sábado, 30 de maio de 2015

ARTHUR JOHN ELSLEY

ARTHUR JOHN ELSLEY - Uma procissão real - Óleo sobre tela - 100,3 x 134,6 - 1894

ARTHUR JOHN ELSLEY - Uma mão amiga
Óleo sobre tela - 96,5 x 71 - 1913

Nos períodos da Era Vitoriana e final da Era Eduardiana, um estilo tornou-se especial nas terras da Inglaterra: cenas de gênero com temática da vida doméstica, principalmente que retratassem crianças. Havia uma preferência por temas bem lúdicos, em que as crianças brincavam alegremente entre si ou com seus animais de estimação. Esse tipo de representação era tão requisitado, que não se restringia apenas a desenhos e pinturas. Logo, tornaram-se amplamente divulgados e vendidos como impressões, anúncios, calendários, livros e revistas. Vários artistas se especializaram nessa temática e um deles obteve êxito e sucesso explorando-a por quase toda a vida: Arthur John Elsley.


ARTHUR JOHN ELSLEY - Colhendo maçãs
Óleo sobre tela - 96,5 x 68,5 - 1919

ARTHUR JOHN ELSLEY - Well done - Óleo sobre tela - 108 x 153,7 - 1907

Elsley nasceu a 20 de novembro de 1860, em Londres, e foi um dos seis filhos do casal John Elsley e Emily Nee Freer. O gosto pela arte deve ter herdado do pai, que, além de cocheiro, era um artista amador, que teve uma carreira artística curta e não muito evidente, interrompida por uma doença que o impossibilitou para muitas atividades. Arthur John Elsley começou bem cedo. Há desenhos dele com apenas 11 anos, já retratando animais domésticos e animais que fazia nas visitas no zoológico em Regents Park. Aos 14 anos, matriculou-se na Kensigton School of Art, que viria a se tornar mais tarde o Royal College of Art. É dessa época também uma triste ocorrência. Contraindo sarampo naquele ano, teria sua visão danificada permanentemente.


ARTHUR JOHN ELSLEY - A alegria da primavera - Óleo sobre tela - 92 x 117,4 - 1911

ARTHUR JOHN ELSLEY - Um empate
Óleo sobre tela - 97,2 x 64,8 - 1893

Arthur John Elsley tinha como hábito pegar sua bicicleta e andar pelos campos vizinhos colhendo motivos que o inspirassem em suas composições. A vida no campo o seduzia e ele sabia fazer com isso seduzisse a outros também. Um quadro de um pônei velho, produzido em 1978, foi o único trabalho que seu pai chegaria a ver, pois faleceu um mês depois dele ser exposto na Academia Real. Elsley continuou seus estudos acadêmicos até 1882 e à partir daí começaram as diversas encomendas para pinturas de crianças, cavalos e cães.


ARTHUR JOHN ELSLEY - Boa noite - Óleo sobre tela - 60 x 46

ARTHUR JOHN ELSLEY - Labaredas de dragão - Óleo sobre tela - 70,5 x 93,3 - 1894

O convívio com artistas como George Grenville Manton e Solomon Joseph Solomon abriu uma nova fase para Elsley. Com Solomon ele iria dividir um estúdio, em 1876 e ficaria ali até 1889, quando mudou-se para o estúdio de Frederick Morgan, que já era um renomado artista, com inúmeras encomendas para toda a aristocracia inglesa, principalmente de retratos. Elsley iria colaborar com a execução de pintura de animais, uma dificuldade para Morgan. Teve um período altamente produtivo e com louvores no meio acadêmico, recebendo premiações e condecorações. A boa fase lhe permitiu casar em 1893 e até a montar o seu próprio estúdio, logo a seguir. Mesmo em endereço diferente, ainda mantinha uma boa relação com Morgan.


ARTHUR JOHN ELSLEY - De bem com a vida - Óleo sobre tela - 66 x 86 - 1910

ARTHUR JOHN ELSLEY - Amigo ou inimigo - Óleo sobre tela - 88,9 x 101,6

Após a morte de Charles Burton Barber, Elsley tornou-se seu natural sucessor como o mais importante pintor de crianças e animais de estimação. Tal reputação parece não ter agradado muito bem a Morgan, que o acusou de plagiar as suas ideias. Isso fez com Elsley se tornasse mais ousado, enriquecendo suas composições com vários personagens. Extraía seus modelos de estudos que realizava em seu próprio ateliê ou de imagens que colhia de revistas e periódicos. Sua visão, cada vez mais comprometida, sofria com seu trabalho.


