quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

CARLOS ROBERTO MIRANDA

CARLOS ROBERTO MIRANDA - Cores do pantanal - Óleo sobre tela - 80 x 120

CARLOS ROBERTO MIRANDA - Nativo
Óleo sobre tela

Dono de uma beleza natural exuberante e bem particular, o estado do Mato Grosso tem atraído a atenção de artistas que utilizam da paisagem como temática principal em sua produção. Residindo em Cuiabá, MT, desde 1990, o paulista Carlos Roberto Miranda é um desses artistas citados anteriormente e se tornou um dos grandes representantes da arte realista do centro-oeste brasileiro. Abordando praticamente todas as temáticas, podemos encontrar em seus trabalhos boas referências da arte realista atual, ora desenvolvendo trabalhos com minuciosos detalhes, ora se permitindo uma liberdade maior nas pinceladas e nas composições.


CARLOS ROBERTO MIRANDA - Ao sol - Óleo sobre tela

CARLOS ROBERTO MIRANDA - Fundo de quintal - Óleo sobre tela - 70 x 100

Nascido na cidade paulista de Tatuí, demonstrou aptidão para as artes desde bem cedo, o que o levou a frequentar, em 1979, cursos na Associação Paulista de Belas Artes. Lá, familiarizou-se com diversas técnicas em desenho e pintura e logo se tornou um artista procurado para comissionamentos de retratos. Aí também, em São Paulo, expôs seus trabalhos por diversas vezes.


CARLOS ROBERTO MIRANDA - Barcos na espera - Óleo sobre tela

CARLOS ROBERTO MIRANDA - Trazendo o gado - Óleo sobre tela

A ida para Cuiabá possibilitou também ministrar aulas de desenho e pintura no ateliê que montou na cidade, desde a sua chegada. Uma série de exposições e cursos, por todo o estado, logo o tornaram bastante difundido na região e muito procurado para diversas encomendas. Desde 1997, também viaja a Portugal todos os anos, onde possui um ateliê em Évora, e também mantém por lá temporadas de cursos e workshops.


CARLOS ROBERTO MIRANDA - Frutos do cerrado
Óleo sobre tela

CARLOS ROBERTO MIRANDA - Natureza-morta
Óleo sobre tela

Composições agradáveis e cenas bem despojadas são uma marca de sua produção, que realça também por uma paleta limpa e valorização da temática rural. As naturezas-mortas e marinhas também o tornaram bastante conhecido. Muito bom saber que a arte realista brasileira anda bem representada em diversas partes do país.



sábado, 24 de janeiro de 2015

CAMINHAR... SEMPRE!

WILLIAM BOUGUEREAU - As laranjas (detalhe)
Óleo sobre tela - 117 x 90 cm - 1865

Já faz um bom tempo que caminhamos juntos por aqui. Através da arte, foi possível arranjar um motivo que nos unisse, nem que por pouco tempo. Às vezes, apenas por um breve período da leitura de uma matéria. E, através dela, nos comunicarmos. Dividir novidades, relembrar fatos e visualizar obras que nos fazem indagar coisas e encontrar respostas. Porque a arte faz isso, faz com que possamos compreender e conhecer melhor o mundo que nos cerca. Faz com que saibamos entender outros povos e suas culturas, seus desejos e suas expectativas, suas opiniões e suas histórias de vida. Sendo a arte a linguagem da vida, passamos a compreender melhor a humanidade. E isso nos faz caminhar melhor!

EUGENE ALEXIS GIRARDET
Uma caravana pelo deserto (detalhe)
Óleo sobre tela colada em painel - 68,5 x 109 cm

Esse texto é apenas para relembrarmos o motivo que nos faz encontrar por aqui de vez em quando. Às vezes, precisamos recobrar a consciência de nossa caminhada. Não basta apenas ir, como se houvesse um lugar especial a chegar. O lugar especial é o aqui e o agora. Em cada matéria, em cada imagem, em cada nova informação que nos acrescenta algo e também em cada informação recordada em nossas lembranças. Cada vez que publico algo, estou dando um passo. E levo alguém comigo! Todos os caminhos levam mais longe quando estamos em companhia.

