quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A PINTURA AO AR LIVRE EM PIRACICABA / SP


DOIS MOMENTOS DA PINTURA AO AR LIVRE EM PIRACICABA:
Acima, no passado: ARCHIMEDES DUTRA - Interior de bosque - Óleo sobre tela
Abaixo, no presente: MARCOS SABADIN - Paisagem em Piracicaba/SP - Óleo sobre tela



Não poderia começar essa matéria, sem antes mencionar a gentileza do artista João Benatti, que prontamente enviou um resumo precioso sobre a Pintura Ao Ar Livre na Cidade de Piracicaba. A exemplo de como aconteceu em quase todo o mundo; em meados do século XIX; a prática da pintura ao ar livre também encontraria adeptos aqui no Brasil. Na cidade paulista de Piracicaba, esse movimento teria uma força muito grande, numa época onde o ensino artístico institucional nem havia sido iniciado no país. Falar da pintura em plein air (termo francês para pintura ao ar livre) sem falar de Miguel Dutra é como não tocar no assunto. Deve-se a ele, especialmente para a cidade de Piracicaba, a grande contribuição que formaria um grupo coeso e com propostas inspiradoras para o futuro.

Miguel Dutra, num desenho à lápis, feito por um de
seus bisnetos.

Miguel Archanjo Benício de Assunpção Dutra (Itu, 15 de Agosto de 1812 — Piracicaba, 1875) era o seu nome completo. Apesar de registrado como branco, era afrodescendente. Mais conhecido por Miguelzinho Dutra, foi um aquarelista brasileiro que se firmou pelo seu estilo que conjuga um carácter naif de gosto popular com um realismo espontâneo e original, entrelaçado com soluções formais tradicionalmente barrocas. Foi um artista multifacetado, com interesses que foram da escultura à música, à ornamentação festiva, à escultura religiosa em madeira, à engenharia de edificações, à poesia, ao desenho e à pintura. É realmente admirável o feito desse artista, uma vez que, como descendente de escravos, vivia numa sociedade conservadora e burguesa, cujas leis de libertação ainda nem haviam sido promulgadas até então. Alguém que possuía ideais e acreditava neles.
Da vasta obra, restou pequena parte, com destaque para numerosas aquarelas retratando paisagens, cidades, igrejas, fazendas, tipos humanos de todas as classes sociais e cenas de rua comuns na vida rural brasileira da primeira metade do século XIX, hoje de grande importância iconográfica. Considerado por muitos como o precursor da pintura ao ar livre com cavalete no Brasil, por volta de 1830 já pintava ao ar livre em Piracicaba. Era pai de Joaquim Dutra, avô de Arquimedes Dutra, Alípio Dutra, João Dutra e Antônio de Pádua Dutra, todos artistas.

ALÍPIO DUTRA - Touceiras de bambu - Óleo sobre tela

EUGÊNIO LUÍS LOSSO - Caminho do mirante, Piracicaba - Óleo sobre tela - 1933

ÁLVARO PAULO SÊGA - Margem do Rio Piracicaba
Óleo sobre tela - 1941

Assim, Piracicaba com seus artistas, família Dutra (Miguel, Arquimedes, Antonio de Pádua, Alípio e João ), Alberto Thomazi, Renato Wagner, Antonio Pacheco Ferraz, Álvaro Paulo Sega, Joaquim Mattos, Manuel Rodrigues Lourenço, Hugo José Benedetti, João Egidio Adâmoli (Joca), Angelino Stella, Gumercindo de Lourdes Duarte, Manuel Martho, mais os artistas de fora da cidade, Aldo Cardarelli, Alfredo Rocco, Salvador Rodrigues Júnior e outros como Frei Paulo Maria de Sorocaba e seus alunos; formaram a primeira grande turma de pintores ao ar livre e deram continuidade a esse movimento por um bom tempo.

ALFREDO ROCCO - Paisagem - Óleo sobre tela - 32 x 40

RENATO WAGNER - Rio Piracicaba - Óleo sobre tela

Muitas décadas depois, o movimento tomaria força novamente com uma nova leva de artistas piracicabanos. No final de 2012, mais precisamente dia 08-12-2012, às margens do rio Piracicaba, próximo à casa do Povoador, dois amigos, Marcelo Romani Borges e João Benatti, reiniciaram uma sequência de pinturas ao ar livre na história de Piracicaba. Estava também presente o artista João Caravita. Com ideia de pintar no sábado seguinte, mais artistas foram completando o grupo: Além de João Benatti e Marcelo Borges de Araujo, somavam agora Marcos Sabadin e Eduardo Borges de Araújo. A ideia de batizar o neo-movimento de pintura ao ar livre como Caipiras do Plein Air foi quase lógica. Interioranos e orgulhosos disso, o nome veio mais do que a calhar. A inspiração dessa nova turma sempre continuará sendo aquele saudoso grupo, que com coragem e empreendedorismo, começaram o movimento nos distantes anos de 1830.

