domingo, 29 de janeiro de 2012

RAPHAELLA SPENCE

RAPHAELLA SPENCE - Mistério
Óleo sobre tela - 101,6 x 151,13 - 2007

RAPHAELLA SPENCE - Manhattan
Óleo sobre tela - 100,3 x 162,5 - 2012

Que as máquinas fotográficas alcançaram um nível de excelência extraordinário, não dá pra negar. Agora, que artistas hiper-realistas acompanhem essa evolução, aí são outras histórias. E não é que tem acompanhado mesmo!... Há um grande número de ótimos artistas, praticando um foto-realismo impressionante. E dentre muitos, tenho uma admiração especial pelos trabalhos de Raphaella Spence.

RAPHAELLA SPENCE - A janela de Chagall, Zurique
Óleo sobre tela - 71,12 x 187,96 - 2007-8

RAPHAELLA SPENCE - O Canal de San Marco
Óleo sobre tela - 54,6 x 120 - 2010

O Hiper-realismo é uma vertente da pintura e escultura que tem como intenção principal mostrar um detalhamento minucioso da obra, algo difícil de ser alcançado até por equipamentos fotográficos, e que realce a própria realidade. São às vezes tão bem executados tecnicamente, que fica a sensação de não poderem ter sido executados à mão. Não é raro ouvir a expressão de observadores quando estão diante dessas obras: “É real demais pra ser verdade”. Mas são, e estão conquistando cada vez mais, um número de artistas adeptos à execução e admiradores por todo o mundo. Teve início em 1968 e avançou por toda a década de 70, principalmente na Inglaterra e nos Estados Unidos.

RAPHAELLA SPENCE - Família
Óleo sobre tela - 60,96 x 78,74 - 2005

RAPHAELLA SPENCE - Sonhos roubados
Óleo sobre tela - 48,26 x 129,54 - 2002

Raphaella Spence é uma jovem artista, nascida em Londres, em 1978. Viveu os primeiros anos de vida entre a Inglaterra e França, e aos doze anos, mudou-se definitivamente para a Itália. Aprimorou seus estudos na Escola de St George, em Roma, quando se tornou assistente do pintor hiper-realista italiano Bruno Bernardi. Suas produções iniciais baseavam-se quase sempre em naturezas mortas. De carreira profissional iniciada na fotografia, dedica-se, atualmente, exclusivamente à pintura.

RAPHAELLA SPENCE - O vôo de Eliott
Óleo sobre tela - 57 x 85 - 2006

RAPHAELLA SPENCE - Grand Canal
Óleo sobre tela - 104,1 x 152,4 - 2007

Realizou sua primeira exposição individual em 2000, e de lá pra cá, um suceder de novas outras foram levadas à Inglaterra, Áustria e Estados Unidos, além de muitas outras realizadas na Itália. Asciano, na região da Úmbria é o local que reside atualmente. De onde tira, aliás, inspiração para muitas de suas paisagens.

RAPHAELLA SPENCE - Momentos
Óleo sobre tela - 64,77 x 43,18 - 2005

RAPHAELLA SPENCE - O poeta
Óleo sobre tela

O método de execução de seu trabalho é bem característico de quase todo trabalho hiper-realista: primeiro escolhe o tema e faz uma série de fotografias do mesmo. Depois prepara uma tela ou outro suporte, que deve ser rigorosamente liso, tanto ao tato quanto aos olhos. Só então transfere seu desenho, que pode demorar cerca de uma semana, apenas nessa fase. Logo depois, uma série de camadas de tintas vão compondo a obra. Tudo feito em estúdio em incansáveis seções. Um detalhe muito importante da estrutura de seu ateliê está ligado à forte iluminação artificial do mesmo, para que não haja nenhuma distorção da imagem que está sendo concebida.

RAPHAELLA SPENCE - Bridges of Babylon
Óleo sobre tela - 2008-9

RAPHAELLA SPENCE - Depois da chuva
Óleo sobre tela

Há quem torça o nariz para determinados métodos de execução, como fazem os hiper-realistas. Prefiro apenas admirar, afinal as técnicas e os métodos de execução mudam de acordo com as épocas. É impossível não se emocionar diante de tais trabalhos.

PARA SABER MAIS:

sábado, 28 de janeiro de 2012

ALGUNS TRABALHOS RECENTES

Começando o ano com alguns trabalhos realizados recentemente. Dois do final de dezembro e mais alguns exercícios deste ano.

JOSÉ ROSÁRIO - Carreando
Óleo sobre tela - 30 x 60 - 2011
VENDIDO
Esta é mais uma cena com carro de boi,
tema que trabalho há tempos com uma certa 
regularidade. É um formato bem diferente
de todos que já havia realizado.