RODOLFO AMOEDO - A narração de Filectas (detalhe)
Óleo sobre tela - 249 x 307 cm - 1887 - Museu Nacional de Belas Artes

Sei que pode parecer repetitivo, mas vamos entender um pouco mais porque nos encontramos por aqui. Toda vez que uma matéria é publicada, há a possibilidade de que uma linguagem comum se organize um pouco melhor dentro de nós, permitindo que possamos ver um pouco mais do mundo, pelas obras e visões que outros produziram. Mas, também não podemos esquecer que cada um traz consigo suas histórias, por isso, algo apresentado por aqui sempre terá interpretações variadas e despertará emoções diferenciadas. A experimentação da arte em sua verdadeira essência depende da fração intelectual com que recebemos uma informação e da fração emocional com que deixamos que essa informação nos modifique. É isso que faz com que cada um, mesmo não produzindo arte, seja um difusor e propagador da mesma, despertando emoções e levando novas informações a outros.

JAN BOGAERTS
Natureza morta (detalhe)
Óleo sobre tela - 70 x 90 cm - 1926

A cada passo, novas possibilidades e indagações. Somos testados e provocados continuamente e é isso que faz com que a caminhada pareça excitante. Apenas seguir, sem vislumbrar a paisagem, é o mesmo que passar pela vida sem ter vivido. A proposta principal aqui é essa: andar por novos caminhos, conhecer novas possibilidades e se permitir acrescentar algo com elas. Respeito que, pelas experiências culturais e sensibilidade de cada um, caminhos não sigam sempre tão em paralelo. Isso é liberdade! Haverá algo mais importante que ser e deixar ser livre?

Fico torcendo para que possamos nos encontrar ainda muitas vezes por aqui, e que saibamos aproveitar todas as oportunidades que forem surgindo, vislumbrando todas as belezas do caminho, sem nunca nos preocupar com o destino.

EVANDRO SCHIAVONE - Concerto para um (detalhe)
Óleo sobre tela - 120 x 180 cm

sábado, 17 de janeiro de 2015

LEOPOLD SCHMUTZLER

LEOPOLD SCHMUTZLER - Jovem com uma lira
Óleo sobre cartão - 100 x 80

LEOPOLD SCHMUTZLER - Salomé
Óleo sobre tela - 1920

Por motivos dos mais variados possíveis, artistas caem no gosto popular; e também por motivos variados, caem no esquecimento. Um dos motivos que mais popularizou o artista Leopold Schmutzler foi a representação dramática, bem teatral, de Salomé, interpretada pela atriz e dançarina da época Lili Marberg. A cena tinha todos os atributos para se tornar um dos ícones de sua época e poderia muito bem ter levado o nome de seu autor à glória do cenário artístico mundial, assim como obras anteriores já haviam eternizado outros artistas. Por envolvimento com o partido socialista alemão e pela associação de seu nome com o regime nazista, Schmutzler foi relegado ao esquecimento durante várias décadas do século passado, vindo a retomar prestígio artístico somente no final do século e no início desse.

LEOPOLD SCHMUTZLER - Carregando uma jarra
Óleo sobre tela

LEOPOLD SCHMUTZLER - A dama das margaridas
Óleo sobre cartão - 101 x 73 - 1940

Leopold Schmutzler nasceu em Mies, na Áustria, a 29 de março de 1864, vindo de uma família humilde da região. O pai, que trabalhava como seleiro em uma estalagem, foi quem lhe deu as primeiras instruções em desenho. Entre 1880 e 1882, conseguiu aulas na Academia Real de Belas Artes de Viena, e entre os anos de 1882 e 1885 concluiu seus estudos preliminares na Academia de Munique. O artista ainda viria a fazer cursos rápidos em suas passagens por Paris e Roma. Pelos meios que frequentou e pelas influências com a arte realista de sua época, acabou por se tornar um retratista de respeito e bem requisitado, recebendo comissões importantes por parte da família real da Baviera.