Acima e embaixo: Caipiras do Plein Air numa manhã de encontro na ESALQ, Piracicaba/SP.


Com mais assiduidade, participam do movimento os seguintes artistas (em ordem alfabética):
Amélia Gil, Carlos Alberto Valério, Celito Bonette, Eduardo Borges de Araujo, Elisabeth Laky Gatti, Ernandes Silva, Gracia Nepomuceno, Guida Aversa, João Benatti, João Caravita, José Diniz, Laura Pezzoto, Leda Senatori, Marcelo Romani Borges de Araujo, Marcos Nozela Gil, Marcos Sabadin, Maria Gobet, Rafaella Spinelli Benatti, Samuel Bortoloti Sabadin, Silvia Dionísio, Stela Bit, Tarciso Lorena e Vera Gutierrez. Ocasionalmente, vários outros artistas, de diversas partes do país, tem engrossado essa lista.


ALGUNS ARTISTAS DO MOVIMENTO CAIPIRAS DO PLEIN AIR
Acima: João Benatti
Abaixo: Ernandes Silva


Fica aqui, uma expressa gratidão aos Caipiras do Plein Air, para que possam continuar inspirando e defendendo essa importante ideia no cenário artístico nacional.


PARA SABER MAIS:


domingo, 26 de outubro de 2014

LAÇOS DE FAMÍLIA

EDUARDO BORGES DE ARAÚJO - Paisagem com o Piracicaba - Óleo sobre tela

MARCELO ROMANI BORGES - Paisagem com queda dágua - Acrílica sobre tela

Poderia começar essa matéria pelo caminho mais lógico, que é o envolvimento dos dois artistas aqui representados com o movimento da pintura ao ar livre em Piracicaba, no estado de São Paulo. Mas, o movimento plein air daquela cidade é tão rico que decidi deixa-lo para a próxima matéria, que virá logo na sequência dessa. Retornemos então aos nossos personagens dessa narrativa, que já se tornaram um trecho da história da pintura na cidade de Piracicaba. Conheci Eduardo Borges de Araújo e Marcelo Romani Borges nas passagens que fiz por Piracicaba e se mostraram figuras únicas. Impossível não lembrar do lado aguerrido de Eduardo Borges e sua dedicação e envolvimento com a pinacoteca, bem como a disposição insaciável por produzir, do filho Marcelo Romani.

Eduardo Borges de Araújo

Marcelo Romani Borges

Aqui, pelos lados de Minas, há um ditado que diz que “filho de peixe nasce nadando”, e outro ainda que “tal pai, tal filho”. A trajetória artística de Eduardo Borges de Araújo e Marcelo Romani Borges ilustra muito bem a força e coerência desses ditos populares. Eduardo Borges (o pai) foi certamente a primeira referência para Marcelo Romani (o filho). Desde cedo, o pequeno Marcelo já acompanhava o pai nas andanças para pintura ao ar livre, que foi uma atividade sempre constante na produção artística da cidade paulista de Piracicaba. O que era só uma diversão nos finais de semana tomou força, mais tarde, para que desenvolvesse na família uma tradição que sempre aconteceu em vários momentos da história da arte: o filho seguir as trilhas do pai, mesmo que em algum momento cada um decida pelo seu próprio estilo e caminho.

EDUARDO BORGES DE ARAÚJO - Paisagem
Óleo sobre tela

MARCELO ROMANI BORGES - Florada do Famboyant
Acrílica sobre tela - 50 x 70

Eduardo Borges de Araújo nasceu em São Paulo, no ano de 1953. Muito cedo, ganhou gosto pelo desenho e logo aos 9 anos, incentivado pela sua mãe, ganhou tintas, telas e cavalete. Aos 11 anos, participou do 1º Salão Piracicabano de Arte Infantil, do qual já saiu com uma premiação. À partir de 1975, já cursando Agronomia pela ESALQ, frequentou aulas de composição e pintura com Archimedes Dutra, atividade que desenvolveria pelos próximos 3 anos, sempre aos sábados. A profissão de Engenheiro Agrônomo o levaria para o Paraná, em 1978, para Goiás, em 1985 e para Minas Gerais, em 1988. Pintava com regularidade nesse período, nunca perdendo principalmente o contato com a pintura ao ar livre.

