de 2015

THIERRY DUVAL

THIERRY DUVAL - La Place de la Concorde - Aquarela sobre papel - 34 x 82

THIERRY DUVAL - Le petit Pont du grand Paris
Aquarela sobre papel -58 x 87

THIERRY DUVAL - La place Furstenberg
Aquarela sobre papel - 40,5 x 28,5

Para todos aqueles que já trabalharam com a aquarela um dia, sabem como é difícil controlar seus efeitos sobre o papel. Mesmo sobre a superfície seca, mais ou menos água na mistura das tintas, implica em resultados completamente inesperados. Daí, utilizar dessa técnica para a representação de trabalhos hiper-realistas requer um domínio bem acima do comum. Precisão de detalhes quase fotográficos e climas que evocam toda a serenidade e veracidade de uma cena, são os maiores atributos encontrados nas aquarelas do artista francês Thierry Duval.

THIERRY DUVAL - Un marché des 4 saisons rue Montmartre - Aquarela sobre papel - 40 x 40

THIERRY DUVAL - A l'ombre de l'île St Louis
Aquarela sobre papel - 54 x 45

THIERRY DUVAL - Paris Bye Night sur le Pont de la Tournelle - Aquarela sobre papel - 33 x 82

Nascido em Paris, a 19 de outubro de 1957, é um dos mais respeitados aquarelistas franceses da atualidade. Ele se pós-graduou em Artes Decorativas, como ilustrador e criador em uma agência de publicidade em Paris, no ano de 1982, mas o envolvimento com o desenho e a pintura foram bem mais precoces. Na década de 1980, ilustrava histórias em quadrinhos para revistas e fanzines. Foi a encomenda para um respeitado restaurante de Paris, na década de 1990, que o aproximou mais estreitamente do trabalho acadêmico. Logo se apaixonou pelos trabalhos de Delacroix e as suas produções em aquarela. Descobriu ali a técnica que viria mudar seu rumo artístico e na qual ganharia uma liberdade de expressão sem medidas.

THIERRY DUVAL - Nuit d'automne sur le Palais de Justice - Aquarela sobre papel - 28,5 x 44,5

THIERRY DUVAL
Hiver ensoleillé sur la place de l'hôtel de ville de Paris
Aquarela sobre papel - 52 x 66

THIERRY DUVAL - Les bouquinistes et la Conciergerie - Aquarela sobre papel - 28,5 x 39,5

Diferentemente de todas as abordagens tradicionais da aquarela, que sugerem muita transparência e manchas involuntariamente conseguidas, os trabalhos de Duval se baseiam exatamente no desenho de alta precisão e no controle preciso de cores e tons, que evocam um realismo bem incomum para esse campo das artes plásticas. E a cidade de Paris parece exercer sobre ele um fascínio incomensurável. Aborda a cidade em todos os possíveis e mais imprevisíveis ângulos, seja dos locais mais costumeiramente fotografados pelos turistas, seja dos pontos mais incomuns, cujo enquadramento passa pelo crivo da experiência de um bom fotógrafo. Característica que ele foi conquistando com o exercício constante do bom enquadramento em cenas urbanas.

THIERRY DUVAL - Le Tribunal de Commerce et les Bouquinistes
Aquarela sobre papel - 52 x 72

THIERRY DUVAL - La place Dauphine un matin d'hiver - Aquarela sobre papel - 35,5 x 55,5

Nas muitas cenas que ele representa da cidade, sentimos os sons de Paris, seja na tranquilidade das cenas com o Sena pela manhã, na luz que escorre pelos telhados molhados de chuva, nas silhuetas de vários monumentos que surgem no virar de cada esquina, nas cadeiras dos cafés, nos mistérios que saem de cada beco e nos vários transeuntes que caminham pela cidade. Essa representação poética e apaixonada de Paris, faz do seu amor por ela uma declaração nostálgica e atemporal. A cidade se imortaliza em suas mãos, assim como já fizeram muitos outros artistas, em outros tempos. Não está ali apenas a beleza de uma cidade única, ele também capta todo o mistério e fascínio de lugares jamais representados. Apesar de nessa matéria serem abordadas somente imagens de Paris, ele pinta diversas outras cidades, especialmente Veneza e Saint-Tropez.

O mundo já descobriu sua arte em diversas exposições ocorridas por vários continentes.


PARA SABER MAIS:


domingo, 20 de setembro de 2015

EXPEDIÇÃO MINAS


Às vezes, fico com receio de parecer “bairrista” quando falo de Minas. Confesso que não sei me conter com as coisas com as quais convivo e que me tocam, e me fazem comprovar que eu não poderia ter nascido em outro lugar. Experimento um sentimento de satisfação muito grande, quando sinto que outras pessoas, de estados diferentes, também sentem o mesmo. Será que existe sentimento mais nobre do que compartilhar alegria?
A Semana de Arte Moderna, ocorrida em São Paulo, em 1922, evidenciou o que para muitos passava despercebido: se quisermos ter uma arte genuinamente brasileira, temos que esmiuçar as origens do que forma a cultura desse povo e principalmente valorizar aquilo que há de melhor para se mostrar no solo brasileiro. Foi assim em tempos passados. Ainda hoje, muitos artistas buscam nas raízes primitivas do Brasil, um motivo maior para “abrasileirar” suas obras. Felizmente, posso dizer com orgulho, que Minas Gerais ainda oferece uma fonte inesgotável para se perceber as verdadeiras raízes desse país. Seja pela exuberância de sua paisagem, pela simplicidade de sua gente, pela cultura histórica que resiste aos solavancos contemporâneos... Não há como contestar: antropofagismo cultural tem que começar por aqui. Já sabiam disso desde o início do século passado.