LEOPOLD SCHMUTZLER - A chegada do pretendente
Óleo sobre tela - 69,8 x 91,4 - 1889

LEOPOLD SCHMUTZLER - O centro das atenções
Óleo sobre tela - 77,5 x 95,9

Andava muito em voga, naqueles tempos, um estilo realista com influências de Rococó e Art Deco, que dava muita ênfase nos vestuários dos personagens retratados, criando sempre um clima de muita exuberância e elegância, o que tornava todos os trabalhos muito atraentes e decorativos. Schmutzler soube explorar muito bem essa tendência da época, retratando belas modelos em poses insinuantes e descontraídas. A figura da mulher é uma espécie de ícone em quase toda a sua produção. Muitas cenas com mulheres nuas e seminuas se tornaram uma encomenda assídua no seu ateliê. Mas, pela versatilidade com realizava suas obras, também criou várias cenas de gênero. Muitas delas, inspiradas em cortes da Baviera.

LEOPOLD SCHMUTZLER - Uma jovem com flores
Óleo sobre tela - 100 x 70 - 1940

LEOPOLD SCHMUTZLER - Mulher com cesta - Óleo sobre tela - 91,5 x 108

LEOPOLD SCHMUTZLER - Um look sedutor
Óleo sobre cartão - 95 x 68

O envolvimento com o regime nazista, mais no fim de sua vida, mudou um pouco sua produção, com obras que enfatizavam o movimento. Ele chegou inclusive a ser premiado com esses trabalhos, em 1940. Porém, naquele mesmo ano, em 20 de junho, ele faleceria na cidade de Munique.

Vários museus, em diversas partes do mundo, começaram a adquirir os seus trabalhos somente no final do século XX. Em especial, o Museu de Arte Frye, em Seatle, que abriga várias obras do artista, provenientes da coleção de Charles Frye, um grande admirador da obra de Schmutzler. Atualmente, seus trabalhos tem conseguido boas cifras em diversas casas de leilões.


sábado, 10 de janeiro de 2015

HERMANN HERZOG

HERMANN HERZOG - Cachoeira de Yosemite, Nevada - Óleo sobre tela

Confesso que sou um admirador entusiasmado pelo tema paisagem e sou grato pelos muitos artistas que assim também o foram antes de mim. Grato especialmente por todos aqueles que desbravavam campos e montanhas atrás de um belo ângulo, num tempo onde não existia a praticidade de uma máquina fotográfica de boa resolução, muito menos a comodidade das pesquisas infindáveis que a internet proporciona. Conversando recentemente com o artista mineiro Judson Oliveira, ele solicitou que fizesse uma matéria sobre um grande paisagista do século XIX, tão entusiasmado com a temática quanto os muitos “herdeiros” que ele formou ao longo da história.

HERMANN HERZOG - Paisagem de montanha com chalé
Óleo sobre tela - 55,88 x 91,44

HERMANN HERZOG - Ursos num riacho
Óleo sobre tela

Hermann Ottamar Herzog (Hermann Herzog ou Herman Herzog) nasceu em Bremen, na Alemanha, a 15 de novembro de 1832. Habilidoso com o desenho desde muito novo, teve a felicidade de ingressar na Academia de Düsseldorf, quando tinha 17 anos. Escritos da época narram que ele já sustentava sua família, com sua arte, desde os 15 anos de idade, tamanha perícia e aceitação de seus trabalhos. Na Escola de Dusseldorf ficou praticamente enfeitiçado pelo que viria a ser a marca registrada daquela instituição: o realismo. Tendo como mestres principais Andreas Achenbach e Johann Wilhelm Schirmer, é bem compreensível como essa influência seria notória. A dramaticidade com influência romântica se consolidaria por definitivo em sua pintura, quando fez aulas particulares com o pintor norueguês Hans Fredrick Gude.

HERMANN HERZOG - A velha ponte - Óleo sobre tela - 127 x 190,5

HERMANN HERZOG - Um pastor e suas ovelhas
Óleo sobre tela - 41 x 51

A segunda metade da década de 1850 e praticamente toda a década de 1860 foi um período de longas viagens para Herzog. Pintou diversas paisagens em muitos lugares, principalmente Bélgica, Suíça, Itália, França e Holanda. Ao retornar de uma viagem à Noruega, em 1855, a Rainha de Hannover comprou uma de suas telas e também lhe assegurou patrocínio vitalício com apoio de vários outros monarcas europeus. O artista ganharia ainda mais reconhecimento após as premiações que recebeu no Salão de Paris, nos anos de 1863 e 1864, bem como medalhas que recebeu em exposições em Liège e Bruxelas.