EDUARDO BORGES DE ARAÚJO - Casarão - Óleo sobre tela

Foi em Varginha, em Minas Gerais, que Eduardo Borges realizou sua primeira exposição individual, no ano de 1991. Retornando para Piracicaba, no ano de 1992, passa a frequentar desenho no atelier de Álvaro de Bautista, na cidade de Campinas e nos anos de 1995 e 1996, estuda também no Instituto de Artes da UNICAMP. É coerente dizer que a influência para a sua pintura tenha vindo inicialmente de todos os seus mestres de início e que, mais tarde, através de muitas pesquisas, essa influência tenha ganhado outras proporções.

EDUARDO BORGES DE ARAÚJO - Velho galpão
Óleo sobre tela

MARCELO ROMANI BORGES - Cachoeira
Acrílica sobre tela

Marcelo Romani Borges nasceu no ano de 1972, na cidade de Piracicaba. É inevitável que sua carreira artística se funda naturalmente com a de seu pai, até porque ele nunca cursou nenhuma escola específica de artes, ficando a aprendizagem artística a cargo da sua curiosidade nata e dos bons convívios com nomes como Renato Wagner, Pacheco Ferraz, Manoel Martho, Arquimedes Dutra e o próprio pai, Eduardo Borges. A saída para seções ao ar livre, praticada por esses seus inspiradores, foi certamente o fator de maior motivação para a sua iniciação no meio artístico.

MARCELO ROMANI BORGES - Estrada - Acrílica sobre tela - 110 x 160

Proprietário de uma empresa na cidade de Piracicaba, Marcelo Romani também vive de sua produção artística, vendendo trabalhos e repassando seus aprendizados em cursos ocasionais. É um pesquisador dedicado, que se esforça para melhoramentos principalmente dentro da temática impressionista, assumidamente o seu estilo predileto. O óleo e a acrílica são usados como meios principais para a pintura que realiza, quase sempre com pincéis e espátulas. O artista é um defensor confesso da prática de pintura ao ar livre, método que assegura uma melhor atmosfera desejada para os seus trabalhos.

EDUARDO BORGES DE ARAÚJO - Ancoradouro
Óleo sobre tela

MARCELO ROMANI BORGES - Ouro Preto
Óleo sobre tela - 2011

Eu não poderia deixar de citar sobre os salões de arte em nossa conversa, uma vez que os dois artistas tem estreita relação com o Salão de Belas Artes de Piracicaba, notadamente um dos mais tradicionais e respeitados do cenário brasileiro. Essa é a fala de Eduardo Borges, presidente da Pinacoteca Miguel Dutra, que promove o Salão de Belas Artes de Piracicaba: “A maioria dos artistas ditos consagrados no cenário brasileiro não mais participa dos Salões de Arte, ora porque tais eventos invariavelmente são de ordem onde há competição (ver regulamento de diversos salões), bem como também são eventos realizados “politicamente” pelas instituições oficiais municipais, que na maioria das vezes englobam linguagens diversas e descaracterizam os objetivos dos Salões de outrora".

EDUARDO BORGES DE ARAÚJO - Terreiro de fazenda
Óleo sobre tela

MARCELO ROMANI BORGES - Estrada na primavera
Acrílica sobre tela

Continua Eduardo: "Um salão deverá ter uma IDENTIDADE PRÓPRIA, com linguagem bem definida, seja ela qual for (NAIF, CONTEMPORÂNEA, MODERNA, VISUAL, FIGURATIVA ACADÊMICA, ETC). Portanto, um Salão deverá ser individual e assim poder contemplar obras de bons artistas naquela modalidade. É o que tentamos fazer aqui em Piracicaba. Embora tenhamos nesses salões artistas em diferentes estágios nesse processo de evolução, serão suas obras as inscritas e não o nome do autor. As obras serão candidatas à serem selecionadas ou não, e sendo elas de bom a ótimo nível, poderão concorrer à uma eventual premiação. Portanto, deverá ser importante também a Comissão de Seleção e Premiação, o que dará ao evento credibilidade no meio artístico. Não é fácil! Muita responsabilidade!
Vejo um Salão de Artes como a oportunidade de Artistas mostrarem suas obras, seu trabalho, seu percurso nas artes, divulgando-as pelo país afora, e também o de poder conhecer os demais participantes e a ARTE que realizam.
O fato de salões terem ou não premiação é importante para talvez atrair os artistas, mas não totalmente relevante para a realização do Salão. Seria muito bom que a produção artística fosse totalmente independente da participação em Salões, e sim para a satisfação própria do artista.  ARTE pela Arte, e o restante será consequência do trabalho executado. Assim será o mérito da obra, por consequência também para seu autor. No entanto, deverá ter consciência de que ao participar de um Salão, estará aceitando seguir o regulamento do mesmo”. Marcelo Romani conclui essas observações sobre os salões, afirmando que: “o nível dos salões tende sempre a melhorar, principalmente se forem atraídos para eles mais artistas envolvidos com a pintura ao ar livre”.