Seguindo as trilhas de Oswald e Mário de Andrade, os artistas Ernandes Silva e Rodrigo Zaniboni embarcaram para Minas, e por aqui começaram a ruminar novas informações, a darem um outro sentido às suas maneiras de ver e fazer arte. Fecharam os olhos a todas as informações artísticas que vinham de outras partes do mundo e se deram um momento para ver e sentir o que há nas terras mais primitivas do Brasil. A “Expedição Minas” começou no dia 11 de setembro de 2015 e durou até o dia 20 de setembro desse mês.





Abordaram primeiramente na cidade de Timóteo para um rápido workshop e de lá partiram para a pequena cidade de Dionísio. Nessa cidade, a natureza ainda guarda, com generosidade, recantos de magia e paz, que só as mentes mais afortunadas sabem perceber. Há na paisagem de Dionísio uma simplicidade especial, que contém o belo na sua mais verdadeira essência. Pessoas sem pressa ainda caminham pelas ruas, cavaleiros tranquilos ainda cruzam as estradas, e o rio corre manso, com uma velocidade que tecnologia nenhuma irá apressar.



RODRIGO ZANIBONI - Trecho do Mumbaça, Dionísio
Óleo sobre prancha - 25 x 30

ERNANDES SILVA - Um trecho do Mumbaça, Dionísio
Óleo sobre prancha - 30 x 23

Dias nublados se fizeram presentes no início da caminhada, talvez para evidenciar o que muitos não dão a devida importância: por mais bela que seja a paisagem, a vedete de toda criação continua sendo a luz. E ela se fez presente nos últimos dias da estada em Dionísio. Momento efêmero para captar a paisagem, em toda sua generosa beleza. Ali, esboçaram ao natural e fizeram várias fotografias, que servirão para referências de trabalhos futuros.


Uma passagem por Ouro Preto seria inevitável! Assim como os integrantes da Semana de Arte Moderna, é ali que os nossos artistas realmente se deram conta que estavam em um local completamente diferenciado. A cidade desperta algo inexplicável a todos que passam por lá. Um misto de retorno ao tempo e saudosismo, com o encontro de várias culturas. Muitos turistas, de várias partes do mundo, fazem de Ouro Preto uma espécie de Babel mineira. Estar na cidade é o mesmo que participar de uma grande festa, ter os olhos se extasiando a cada esquina e desejar que o tempo fique assim, imóvel como aquela cidade secular.



Que Minas, apenas uma parte dela, tenha despertado uma chama brasileira ainda mais latente em nossos artistas visitantes. Que possam levar ao mundo, com orgulho, aquilo que só é possível encontrar aqui. E que, acima de tudo, essa chama aqueça mentes curiosas e indagadoras de outros artistas do país. O melhor movimento artístico genuinamente brasileiro começa quando nos observamos melhor, quando nos damos conta que, é no “quintal de casa” que se encontra a nossa melhor escola. Basta ter coragem para fazer o caminho para o interior de si e perceber que o melhor de nós está em nós mesmos.

domingo, 13 de setembro de 2015

WORKSHOP EM TIMÓTEO


Uma demonstração de pintura é sempre um momento de grandes expectativas, tanto por parte do artista que promove essa demonstração, como por parte de todos aqueles que a assistem. Para o artista, é o momento de mostrar ao vivo sua maneira de empregar os materiais, fazer novos contatos e conquistar novos discípulos. Para quem assiste, fica sempre a curiosidade e o desejo de incorporar novas técnicas, ver os estágios do processo de execução, introduzir novos materiais à sua maneira corriqueira de fazer e, acima de tudo, interagir com novos olhares e novas propostas artísticas.

Ernandes Silva

Rodrigo Zaniboni

Nesse sábado, dia 12 de setembro, os artistas Ernandes Silva e Rodrigo Zaniboni vieram para uma demonstração no ateliê de Timóteo. Um dia muito descontraído e proveitoso, onde os artistas puderam expor suas técnicas e realizar três trabalhos, dois pelo Ernandes e um pelo Zaniboni.

   
ERNANDES SILVA - Arranjo floral - Óleo sobre tela - 50 x 40 - 2015

 
ERNANDES SILVA - Estrada - Óleo sobre tela - 25 x 30 - 2015

 

RODRIGO ZANIBONI - Arranjo - Óleo sobre tela - 40 x 50 - 2015

Ernandes executou um floral e uma pequena paisagem. O primeiro, feito a partir da observação de um arranjo montado no local, e o segundo através de uma referência fotográfica. Zaniboni executou uma natureza morta a partir de uma referência fotográfica.