JOSÉ ROSÁRIO - Ouro Preto, cerca de 1885
Óleo sobre tela - 80 x 120 - 2011
VENDIDO
Um jardim em estilo neoclássico ficava no centro
da Praça Tiradentes, em Ouro Preto, até o ano de
1892, quando a praça recebeu a estátua em homenagem
à Tiradentes, e ganhou um grande espaço aberto.
Esse trabalho foi uma encomenda feita por um
ex-aluno da Escola de Mineralogia, ao fundo da praça.

JOSÉ ROSÁRIO - Uma pausa
Óleo sobre tela - 30 x 40 - 2012
VENDIDO
Um dos temas mais comuns para mim, aqui em
Dionísio. Carroças, charretes, animais selados
ou em pelo. Esses transportes ainda são realidade
por aqui.

JOSÉ ROSÁRIO - Na estrada
Óleo sobre tela - 15 x 19 - 2012
VENDIDO
Essa pequena tela foi feita em um esboço,
numa saída para registro em campo.
Trabalhar rápido elimina detalhes excessivos e
torna o trabalho um pouco mais dinâmico.

RURALIDADES


Esta é a capa do livro Ruralidades, Um Retrato do Torrão Rural Itabirano,  do amigo fotógrafo Roneijober Andrade.
Ruralidades é o resultado de várias expedições fotográficas realizadas desde 2003, quando Roneijober se mudou para Ipoema, MG, e vem registrando o interior de localidades como Ipoema e Senhora do Carmo. Não registra apenas a paisagem e os arredores de onde mora, registra principalmente a gente que vive ali, com suas festas, tradições, rotinas e trabalhos. Um documento precioso para uma época cada vez mais carente de registros que valorizem as nossas tradições e origens mais verdadeiras.



DADOS SOBRE O LIVRO:
Dimensões: 31,5 x 29
Capa dura
Papel couchê semi-brilho
120 páginas
107 fotografias em preto e branco
Valor: R$ 70,00
Pode ser adquirido diretamente pelo e-mail:
roneijober@yahoo.com.br
ou pelo telefone (31) 3833-9294


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

MARCOS ZECHETTO

MARCOS ZECHETTO - Praça João Mendes, SP
Óleo sobre tela - 50 x 70

A cidade de São Paulo está completando hoje 458 anos. O maior centro habitado da América do Sul, que aprendeu às pressas a se tornar uma das maiores metrópoles do planeta, tem a cara do mundo. Acolheu todos os povos e aplica na prática, o máximo do ideal grego, a democracia. Em São Paulo sobrevivem vários povos, vários credos... As línguas se misturam, mas não se confundem. E ali, todos se convivem e exaltam a máxima do termo pólis. Já perceberam que mesmo abrigando etnias tão distintas, ainda há a viabilidade do convívio? Às vezes não percebemos isso tão claramente porque sempre nos foi tão comum, mas, em São Paulo há um sentido de irmandade raro em outros lugares do mundo.

MARCOS ZECHETTO - Palácio das Indústrias, SP
Óleo sobre tela - 50 x 70

MARCOS ZECHETTO - Catedral da Sé
Óleo sobre tela - 40 x 50

Para ilustrar São Paulo, ninguém tão habilitado quanto Marcos Zechetto. Esse artista soube decifrar a cara européia que tem a cidade, traduzindo isso no seu estilo neo-impressionista, que é para não ficar dúvidas de que lá, em São Paulo, parecemos não estar num país tropical. Talvez a ausência de praia, de montanhas, e principalmente por aquilo que tão bem soube perceber Caetano, “... a dura poesia concreta de tuas esquinas...” Definitivamente não é uma “terra dos trópicos”.

MARCOS ZECHETT0 - Mercado Municipal, SP
Acrílica sobre tela - 60 x 80

MARCOS ZECHETTO - Pátio do Colégio, SP
Acrílica sobre tela - 40 x 60

Encontrei o Zechetto numa visita à Praça da República, em uma feira de artes que acontece em todos os finais de semana. Tem um estilo bem próprio de pintar e São Paulo parece ser mesmo o tema que escolheu para sua vida. Suas cores são sóbrias e as pinceladas fluidas e depositadas de uma forma precisa e coerente. Realmente, não dá pra desvencilhar São Paulo de sua obra. Impossível também não ligá-lo às suas influências: Giancarlo Zorlini, Mario Zanini e Omar Pellegata.

MARCOS ZECHETTO - Avenida Paulista, SP
Óleo sobre tela - 50 x 70

MARCOS ZECHETTO - Estação da Luz, SP
Óleo sobre tela - 50 x 70

Há muito que comemorar nessa data, mas também crescem os desafios para os próximos anos de vida. A pluralidade de sua gente também se traduz na pluralidade de seus problemas. Da insegurança que espanta o sono, do ar que insiste em ficar cada vez mais intragável, do trânsito que não anda, das chuvas que perderam a medida da bonança, das drogas que expõe cada vez mais a doença de um novo mundo... Tudo em São Paulo é superlativo.