EDUARDO BORGES DE ARAÚJO - Beira do Piracicaba
Óleo sobre tela

MARCELO ROMANI BORGES - Natureza-morta
Acrílica sobre tela

Gostaria de terminar essa matéria, ainda citando palavras do Eduardo, quando o indaguei a respeito do atual cenário artístico nacional e sobre suas expectativas em relação a ele: “Vejo a arte como um processo que está sempre em evolução, em suas múltiplas linguagens. Particularmente, a arte figurativa em que denominamos Acadêmica (mas que não concordo com este nome), e incluindo todos os ISMOS, pois a poética é de cada artista individualmente, e depende exclusivamente de muitos estudos para seu aprimoramento. O artista deve buscar conforme seus objetivos dentro desse contexto, a maior especialização possível. Só depende dele para encontrar-se e do que busca para si e suas obras, dentro do cenário artístico (regional ou nacional).
Encontramos pois, um cenário amplo onde artistas estão constantemente em processo de aprendizagem. Muitos estão no início, outros já conseguem galgar nível melhor, e outros mais conseguem prestígio e reconhecimento pelo trabalho que executam. Tivemos gerações geniais de grandes artistas com expressão internacional e ainda os temos espalhados por todo o Brasil. No entanto, vejo-os por vezes até isolados regionalmente, ou bem pouco dispostos à participarem em eventos coletivos”.

MARCELO ROMANI BORGES - Ruínas - Acrílica sobre tela

Creio que sejam mais coletivas essas expectativas do Eduardo. Felizmente, há uma corrente crescente da arte realista figurativa (de plein air ou não).

Espero que a arte possa sempre ter exemplos como o da família Borges e que esses inspirem muitas gerações.

PARA SABER MAIS:





segunda-feira, 20 de outubro de 2014

MICHAEL JAMES SMITH

MICHAEL JAMES SMITH - Paisagem - Óleo sobre tela - 46 x 61

MICHAEL JAMES SMITH - Campo - Óleo sobre tela - 76,2 x 101,6

A paisagem já foi tema de muitas importantes obras da história da pintura e teve seu período de apogeu no Romantismo do século XVIII. O surgimento de diversos novos estilos que culminaram no final do século XIX trouxe para a temática da paisagem um novo frescor, sendo experimentada e reinventada através de diversas formas e técnicas, por muitos artistas. O século XX ainda traria experimentos mais audaciosos, possibilitando novas formas de visualização e expressão. Recentemente, a paisagem vem sendo revisitada por novos grupos de artistas, que a retratam sob diversos aspectos, técnicas e estilos. Alguns se inspiram no passado e revisitam o auge da paisagem romântica, outros a expressam da maneira mais realista possível, como se reproduzissem com fidelidade absoluta aquilo que tem diante de seus olhos. Cada um escolhe sua forma de expressão! Uma coisa é certa, a paisagem sempre será uma fonte inspiradora sem limites.

MICHAEL JAMES SMITH - Paisagem - Óleo sobre tela - 55,88 x 76,2

MICHAEL JAMES SMITH - Beira de rio - Óleo sobre tela - 50,8 x 35,56

Foi com o olhar extasiado de tanta beleza que via diante de si, quando saía para viagens de campo com o pai, David Smith, que o inglês Michael James Smith decidiu se dedicar a esse tema na carreira artística que desenvolveria desde cedo. Nascido em Southend-on-Sea, Essex, Inglaterra, no ano de 1976, teve motivos de sobra para fazer essa escolha. Mora em uma região com beleza natural ilimitada e que sempre inspirou muitos artistas de sua terra. Seu primeiro trabalho ele realizou aos dezenove anos, quando começou pintando no ateliê que dividia com o próprio pai.