O dia foi muito proveitoso e ao final dele concluiu-se que a interação é o caminho mais seguro para perpetuação daquilo que une todos que estiveram presente no evento, a arte.

Em pé: Ernandes, Rodrigo, Wagner, Afonso Marcelino, Isaque, Luiz Gonzaga e Herlon Duarte.
Sentados: Keli, Lilica, Valquíria, Elines e José Rosário.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

CÂNDIDO OLIVEIRA

CÂNDIDO OLIVEIRA - Canto de rua em Ouro Preto - Óleo sobre tela - 60 x 80

CÂNDIDO OLIVEIRA - Vilarejo - Óleo sobre tela - 60 x 80

Durante cerca de três anos, participei de um leilão virtual que acontecia em um canal aberto de TV. Foi um período importante, que permitiu não só a divulgação de meu trabalho a nível nacional, mas, principalmente conhecer novos artistas e seus trabalhos. Alguns, tive o privilégio de conhecer pessoalmente, outros, vi apenas suas obras. Logo de início, chamou-me a atenção o trabalho de Cândido Oliveira. Não só pela habilidade técnica que empregava em suas obras, mas também pela sua versatilidade e bom gosto na escolha de seus temas.

CÂNDIDO OLIVEIRA - Sertão - Óleo sobre tela - 60 x 80

CÂNDIDO OLIVEIRA - Paisagem rural - Óleo sobre tela - 60 x 80

Infelizmente, não tive o prazer de conhecer pessoalmente o artista, e o término do programa acenava que também não teria mais contato com suas obras. Até que o encontrei novamente numa rede social e trocamos algumas informações, para que pudesse compor essa matéria.

CÂNDIDO OLIVEIRA - Paisagem com rio - Óleo sobre tela - 60 x 80

CÂNDIDO OLIVEIRA - Horto florestal, São Paulo - Óleo sobre tela - 60 x 80

Edmilson Cândido Oliveira, mais conhecido artisticamente como Cândido Oliveira é um artista discreto, sabedor da importância do resultado de sua obra e admirado tanto no meio artístico, como por leigos entusiasmados pela arte. Seu trabalho é de uma leitura fácil, academicamente realista e executado com muito cuidado. Há o capricho na escolha correta dos tons, na boa forma do desenho e principalmente no excelente conjunto que o trabalho transmite visualmente.

CÂNDIDO OLIVEIRA - Praia dos Carneiros - Óleo sobre tela - 54 x 80

CÂNDIDO OLIVEIRA - Rio de Janeiro - Óleo sobre tela - 70 x 100

Cândido Oliveira nasceu na cidade pernambucana de Pesqueira, a 23 de julho de 1961. Gostava de arte desde cedo, mas o interesse aumentou mesmo quando ele mudou para cidade de Guarulhos, em São Paulo, no ano de 1975, onde começou a visitar sistematicamente museus e galerias e a conhecer os trabalhos de vários artistas. Essa espécie de aprendizagem autodidata durou um bom tempo, praticamente até 1992, quando ainda conciliava o emprego e os poucos horários para suas pesquisas. Nesse mesmo ano, começaria um curso com Gilberto Geraldo, e com ele ficaria por mais três anos.

CÂNDIDO OLIVEIRA - Chapada diamantina - Óleo sobre tela - 70 x 100

CÂNDIDO OLIVEIRA - Nascente - Óleo sobre tela - 50 x 70

O curso trouxe método e disciplina para um artista que já tinha o olhar aguçado para aquilo que o cercava. O resultado veio rápido, permitindo que ali logo formasse um artista de referências clássicas, que passeia facilmente por todos os temas da pintura. Pinta paisagens rurais e urbanas, com a mesma desenvoltura que realiza retratos e naturezas-mortas. Essa diversidade temática não se restringe somente ao Brasil. O artista também realiza obras inspiradas em cenas de vários locais do mundo. Para ele, essa é a sua maneira de poder viajar e conhecer o mundo.

CÂNDIDO OLIVEIRA - Favela - Óleo sobre tela - 50 x 70

CÂNDIDO OLIVEIRA - Paraty - Óleo sobre tela - 60 x 80

Morando em Guarulhos até hoje; onde localiza seu ateliê; o artista produz basicamente para os espaços culturais e galerias da região metropolitana de São Paulo. Acredita no contínuo aperfeiçoamento de seu trabalho e não abre mãos de conciliar a produção de suas obras com as aulas que ministra semanalmente.


CÂNDIDO OLIVEIRA - Paisagem com estrada e figura - Óleo sobre tela - 60 x 80

CÂNDIDO OLIVEIRA - Paisagem com figura - Óleo sobre tela - 60 x 80

Os trabalhos que ilustram essa matéria são cenas brasileiras, mas, uma diversidade temática bem grande, pode ser visualizada no link logo abaixo: