domingo, 23 de julho de 2017

GYULA BENCZÚR

GYULA BENCZÚR - A Recuperação do Castelo de Buda
Óleo sobre tela - 356 x 705 - Magyar Nemzeti Galéria - 1896

A Recuperação do Castelo de Buda em 1686” foi a última grande obra da carreira de Gyula Benczúr, e certamente a última grande obra histórica da pintura húngara, uma vez que essa temática entrou em decadência nos anos finais do século XIX. Foi pintada no ano de 1885, para as celebrações do milênio da cidade. Buda, antiga capital da Hungria, hoje conhecida como Budapeste, foi conquistada pelos turcos em 1541, e essa ocupação duraria 145 anos, quando foi finalmente reconquistada com a ajuda de Karl of Lotharingia e Eugene de Savoy. Essa pintura foi uma espécie de homenagem à necessidade histórica de recuperação do Império Austro-húngaro, lembrando que a Hungria foi definitivamente livre dos turcos entre 1686 e 1687.

GYULA BENCZÚR - A Recuperação do castelo de Buda (detalhe)

GYULA BENCZÚR - A Recuperação do castelo de Buda (detalhe)

Certas obras históricas são tão contundentes, compostas envolvendo tanta veracidade, que ficamos acreditando realmente que parece não ter sido de outro jeito. Temos exemplos ilustres na História da Arte, de cenas que se transformaram em ícones, sejam baseadas numa temática real ou idealizadas. Exemplo clássico é o da “Santa Ceia” pintada por Leonardo da Vinci, que atravessou séculos se impondo como um modelo de veracidade e se transformando numa das obras mais reproduzidas de todos os tempos. Aqui no Brasil, a cena “Independência ou Morte”, pintada por Pedro Américo, é mais um típico exemplo de como uma obra bem idealizada e composta se transforma definitivamente num ícone. A grande obra pintada por Benczúr, para comemorar a retomada de Budapeste, é também um daqueles ícones históricos, que se impõe imediatamente sobre o imaginário de todos, quando se pronuncia sobre o episódio ocorrido.

GYULA BENCZÚR - A Recuperação do castelo de Buda (detalhe)


Impressionante essa edição em 3D da obra acima

A obra é imponente não só pela sua bela estrutura e execução, mas também pelas suas dimensões. A tela tem 3,56 x 7,05 m e apenas por isso já é possível entender porque é a principal atração da Magyar Nemzeti Galéria, em Budapeste. Benczúr foi muito feliz na execução do trabalho, conseguindo agrupar as figuras de uma forma engenhosa, permitindo fluidez na composição, mesmo ela contendo tantos personagens. Houve toda uma pesquisa sobre figurinos, adereços e tipos físicos da época, para que a execução ganhasse autenticidade e se tornasse o ícone histórico que é hoje.

GYULA BENCZÚR - Luis XV e Dubarry - Óleo sobre tela - 1874

GYULA BENCZÚR - Piquenique de verão - Óleo sobre tela

Gyula Benczúr nasceu na cidade húngara de Nyiregyhaza, no dia 28 de janeiro de 1844, filho de William Benczúr e Paulina Laszgallner. Sua família mudou-se para a cidade de Kosice, quando ele tinha dois anos de idade. Foi numa escola de artes dessa cidade que ele começou a ter os primeiros ensinos em desenho e pintura. Em 1861, foi aceito pela Academia de Belas Artes de Munique, onde foi orientado por Hermann Anschütz e Karl von Piloty. Em 1869, passou uma temporada de estudos na Itália e concluiu os aprendizados em mais uma viagem pela França, no ano de 1874.