MICHAEL JAMES SMITH - Margem do Tâmisa - Óleo sobre tela - 76,2 x 55,88

MICHAEL JAMES SMITH - Paisagem urbana - Óleo sobre tela - 76 x 101,5

Soma-se à qualidade técnica o bom gosto pela escolha dos motivos. Michael James Smith tem um grande domínio pelos detalhes. Muitos podem julgar os seus trabalhos excessivamente realistas na primeira olhada, mas é essa mesma a intenção do artista, captar com o máximo de veracidade cada cena que se propõe. O início da carreira foi caracterizado pela imensa produção de paisagens rurais, todas elas bem calmas e quase sempre sem a presença de figuras. Numa produção mais recente, o artista começou a explorar a paisagem urbana de uma forma hiper-realista. Vem consolidando, a cada ano, a reputação de um dos mais respeitados paisagistas ingleses da atualidade.


PARA SABER MAIS:



quarta-feira, 15 de outubro de 2014

ROBERTO MELO

ROBERTO MELO - Brincadeira - Óleo sobre tela - 55 x 85

ROBERTO MELO - Parque Municipal, Belo Horizonte - Óleo sobre tela

Gosto de pensar que a vida é como uma teia (já cheguei a comentar sobre isso), uma grande teia que vai tecendo seus fios e “nós” atados ao longo do caminho. Alguns desses “nós” se afrouxam ou arrebentam ao longo dos anos, e outros se apertam e se fortalecem ainda mais com o passar do tempo. Desse modo, pessoas entram e saem de nossas vidas, passam rapidamente ou por lá ficam sem nunca saírem de lá, e a teia continua a se formar. Quando encontro um novo artista e contato com ele, é como se mais um desses “nós” começasse a se formar e a grande teia, aquela que é a soma de quem somos e vamos somando, vai crescendo e se formando. É sempre uma honra pra mim, mostrar e divulgar os trabalhos desses tantos inúmeros e anônimos “nós”, dessa imensa teia artística que venho tecendo ao longo do meu caminho. E com imensa satisfação, trago mais um artista mineiro para compor mais um “nó” nessa extensa teia, que faço questão que não cesse nunca de se estender.


ROBERTO MELO - Objetos de trabalho - Óleo sobre tela

ROBERTO MELO - Natureza-morta - Óleo sobre tela


Roberto Melo é mineiro de Belo Horizonte, onde nasceu no ano de 1970. A vocação artística nata logo o encaminhou para as artes e a dedicação e disciplina lhe deram dois cursos de Belas Artes na UFMG, um bacharelado e uma licenciatura feitos em períodos diferentes de sua carreira. Um bem no início, outro já com a carreira bem estabelecida. É praticamente desnecessário falar da trajetória de um artista cujos trabalhos falam por si. Os trabalhos de Roberto Melo são assim, agradam críticos e público leigo com a mesma intensidade e admiração. Um realismo com forte influência impressionista ou um impressionismo com grande apelo realista, escolha como classificar.

ROBERTO MELO - Carruagem em Paris - Óleo sobre tela

ROBERTO MELO - Ouro Preto - Óleo sobre tela

A narrativa que se segue foi feita por Luiz Pinto, outro artista mineiro que fez escola por aqui e que deixou sua marca registrada na história da arte figurativa brasileira:
“Há algum tempo estávamos, eu e João Bosco Campos, na molduraria do Carlinhos, em Belo Horizonte, quando um quadro me chamou a atenção dentre mais ou menos uns cem. Lembro que cheguei a comentar com ele a qualidade da obra que se destacava das demais. O quadro em questão era de Roberto Melo. Passado algum tempo, recebi um convite do autor do mesmo, para escrever sobre seu trabalho. Fiquei muito honrado! O que posso dizer é que, com sua arte, ele chega a traçar um paralelo com a pintura dos grandes mestres, sempre provocando com sua técnica, composição, harmonia e principalmente a luz. Mostra que está numa fase de grande inspiração. Através da beleza de seus quadros, consegue emocionar a todas as pessoas que tem o privilégio de admira-los”.

ROBERTO MELO - A banda - Óleo sobre tela

ROBERTO MELO - Lavadeira - Óleo sobre tela

ROBERTO MELO - Arando - Óleo sobre tela

Participamos de um mesmo catálogo de artes, o Art Gallery in Brazil em 2010, e foi nessa época que já pude constatar a grandeza de sua obra. Os trabalhos de Roberto Melo são produtos da cobiça de galerias e colecionadores. Oxalá seja ele um em mais uma infinidade de “nós” que possamos somar em nossa teia. Vida longa e muita inspiração em sua carreira, artista!

ROBERTO MELO - A travessia - Óleo sobre tela
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CONTATOS:

(31) 3459-6636 ou robertoomelo@hotmail.com