ARTHUR JOHN ELSLEY - Casa cheia
Óleo sobre tela

ARTHUR JOHN ELSLEY - Ele não vai feri-lo
Óleo sobre tela - 91,4 x 71,1 - 1908

Com o início da Primeira Guerra Mundial, a produção de Elsley caiu drasticamente. Ele também se viu forçado a trabalhar em uma fábrica de munições, o que veio a prejudicar ainda mais a sua visão, já tão comprometida. No início da década de 1930, ele conseguia realizar apenas serviços simples na área de jardinagem e marcenaria. Ele faleceu em sua própria casa, em Tunbridge Wells, a 19 de fevereiro de 1952.


ARTHUR JOHN ELSLEY - Uma pausa no jogo
Óleo sobre tela - 114 x 86 - 1908

ARTHUR JOHN ELSLEY
Um porquinho para vender no mercado
Óleo sobre tela - 94,6 x 69,2

Suas obras foram reproduzidas em várias publicações, usadas comercialmente por diversas empresas, desde fábricas de biscoitos a lojas de costura e edições de calendários. No auge de sua carreira, que durou entre o período de 1878 a 1927, exibiu 52 obras na Academia Real, sendo que muitas delas ainda percorreram diversas galerias de toda a Grã-Bretanha. Seu trabalho encanta até hoje.


ARTHUR JOHN ELSLEY - Na oficina - Óleo sobre tela

domingo, 24 de maio de 2015

CÂNDIDO CORREIA

CÂNDIDO CORREIA - Entardecer mineiro - Óleo sobre tela - 30 x 40 - 2012

CÂNDIDO CORREIA - Entardecer no campo - Óleo sobre tela - 40 x 50 - 2014

Sinto satisfação em divulgar um novo artista, principalmente quando o percebo comprometido com valores essenciais no mundo da arte, tais como disciplina e amor pelo que faz. Chegando agora ao conhecimento de um público maior, principalmente graças ao avanço das comunicações, Cândido Correia vem conquistando seu lugar, com simplicidade, dedicação e sempre apresentando bons trabalhos.


                      

Acima, à esquerda: CÂNDIDO CORREIA - Estradinha da fazenda São Francisco 
Óleo sobre tela - 40 x 30 - 2015
Acima, à direita: CÂNDIDO CORREIA - Trilha iluminada - Óleo sobre tela - 40 x 30
Abaixo: CÂNDIDO CORREIA - Sítio das paineiras - Óleo sobre tela - 20 x 30 - 2011


Nascido na cidade de Duartina, São Paulo, em 18 de abril de 1976, começou a desenhar bem cedo e a se interessar por técnicas diferenciadas do desenho. Somente em 1997, começou a praticar com o óleo quando morava na cidade de Marília, também em São Paulo. À partir daí, conheceu o artista Alexandre Reider, seu grande mestre e sua maior referência. Teve algumas aulas presenciais em seu ateliê e 3 sessões ao ar livre. Fruto desse contato, segundo o próprio Cândido, é que, sempre que possível, encontra com ele para abordar assuntos relacionados à arte ou estreitar a amizade.


CÂNDIDO CORREIA - Reflexos de queimadas - Óleo sobre tela - 18 x 24 - 2013

CÂNDIDO CORREIA - Cachoeira da Fazenda São Francisco - Óleo sobre tela - 30 x 40 - 2011

Além de Reider, inspira sempre em um mestre do passado, Peder Mork Monsted, que é para ele uma das mais seguras referências. Vários artistas brasileiros são também sua fonte de inspiração e referência. Mesmo sendo um funcionário público, no setor de segurança, Cândido Correia encontra tempo para ministrar aulas em seu ateliê e socializar tudo aquilo que aprendeu até aqui. Falamo-nos com regularidade antes de escrever a matéria e percebi que existe nele uma grande generosidade no ato de ensinar e aprender. Não conheço o artista pessoalmente, mas esse ato, em si, já me faz crer que exerce a arte com grande compaixão. Com a mesma felicidade e empolgação com que recebe seu aprendizado, também gosta de dividi-lo com outros. Pesquisas virtuais e em livros, visitas a museus e galerias, sessões em plein air e visitas a ateliês diversos, completam o que considera suas especializações.