GYULA BENCZÚR - O batismo de Vajk
Óleo sobre tela - 358 x 247 - 1875
Galeria Nacional da Hungria

GYULA BENCZÚR - O batismo de Vajk (detalhe)

No ano de 1875, Benczúr alcançou sucesso internacional quando ganhou a competição nacional húngara com a pintura histórica representando o batismo do Rei Stephen. Um estudo preparatório desse tema teria sido executado no ano de 1870. A segunda versão, bastante modificada em relação ao estudo, situada hoje na Galeria Nacional da Hungria é um imponente trabalho do artista, que vale uma visita virtual com mais atenção, pois está disponível em altíssima resolução. (https://www.google.com/culturalinstitute/beta/asset/the-baptism-of-vajk/bQHUTgSSwdPyAQ). Com a ajuda de sua capacidade de pintar materiais pomposos e criar composições vívidas - que ele adquiriu do mestre Piloty, e ao estudar a arte de Rubens e Tiepolo, Benczúr criou um quadro representativo da pintura historicista. Não é sem razão que Benczúr se tornou o rei da pintura na Hungria durante esse período, o favorito dos governantes e da aristocracia. Ele possuía virtuosismo técnico e a capacidade de se adequar aos requisitos de seus clientes - dois recursos que eram necessários para obter posição de destaque naquele momento.

GYULA BENCZÚR - O batismo de Vajk (detalhe)

GYULA BENCZÚR - O batismo de Vajk (detalhe)

As coisas começaram a acontecer de maneira mais espontânea após a premiação, e Benczúr recebeu encomendas e propostas de trabalhos interessantes, como o auxílio a Piloty, na execução dos afrescos do Maximilianuem e o Rathaus, na cidade de Munique. Além de ilustrar livros do grande escritor alemão naquele momento, Friedrich Schiller, ele também conseguiu diversas comissões para o Rei da Baviera.

GYULA BENCZÚR - Bacante - Óleo sobre tela - 1881

GYULA BENCZÚR - Narciso
Óleo sobre tela - 115 x 110,5 - 1881 - Galeria Nacional da Hungria

Em 1873, Benczúr casou-se com Carolina, irmã de um artista amigo, com quem teve quatro crianças. Ela faleceu prematuramente em 1890, e em 1892, ele casou-se novamente com Piroska Ürmössy Balthazar. Em 1875, ele tornou-se professor da Academia de Belas Artes de Munique. Logo depois, ele construiu uma casa em Ambach, no Lago Starnberg, projetada pelo seu irmão Béla Benczúr, onde passava principalmente as férias de verão. Em 1883, ele retornou à Hungria, retomando a função de professor de arte. Já era um artista renomado, requisitado para a execução de obras históricas, religiosas e retratos.

GYULA BENCZÚR - Minhas crianças - Óleo sobre tela - 1881

GYULA BENCZÚR - Cleópatra - Óleo sobre tela - 1911

A pintura inicial de Benczúr era bem ao estilo Biedermeier, executando retratos e cenas românticas de gênero, bem como ao estilo histórico de Piloty, seu grande mentor. Mais tarde, pintou nus, retratos e cenas mitológicas, todas muito requisitadas e muitas delas premiadas. Suas obras ganharam medalha de ouro em Paris (1878, 1900), Berlim (1886, 1910), Viena (1877, 1888) e Munique (1888). Suas filhas Olga e Ida, também se tornaram artistas famosas e requisitadas.

GYULA BENCZÚR - Jovem com rosas - Óleo sobre tela - 1868

GYULA BENCZÚR - Mulher lendo em uma floresta - Óleo sobre tela - 1875

GYULA BENCZÚR - Retrato da Rainha Elizabeth
Óleo sobre tela - 1899

Gyula Benczúr faleceu no dia 16 de julho de 1920, na cidade de Benczúrfalva (a cidade anteriormente se chamava Szécsény e teve o nome alterado em sua homenagem). Já foram organizadas várias exposições retrospectivas sobre o artista:  uma exposição memorial de suas obras em Budapeste em 1920, a Galeria de Arte , em 1944, o Museu de Belas Artes , em 1958, a Galeria Nacional da Hungria , e em 2001 o Museu Ernst .