MARCOS ZECHETTO - Estação da Luz, SP
Óleo sobre tela - 40 x 50

MARCOS ZECHETTO - Estação Júlio Prestes
Óleo sobre tela - 60 x 80

Parabenizar São Paulo é parabenizar o seu povo, afinal que seria de uma cidade sem os seus habitantes?!

Parabéns São Paulo e parabéns Zechetto por nos mostrá-la tão bem.


PARA SABER MAIS:

FALE COM O ARTISTA:
(11) 3889-7579

sábado, 21 de janeiro de 2012

ZYABLOV

ZYABLOV - À deriva - Óleo sobre tela - 75 x 95

ZYABLOV - Vapor de água - Óleo sobre tela - 110 x 120

Desde que vi, pela primeira vez, os trabalhos de Zyablov, estava ensaiando fazer essa matéria. Chamaram a atenção, desde o início, não apenas a cumplicidade com o tipo de trabalho que venho desenvolvendo atualmente, mas principalmente a consistência e a maturidade com que já se mostram os trabalhos deste jovem artista russo.


ZYABLOV - Outono de ouro - Óleo sobre tela - 75 x 100

ZYABLOV - Ravina - Óleo sobre tela - 75 x 95

ZYABLOV - Noite - Óleo sobre tela - 75 x 85

O que constatamos em artistas russos contemporâneos, principalmente os paisagistas; como é o caso de Zyablov; é que seus temas ganharam um aspecto mais subjetivo, introspectivo e contemplativo acima de tudo, com um caráter que tende sempre a evocar a natureza e suas belezas. Desvencilharam bastante da tendência realista e anarquista que tanto evidenciaram os trabalhos de artistas russos de meados do século XIX e quase todo o século XX. Não que tenham perdido o engajamento político; uma marca de cada cidadão russo; mas que a visão de tais artistas atuais, tenha ultrapassado as fronteiras de seu país e ganhado um aspecto mais universal.


ZYABLOV - Dezembro - Óleo sobre tela - 75 x 90

ZYABLOV - Pátio em Odessa - Óleo sobre tela - 75 x 100

ZYABLOV - Arco-íris - Óleo sobre tela - 75 x 100

Jaroslav Igorevich Zyablov nasceu em Moscou, no ano de 1977. Felizardo, é mais um entre vários artistas de uma família com o nome já estabelecido. Os estudos com arte começaram em 1991, mas só em 1996 se matricula na Academia Russa de Pintura, Escultura e Arquitetura. Nessa entidade, participa de várias coletivas entre alunos e em 2002 promove a sua primeira exposição individual, já obtendo grande respeito de crítica e aceitação pública de seu trabalho.


ZYABLOV - Degelo - Óleo sobre tela - 150 x 200

ZYABLOV - Domingo - Óleo sobre tela - 35 x 70

ZYABLOV - Vinhedos na Criméia - Óleo sobre tela - 35 x 50

Zyablov vem galgando sua trajetória com muita consciência e já possui admirável acervo. Também já participou de diversas publicações de livros, catálogos e revistas destinados ao público artístico. Com especial atenção para a participação que fez em 1000 Artistas Russos, uma grande coleção de paisagens produzidas na Rússia, lançada pela Academia Russa de Pinturas, Esculturas e Arquitetura; e também na série de publicações com dicas de pintura de paisagem na revista Young Artist.


ZYABLOV - Ramenki em abril - Óleo sobre tela - 60 x 90

ZYABLOV - Aproximando a primavera - Óleo sobre tela - 60 x 70

ZYABLOV - Silêncio - Óleo sobre tela - 75 x 85


Convido todos vocês a olharem atentamente o trabalho desse jovem e promissor artista. Complete essa visita em seu site, onde encontrarão um farto e rico material.


Zyablov durante plein air em Suzdal.

PARA SABER MAIS:

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

MEU CÉU



Há cerca de 12 anos, fotografo o céu 
da janela do apartamento. 
Faço isso sempre que vejo algo inusitado, 
ou na pior das hipóteses, 
pelo menos uma vez por semana.
Tenho presenciado cenas esplêndidas, 
que muito já me auxiliaram 
na composição de alguns trabalhos.
Além da variedade de situações que já presenciei,
interessante também é conferir 
como a paisagem tem mudado. 
Morros foram sendo ocupados e 
edifícios foram surgindo.
Muda o céu, o mundo, a vida...


Separei, para dividir com vocês, 
algumas das centenas de imagens 
que já registrei durante todo esse tempo.