HERMANN HERZOG - Crepúsculo sobre um lago
Óleo sobre tela - 35,6 x 55,9

HERMANN HERZOG - Estrada pela fazenda
Óleo sobre tela

No início dos anos de 1870, Herzog mudou-se para os Estados Unidos e estabeleceu-se definitivamente perto de Filadélfia. A exemplo de épocas passadas, viajou bastante por todo o território norte-americano e também a regiões do México. Em 1873, atingiu os estados mais ocidentais, inclusive a Califórnia. Sentiu profundamente atraído pelas paisagens do Vale de Yosemite, de onde produziu uma série de pinturas. Também fez várias viagens com o objetivo de pintar, para estados como Maine e Flórida. Nesse último, sentia atraído principalmente pelas palmeiras típicas da região, que viria a retratar em diversas composições.

HERMANN HERZOG - Paisagem próxima ao Lago Santa Fe - Óleo sobre tela

Além dos destinos certos de sua produção para a alta classe de colecionadores, que lhe garantia um bom nível de vida, Herzog também teve êxitos em investimentos financeiros que fez nas últimas décadas do século XIX. Isso fez com ele parasse de exibir e comercializar suas obras, conseguindo acumular para patrimônio da família, um acervo numeroso e valioso. Um fato curioso é que tal coleção, que pertenceu a familiares por várias décadas do século XX, foi quase que completamente desfeita e vendida na década de 1970, sendo que grande parte dela foi adquirida por museus e importantes galerias dos Estados Unidos.

HERMANN HERZOG - Moinho de água
Óleo sobre painel - 27 x 37 - 1872

HERMANN HERZOG - Rebanho de renas num lago da montanha
Óleo sobre tela - 1865


Hermann Herzog faleceu em 6 de fevereiro de 1932. Nos 100 anos de vida, produziu mais de 1000 pinturas, que influenciaram muitos paisagistas de sua geração e de gerações futuras.

HERMANN HERZOG - Cena do sudeste com figuras - Óleo sobre tela - 20,32 x 26,67

domingo, 4 de janeiro de 2015

PAULO CAMARGOS

PAULO CAMARGOS - Estrada - Óleo sobre tela - 75 x 110 - 2014

Há tempos, o ensino artístico brasileiro institucionalizado (diga-se Escolas de Belas-Artes) voltou as suas diretrizes para a formação cada vez mais constante do artista conceitual. Isso parece ser uma característica não apenas brasileira, em escala global a história se repete. Não é de se estranhar que, nesse novo método de ensino, forma-se o artista mais a nível teórico do que prático. Felizmente, toda regra gera exceções, e é sempre gratificante ver artistas da nova geração que passaram pelo sistema de ensino vigente, que continuam firmes em propostas que não sejam apenas as teóricas, mas que experimentam e estão sempre em busca daquilo que sempre foi o principal motivo para suas caminhadas: a arte. Paulo Camargos é um dos esses exemplos.

PAULO CAMARGOS - Estrada - Óleo sobre tela - 25 x 35 - 2014

Nascido em Divinópolis, MG, em 1980, tem uma trajetória interessante e vem conquistando seu espaço com segurança e respeito.
Desde cedo, já era grande o seu interesse por todo tipo de imagem. Isso o levou a trilhar os caminhos das artes visuais e, aos 16 anos, começou a se interessar ainda mais pela execução dos retratos a lápis. Começou a estudar, de maneira autodidata, história da arte, técnicas de desenho e pintura. A graduação na Escola de Belas Artes da UFMG começou quando tinha 23 anos. Pretendia se especializar em pintura, mas acabou se encantando pelo cinema de animação, mais especificamente pela produção de Yuri Norstein. A empolgação pela nova linguagem artística o levou a produzir um curta de animação: "Álvaro em Véspera" (http://vimeo.com/35015507), que foi inteiramente inspirado na vida e obra de Fernando Pessoa, mais especificamente no heterônimo de Álvaro de Campos. Neste curta é possível notar a influência de Edward Hopper e Yuri Norstein. Também chegou a participar da produção de outro curta metragem de animação: Viagens de Papel - de Maurício Gino (http://vimeo.com/43602059).
Depois de concluir o bacharelado em Artes Visuais com ênfase em Cinema de Animação, cursou a Pós-Graduação em Especialização em Ensino de Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFMG e também a Formação Pedagógica em Arte do Centro Universitário Claretiano. Foi quando o artista voltou para Divinópolis e atualmente se dedica ao trabalho em ateliê, com produções autorais (desenho e pintura de retratos, arte sacra, pintura de paisagem e ilustração) e aulas de Desenho e Pintura. Também trabalha como professor de Arte do Ensino Fundamental e Ensino Médio em uma escola particular.