CÂNDIDO CORREIA - Pinheiros em Cunha - Óleo sobre tela - 40 x 50 - 2013

Abaixo, à esquerda: CÂNDIDO CORREIA - Galinheiro - Óleo sobre tela
Abaixo, à direita: CÂNDIDO CORREIA - Entardecer - Óleo sobre tela - 22 x 16 - 2013

                     

Exposições e salões de arte estão se tornando uma constância em sua carreira, dos quais não pretende abrir mão, seja para divulgar seus trabalhos ou para manter contato com novos artistas. Nos planos futuros estão também incluídos workshops em cidades diferentes, que são, na visão do artista, uma maneira de aperfeiçoar ainda mais o seu conhecimento e fixar tudo aquilo que aprendeu até aqui.





FONE – (11) 95993-1803

terça-feira, 19 de maio de 2015

JAY MOORE

JAY MOORE - Sons de setembro - Óleo sobre tela - 76,2 x 101,6

Mais um grande artista norte-americano que não abre mão do trabalho ao ar livre, Jay Moore afirma, sem hesitar: “Para criar uma pintura digna dos meus colecionadores, eu preciso experimentar o local: respirar o ar e triturar as folhas sob os pés”. Foi exatamente o convívio intenso com a natureza, desde criança, que despertou no artista, mais tarde, o desejo de representar aquilo que era para ele tão natural. Nascido em Evergreen, no Colorado, em 1964, é possível entender essa sua estreita relação com a natureza. A região possui uma bela paisagem, onde Moore passou toda sua infância pescando, nadando e acampando por todos os lugares possíveis.

JAY MOORE - A rotina de muitas manhãs
Óleo sobre tela - 45,7 x 61

JAY MOORE - Brisa da manhã
Óleo sobre tela - 61 x 76,2

Os seus estudos iniciais no campo das artes foram formados principalmente com a prática da pintura ao ar livre, durante 5 anos. Esta estreita relação com o objeto pintado desenvolveu no artista um senso de observação rigoroso e o deixou em sintonia com todos os ritmos da natureza. Quando se entra na obra que se está executando, o resultado é inevitavelmente satisfatório.

JAY MOORE - Yellowstone Falls - Óleo sobre tela - 101,6 x 76,2

Após concluir seus estudos no Instituto de Artes do Colorado, trabalhou como designer gráfico e ilustrador, durante vários anos. Depois de uma temporada de pintura ao ar livre com seu grande mestre Clyde Aspevig, foi convencido por ele que à partir dali dedicaria à pintura em tempo integral. Decisão mais que acertada! Moore é hoje um requisitado artista da paisagem americana, representado por importantes galerias e com obras já inseridas em importantes coleções, inclusive museus. Grande parte de sua produção está na representação da paisagem do Colorado, embora também já tenha representado a paisagem de outros estados em suas telas.

JAY MOORE - Interior de floresta
Óleo sobre tela - 61 x 76,2

JAY MOORE - Monarca da floresta
Óleo sobre tela - 101,6 x 76,2


Nas palavras de um de seus colecionadores do Colorado, podemos entender muito bem todo o significado de sua arte: “Jay Moore conhece a alma do Colorado e é capaz de traduzir fielmente a profunda beleza da natureza em poesia visual”.

JAY MOORE - Quedas, El Creek - Óleo sobre tela - 50,8 x 101,6

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PARA SABER MAIS:



domingo, 10 de maio de 2015

BRUUN RASMUSSEN AUCTIONEERS

Jesper Bruun Rasmussen em atividade

É admirável ver a arte sendo o fio condutor de uma família, através de várias gerações. Principalmente perceber que seus membros fazem isso com propósitos bem definidos, sempre priorizando o melhor por aquilo que decidiram representar. Desde que o martelo do leiloeiro Arne Bruun Rasmussen bateu o fechamento da primeira aquisição vendida pela casa, em 6 de outubro de 1948, muita história aconteceu. Treinado pela Winkel & Magnussen, como leiloeiro oficial, tendo se formado para isso em 1939, Arne se tornou um empreendedor visionário no termo mais literal da palavra. Acreditou, como ninguém, na proposta de vender obras de arte ao mundo, principalmente obras de arte da Escandinávia. Quase setenta anos depois, a Bruun Rasmussen Auctioneers se tornou a mais respeitada casa de leilões especializada na Arte Escandinava. É uma das casas de leilões mais concorridas do mercado internacional e se especializou tanto na realização de leilões tradicionais, quanto de leilões on-line.