GYULA BENCZÚR - Autorretrato
Óleo sobre tela

domingo, 16 de julho de 2017

ALBERT FLAMM

ALBERT FLAMM - Recanto em Capri - Óleo sobre tela - 68 x 95 - 1850

ALBERT FLAMM - Campana romana com ruínas e agricultores
Óleo sobre tela - 75 x 115 - 1906

Muitos artistas começam suas carreiras em sua própria terra de origem, mas muitos deles só se realizam profissionalmente quando descobrem terras estrangeiras. Albert Flamm foi um desses artistas. Natural da Alemanha, onde nasceu na cidade de Colônia a 9 de abril de 1823, foi somente quando conheceu a Itália que seu trabalho atingiu o nível que desejaria. Aliás, durante o século XIX, a Itália foi o roteiro para muitos artistas do centro e norte da Europa, como de várias outras partes do mundo, inclusive dos Estados Unidos, Rússia e até mesmo de artistas latinos, como brasileiros e argentinos. Com clima bem mais ameno e praias ensolaradas, o país tornou-se uma espécie de retiro obrigatório para muitas colônias de artistas, além dos muitos museus respeitados e das coleções de importantes famílias, que já atraíam turistas de várias partes do mundo.

ALBERT FLAMM - Golfo de Nápoles - Óleo sobre tela - 45,5 x 35 - 1906

ALBERT FLAMM - Figuras numa praia - Óleo sobre tela - 55,2 x 107,3

ALBERT FLAMM - Margens do Reno em Leutersdorf - Óleo sobre tela

Flamm estudou arquitetura, entre os anos de 1836 e 1838, nas Academias de Arte de Dusseldorf e Antuérpia. Somente em 1841, ele adotou a pintura como profissão, estudando na prestigiada Escola de Dusseldorf, sob as orientações de Andreas Achenbach. Foi com Oswald, irmão de Andreas, que estabeleceu uma profunda amizade e viajaram juntos por várias partes do país. O ano de 1845 foi um período onde exploraram bastante as paisagens do Reno, Ahr e Mosel.

ALBERT FLAMM - Capri - Óleo sobre tela

ALBERT FLAMM - Capri - Óleo sobre tela - 70 x 105 - Cerca de 1849

ALBERT FLAMM - Noite no Reno - Óleo sobre tela - 97,5 x 88 - 1906

Flamm descobriu um outro universo quando visitou a Itália nos anos seguintes. A mudança de ambiente foi tão decisiva em sua carreira, que ele montou um ateliê e residência em Roma, juntamente com o artista suíço Arnold Böcklin. Oswald Achenbach também visitava continuamente os amigos e saíam juntos para pintar. Ambos se encantaram imediatamente com tudo que viam e exploraram as terras italianas na sua mais completa possibilidade. Começaram ao sul de Nápoles, passaram pelas campanas romanas e pelos pântanos de Pontine. A estreita relação desses artistas com as terras italianas foi tanta, que Oswald Achenbach e Albert Flamm ficaram conhecidos como os alemães italianos. Já estavam tão familiarizados com aquilo que viviam, que artistas estrangeiros, como o americano Sanford Robinson Gifford chegou a afirmar uma vez que ninguém pintava os campos italianos como Oswald Achenbach, com exceção de Albert Flamm, em alguns poucos momentos.

ALBERT FLAMM - Vista da Torre de Badia, entre Salermo e Amalfi
Óleo sobre painel - 50 x 78 - 1849

ALBERT FLAMM - Vista do Golfo de Nápoles - Óleo sobre tela

ALBERT FLAMM - Numa campana - Óleo sobre painel - 40 x 50 - 1906

A prática da pintura em ambiente aberto, hoje consagrado como plein air painting, foi inicialmente adotada por eles, em 1848, quando fundaram uma Associação de Pintores Intinerantes. Atividade que só foi incluída como matéria de aula acadêmica em 1870, por Oswald Achenbach, na Academia de Arte de Dusseldorf. Em 1898, Albert Flamm, Otto Erdmann e Georg Oeder fizeram, inclusive, uma exposição comemorativa aos 50 anos da pintura ao ar livre.