Os trabalhos de ateliê começaram em 2013. É interessante analisar que em tão pouco tempo já tenha assimilado uma linguagem técnica e estilística própria. Foi pela necessidade de estabelecer uma conexão mais íntima com a natureza, observar e apreciar sua exuberância e magnitude, que a pintura de paisagem aconteceu como algo natural. Queria se aprofundar mais no assunto e teve a felicidade de conhecer, nesse momento, o artista Vinícius Silva. Em palavras do próprio Paulo Camargos, “quando vi os trabalhos dele pessoalmente, ficou claro para mim que era o caminho que eu também queria trilhar. Fiquei fascinado!”
De Vinícius, veio a influência da nova escola americana de paisagens, sempre alicerçada por artistas com grande vocação para o trabalho em plein air, dos quais passou a admirar naturalmente Scott Christensen, Edgar Payne, Joe Paquet e Matt Smith. Pelo gosto que tomou rapidamente pela pintura em plein air, cresceu também a necessidade de desenvolver equipamentos para a prática dessa pintura, uma vez que era impossível encontrar no Brasil alguma produtora nessa linha. Foi quando criou um cavalete próprio para pintura em plein air e, desde o início desse ano, comercializa o mesmo sob encomendas.

PAULO CAMARGOS - Dom José Belvino
Óleo sobre tela - 200 X 140
Catedral do Divino Espírito Santo, Divinópolis

PAULO CAMARGOS - Dom Tarcísio Nascente dos Santos
Óleo sobre tela - 200 x 140
Catedral do Divino Espírito Santo Divinópolis, MG

O relato que se segue é do próprio artista: “Aprecio bastante o realismo da pintura atual, gosto muito de investigar e aprender as técnicas. Mas o que mais me desperta interesse por este gênero é a profundidade do grau de observação, apreciação e exercício do olhar pictórico. Sinto que minha motivação é a mesma que Monet teve ao pintar os montes de feno. Creio que a verdadeira sabedoria consiste na capacidade de extrair grandes experiências de coisas aparentemente simples. Fico triste por perceber que a maior parte das pessoas ainda não percebe isso. Por isso, vejo o quanto é importante o trabalho em Ensino de Arte, pois é um ótimo caminho para potencializar a sensibilidade.
Também aprecio boa parte da Arte Contemporânea. Existem trabalhos e poéticas que não me despertam interesse, mas há outras que me tiram da zona de conforto e abrem meus horizontes para observar nuances da realidade que antes passavam despercebidas. Sobre as novas mídias, aprecio muito o Cinema e o Cinema de Animação, que não são tão novos assim, mas ainda nos surpreende com obras como as de Alexander Petrov (https://www.youtube.com/watch?v=W5ih1IRIRxI), por exemplo. Vejo que a internet, por meio das redes sociais, aproximou bastante os artistas, trouxe mais visibilidade e  favoreceu a troca de experiências e o compartilhamento de conhecimentos”.

PAULO CAMARGOS - Rodolfo
Lápis sobre papel

PAULO CAMRGOS - Maria Kátia
Lápis sobre papel


Na nossa conversa, o artista deixou claro que 2015 será um ano decisivo em sua produção. Ele pretende voltar mais atenção para a produção de trabalhos relacionados à sua região. Lembrando Amílcar de Castro, que afirmava que “a originalidade está diretamente vinculada às origens”, o artista pretende continuar no exercício contínuo de reavivar e preservar suas memórias de infância, pois vê nelas a sua identidade e seu referencial. A pintura em plein air, mais do que nunca, pretende ser o foco principal para esse ano.


O kit para pintura em plein air pode ser adquirido diretamente com o artista.


CONTATOS:



artpaulocamargos@gmail.com