Arne Bruun Rasmussen em atividade

Leilão em época recente

A sede principal da Bruun Rasmussen fica na Bredgade, em Copenhague, Dinamarca. Outras filiais se abriram pelo país, além de representações internacionais na França, Espanha, Itália e Estados Unidos. Os números atuais da empresa são admiráveis: cerca de 125 funcionários fazem parte do quadro efetivo atual; 4 leilões tradicionais são realizados anualmente; leilões on-line são realizados todas as segundas, terças, quartas, quintas e domingos do ano; mais de 500 milhões de coroas dinamarquesas foi o volume de negócios somente em 2012; possui cerca de 240 mil clientes cadastrados em todo o  mundo, com a adesão de pelo menos 450 novos a cada semana; o site da empresa possui cerca de 120 mil visitas semanais.




Arne Bruun Rasmussen faleceu em 1985, mas o seu trabalho continuou sendo realizado pelo seu filho Jesper Bruun Rasmussen, que conta atualmente com o apoio de seus filhos Alexa e Frederick. Jesper tornou-se acionista maioritário da empresa em 1972 e assumiu a sua gestão em 1985. A julgar pelo empenho e dedicação da família, a história da empresa ainda será longa.
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Uma das razões que me levou a conhecer a Bruun Rasmussen é por se tratar da casa de leilões que mais disponibiliza obras de Peder Mork Monsted no mercado. Admirador incondicional desse artista, visito sempre as páginas da galeria. Especialmente nesse mês de maio, a Bruun Rasmussen estará com um lote especial das obras desse artista. Veja a seguir, algumas das peças que estarão em oferta por esses dias:

PEDER MORK MONSTED - Paisagem dinamarquesa de verão com campos de milho
Óleo sobre tela - 81 x 121 - 1915

PEDER MORK MONSTED - Paisagem de inverno com estrada e fazenda
Óleo sobre tela - 74 x 50 - 1907

PEDER MORK MONSTED - Paisagem próxima a Silkeborg
Óleo sobre tela - 79 x 56 - 1908

PEDER MORK MONSTED - Faias e anêmonas ao longo de um córrego numa clareira
Óleo sobre tela - 90 x 150 - 1904

PARA SABER MAIS:



quinta-feira, 7 de maio de 2015

GIUSEPPE DE NITTIS

GIUSEPPE DE NITTIS - Mulher numa canoa - Óleo sobre tela - 1876

Juntamente com Boldini, Zandomeneghi e Signorini, Giuseppe De Nittis formava a equipe dos artistas italianos que viriam participar da famosa exposição dos Impressionistas, realizada no ateliê do fotógrafo Nadar, em Paris. Aquela mesma exposição que se tornaria importante por começar um movimento que mudaria os rumos da arte e abriria espaço para o surgimento de tantas outras vertentes em todo o século XX. De Nittis participou apenas da primeira das oito mostras que os Impressionistas realizariam, mas sua carreira já tomava um novo impulso à partir dali. Por falta de unanimidade de todos os artistas expositores, sua participação foi vetada para as próximas edições. Provavelmente, resultado do espírito intransigente e questionador daquele promissor artista italiano.

GIUSEPPE DE NITTIS - Flerte, Hyde Park - Óleo sobre tela - 33 x 43 - 1874

Giuseppe De Nittis nasceu na cidade italiana de Barletta, filho de Raffaele e Teresa Buracchia. Os anos de sua juventude foram vividos em sua cidade natal, com seus irmãos, após a morte de ambos os pais. Fez os primeiros estudos com G.B. Calo e V. Dattoli, começando a pintar encontrando inspiração na natureza. Seus primeiros trabalhos tinham uma alegria instintiva e dedicação, raros em trabalhos de tão jovem artista. Já aos quinze anos, entrou no Instituto de Belas Artes, em Nápoles, onde estudou sob a orientação de G. Smargiassi e G. Mancinelli. Mas, desde cedo se mostrou um jovem rebelde e inconformado e, em 1863, foi expulso do instituto por indisciplina. Escreveu em um caderno de notas, que à partir dali iria se tornar senhor de si mesmo, inconformado com o estilo realista anedótico que se instalara em Nápoles.