ALBERT FLAMM - Vista da Pedra do Papa - Óleo sobre tela - 66 x 52

ALBERT FLAMM - Vista do Golfo de Nápoles - Óleo sobre tela - 60 x 80

ALBERT FLAMM - Numa costa de Capri - Óleo sobre tela - 100 x 131

Flamm viria a se casar em 19 de outubro de 1860, com Anna Arnz, uma filha do editor Heinrich Arnz . Ela era irmã do pintor Albert Arnz e Julie Arnz, com quem o pintor Oswald Achenbach tinha casado anteriormente. Flamm e Achenbach tornaram, assim, concunhados. Flamm tinha uma irmã, Charlotte (1820-1895), que também posava como modelo-vivo para o grupo, e um filho Carl, que se tornou pintor de retratos. Outro filho, Oswald Flamm , estudou construção naval e engenharia naval em Charlottenburg e foi um dos principais pesquisadores e engenheiros na construção naval e de submarinos do Império Alemão.

ALBERT FLAMM - Numa paisagem italiana - Óleo sobre tela - 23,5 x 32,5

ALBERT FLAMM - Uma cantina na Via Apia - Óleo sobre tela - 100 x 150

ALBERT FLAMM - Festa da colheita - Óleo sobre tela - 29,5 x 43,3 - Circa de 1850

Sobre o trabalho de Albert Flamm, pode-se dizer que a Itália predominou em quase toda sua produção. Foi somente lá que adquiriu uma luminosidade, naturalidade e virtuosismo que dariam atributos únicos aos seus trabalhos. Em terras italianas, ele preferia as regiões de Roma e Nápoles, som suas luzes quentes e de onde ele conseguia muitas cenas pintadas com informações únicas, que não encontraria em nenhum outro lugar. Ele gostava da cultura e do povo italiano, com suas rotinas de trabalho e sua vida discreta e feliz. Isso era tão percebido em suas obras, que logo atraiu a atenção do próprio povo italiano e de turistas. Para valorizar a vastidão da paisagem italiana, ele gostava sempre de escolher pontos elevados, e assim obter uma panorâmica bem abrangente. Juntamente com Oswald Achenbach e Eugen Dücker, Albert Flamm formava o trio dos mais respeitados paisagistas da Academia de Dusseldorf.

O artista faleceu em Dusseldorf, a 28 de março de 1906.

ALBERT FLAMM - Via Appia - Óleo sobre tela - 29,5 x 45,4


sexta-feira, 7 de julho de 2017

COMEMORAÇÃO E AGRADECIMENTO

Em algum canto do ateliê, onde nascem todas as matérias.

Recentemente, o blog ultrapassou 2 milhões de visitas. Uma conquista considerável, em se tratando de uma página autônoma, sem patrocínios e que atua na área cultural. Uma conquista de todos! Minha, que vejo meu trabalho sendo compartilhado e usufruído por muitos; do público que por aqui passa, que acaba se inteirando de novos assuntos e conhecendo novos artistas; e da arte de uma forma geral, que ganha novos seguidores e artistas também.
Ainda me recordo saudosamente da primeira matéria, em outubro de 2010, quando tudo se iniciou. De uma maneira bem discreta e modesta, a página foi ganhando corpo, os assuntos fluindo com mais naturalidade e o objetivo maior disso tudo sendo alcançado: conectar artistas e não-artistas em torno de um mesmo ponto, a arte.
Fazer o blog, resgatou em mim a disciplina da pesquisa, da interação e do gosto divertido pela história da arte. Intencionalmente, sinto que uno artistas, converso e interajo com eles, promovo, nem que por uma fração milésima, com a divulgação daquilo que tem sido o norte de toda minha vida, a arte. É um trajeto sem nenhum esforço, tudo foi feito com o maior prazer. Nada me completa mais do que tirar algumas horas de toda semana para escrever e publicar algo. Que satisfação imensa em conversar com novos artistas! Muitos deles foram e são minhas referências. Satisfação também em poder mostrar sobre os trabalhos de velhos mestres, que tanto me inspiraram nessa minha escolha.