GIUSEPPE DE NITTIS - Avenue du Bois de Boulogne - Óleo sobre tela - 31,4 x 42,5 - 1874

1864 foi um ano importante. É nessa data que lança sua carreira, numa exposição da Promotoria Napolitana, com a participação de duas pequenas telas. Os trabalhos foram amplamente elogiados por Cecconi, que os julgou serem “refinados e muito elegantes”. Os louvores de Cecconi renderam bons frutos e De Nittis foi levado ao conhecimento de um outro grupo: os Macchiaioli. De Nittis se sentia mais à vontade ali, discutindo principalmente com Signorini e Banti, os novos destinos para a pintura italiana. A pintura de “manchas”, como era conhecida a técnica dos impressionistas italianos, seria de grande importância para a arte naquele país.

GIUSEPPE DE NITTIS - No lago de Quatro Canttoni - Óleo sobre tela - 48 x 67 - 1881

Depois de uma longa peregrinação pela Itália, em 1867, ele chegou a Paris. Foi um dos períodos mais importantes de sua carreira, pois ali encontrou o apoio do comerciante M. Goupil, um marchand reconhecido por sempre lançar novos artistas no mercado. A arte mais aceita naquele momento mostrava a frivolidade da sociedade parisiense, enfatizando os trajes que a moda lançava, espelhando uma alegria mundana que não havia em nenhum outro lugar. De Nittis logo se encantou e influenciou pelos trabalhos de Fortuny, Meissonier e Gerome. Após uma breve estadia em Nápoles, em 1868, retornou à capital francesa, exibindo no Salão de 1869. Depois de um período sem muitos trabalhos inovadores, produz Passa o trem, de 1869, onde mergulha numa vastidão melancólica, da zona rural de Puglia. Em Novembro de 1870, novamente em Puglia por causa da Guerra Franco-Prussiana, pintou algumas paisagens que evocam amplidão de espaço e são acima de tudo bem líricas.

GIUSEPPE DE NITTIS - Canto de um lago no Jardim de Luxemburgo
Óleo sobre tela - 46 x 38 - 1875

Ele retornou a Paris, em 1872, e começou a fazer sucesso com a representação irônica de senhoras em ambientes livres, no qual ao habitual cliché de beleza do mundo, adicionou um toque de humor. Introduzido por Degas, em um grupo de artistas que despontavam como revolucionários, participou em 1874 na primeira exposição dos impressionistas. Mas De Nittis parecia que não tinha tempo para esperar as coisas acontecerem em Paris e decidiu viajar um pouco. Também em 1874 ele foi para Londres e, desde então, ele retornou àquela cidade a cada ano. Pintou excelentes cenas da cidade em todas as suas estadas por lá.

GIUSEPPE DE NITTIS - Corrida em Auteuil
Óleo sobre tela - 107,5 x 57 - 1883

Uma curta estadia na Itália, entre 1875 e 1880, permitiu que penetrasse na fonte original de sua inspiração. Produziu obras importantíssimas para sua carreira nesse período, inclusive uma cena de corrida, que após concluída, apareceu pela primeira vez em 1878 na Exposição Universal em Paris, e lhe rendeu a Legião de Honra. Resolveu experimentar a escultura. Em 1879, ele completou um projeto para o monumento a Vittorio Emanuele II, que, no entanto, nunca foi realizado. À partir de 1882, dedicou-se animadamente aos estudos de aquarela, desenhos em lápis e pastéis, sendo essa última, a sua técnica preferida. Muitos de seus trabalhos mais famosos, foram executados entre 1882 e 1883.

GIUSEPPE DE NITTIS - Hora tranquila - Óleo sobre tela - 57 x 92 - 1874

Rodeado e querido por toda a socialite parisiense, De Nittis se tornava conhecido também entre o meio artístico, com o qual se relacionava muito bem. Gostava dos encontros com Manet, Degas, os irmãos Goncourt, Zola e Daudet.

GIUSEPPE DE NITTIS - Westminster - Óleo sobre tela - 110 x 192 - 1878


Ele foi um artista muito prolífico. O primeiro inventário de suas obras, realizado em 1963, registrava 742 obras. Outro catálogo, realizado em 1982, adicionou mais 208 obras à sua produção. Um número muito significativo para um artista que viveu apenas 38 anos. No auge de sua carreira, faleceu a 23 de agosto de 1884, vítima de um acidente vascular cerebral. Como ele próprio afirmou, era um intérprete fiel e apaixonado pelas várias formas e mudanças da vida moderna. De Nittis é um dos artistas italianos mais valorizados de sua época.

GIUSEPPE DE NITTIS - Autorretrato
Pastel sobre tela - 114 x 88 - Entre 1883 e 1884