Há momentos inesquecíveis! Alguns deles são motivadores e me permitem não desistir da caminhada. Poderia citar inúmeras belas situações propiciadas pelo blog, mas serei breve com algumas pequenas lembranças:
Alguns amigos que fui fazendo ao logo dessa caminhada sempre me encorajaram. Certa vez, recebi uma ligação do João Bosco Campos (saudoso João Bosco), dizendo que seu computador já abria em minha página, e que seus domingos eram cercados de expectativa para saber sobre que novo artista ou novo tema eu traria. Foi também graças ao blog, que recebia emocionado várias ligações de Gilberto Geraldo, bem no meio da noite, ainda quando ele estava em São Petersburgo. Era muito motivador saber que minhas linhas eram lidas tão longe. Também pelo blog, tive contato com os artistas que foram minhas primeiras referências, Wilson Vicente, Cláudio Vinícius e Túlio Dias. Por eles, estendeu uma lista de vários mineiros que aprendi a admirar tanto. Luiz Pinto, que tirava sempre um momento para ligar de vez em quando. Jésus Ramos, Hilton Costa, Rui de Paula, Jorge Maciel, Alfredo Vieira, Helvécio Morais, Kolley Nardi e Atacir Costa vieram em sequencia. O blog também foi o local de avivar os laços de amizade com os amigos artistas que conheço mais pessoalmente: José Ricardo, Rogério Ramos, Tereza Guedes, Isaque Alves, Fabiano Rocha, Bruno Valentim, Fátima Santos, Izabel Paris, Paulo de Fariah, Ícaro Reis, Fernando Lod, Du Ramos, Marcos Anthony, Afonso Marcelino, Romeu Célio, Dodô, Vyrus, Ângela Ataíde e o também saudoso Marcelino Ribeiro. Novas gerações que chegam também passaram por aqui. Marcelo Coelho, Agnaldo Silva, Reginaldo Modesto, Reginaldo Sousa, Jonas Matos... Amigos distantes foram ficando cativos por aqui. Os artistas paulistas chegaram quase que todos de uma só vez: Alexandre Reider, Gonzalo Cárcamo, Ernandes Silva, Vinícius Silva, Morgilli, Douglas Okada, Rodrigo Zaniboni, Jesser Valzacchi, Clodoaldo Martins, Paulo Tosta, Boner, Carmelo Gentil, Rogério Contreras, Washington Maguetas, Osmar Dallabona, Eduardo Borges, Marcelo Borges, Evandro Schiavone, Quimas Silveira, Gianni Faria, Marcos Sabbadin, Sílvia Lúcia, Reinaldo Mendes, JB Oliveira, Álvaro Jara, Reinaldo Jeron, João Ovídio Caravita, Marcus Cláudio, Leonardo Clímaco, Matheus Cruz (in memorian)... Há ainda os mais distantes: Juliana Limeira, Adalcino Tavares, Vasco Machado, Sérgio Helle, Vilma Nöel, Márcio Andrade, Walmir Teixeira, Gilson Ferreira, Ari Vicentini, Bezerra da Cruz, Paulo de Carvalho, Sansão Pereira (In memorian), Marciano Schmitz, Valdonês Ribeiro, Arimatéia, Natan Heber, Luiz Vilela... Há estrangeiros que são quase de casa, como o português Antonio Delfim e o americano Adair Payne, e não poderiam ficar de fora dessa lembrança. Alguns foram ficando pelo caminho, outros são adicionados dia após dia.



Há ainda os não-artistas, marchands e admiradores que tanto impulso me dão e me deram: Waiderson Liberato, Célio de Souza, Laércio Maciel, William Araújo Jacques, Rafael Pertusier, José Amarilio, Macário Campos, Sallim Habib, Darcy Gasparetto, Wanderly Oliveira, Cristina Vasconcelos, Abrão Lacerda, José Maria Honorato, Francisco Damico, Nil Roque, Carlos Barbosa, Carlos Sérgio Oliveira, Antonio Neto, Frei Thiago (In memorian), Edmundo Machado, Tair Laluce, Samuel Cherubin... Como esquecer da visita constante e tantas palavras de incentivo de Raimundo Vidal e Yure Nicolau?... Evidentemente que esta lista é longa e muitas citações seriam necessárias. Todos sabem a importância que sempre tiveram em minha escolha pela divulgação da arte.
Há também que ressaltar a importância de grandes nomes do passado. Todos eles têm um lugar especial em minha vida, mas quero ressaltar pelo menos um deles: Peder Mork Monsted. Como aprendi a admirar esse artista! Há cerca de dois anos, criei uma página sobre ele no Facebook, que já consta com mais de 11 mil seguidores. É o mínimo que posso fazer para divulgar um conjunto de obras tão rico e tão vasto.
A arte é esse palco fantástico. Infindável e sempre aberto a renovações. E o blog, o espaço para expressá-la em todas as suas possibilidades. Estarei por aqui até que o tempo permita, divulgando e caminhando com ela. O número de visitações é apenas um detalhe, o mais importante é que a página continue trazendo sempre algo novo a todos nós. Que continue a ser o nosso ponto de encontro por muitos e muitos anos! Obrigado pela companhia!



domingo, 2 de julho de 2017

BRASIL: DE FORA PARA DENTRO



Em março desse ano, fui contatado pelo Luiz Vilela para uma empreitada muito responsável: fazer um texto de apresentação para sua exposição em São Paulo, intitulada BRASIL: DE FORA PARA DENTRO. Responsável sim, pelo fato de não nos conhecermos pessoalmente, mas honrosa, pelo fato de já termos conversado várias vezes, desde a primeira matéria que fiz sobre ele, publicada aqui no blog, em fevereiro de 2013. Sempre muito atencioso, e envolvido com a arte na sua mais completa absorção, falar sobre Luiz Vilela e sua proposta diante do que pretendia apresentar, acabou se tornando uma agradável tarefa. Não há muito o que discursar, quando os fatos e o trabalho em si já o fazem com eficiência.

LUIZ VILELA - Baiana - Óleo sobre painel de madeira

LUIZ VILELA - Alma brasileira - Óleo sobre painel de madeira

Assim, fui acompanhando à distância toda a produção dos trabalhos e a energia que motivava para a composição da mostra. Era latente o entusiasmo de Vilela com aquilo que estava produzindo e acima de tudo verdadeiro. Ele precisava comemorar sua ausência de 22 anos do nosso país com uma mostra que expressasse com veracidade a saudade de sua terra. E o fez! BRASIL: DE FORA PARA DENTRO é um pouco de tudo que simboliza sua pátria para ele. A arte de Vilela é festiva, alegre e colorida. Bem a cara da verdadeira essência desse país, e que os últimos anos insistem em acinzentar. Não há nenhum apelo político em suas propostas. Suas obras mostram um país que desaprendemos a admirar. De lugares e pessoas que o tempo não pode permitir esquecer. Somente o olhar imparcial de quem está fora pode reavivar tais valores. O maltrato que vem sofrendo toda a nossa nação na última década, pelo abuso de nossos dirigentes políticos, vai embotando a capacidade de percebermos o quão alegres e positivos já fomos um dia.

Que a mostra inaugurada nesse dia 1º de julho e que se estenderá até o dia 6 de agosto, possa nos resgatar um pouco de nossa identidade perdida. Sucessos para você Luiz e obrigado por nos oferecer um pouco de sua visão!

LUIZ VILELA - Corcovado - Óleo sobre linho

LUIZ VILELA - Luz, Estação da Luz, São Paulo - Óleo sobre linho

LUIZ VILELA - Jardim botânico, Rio de Janeiro - Óleo sobre linho