terça-feira, 1 de julho de 2014

AS CORES DA GUERRA


Há 70 anos, quando os aliados desembarcaram na Praia de Omaha, na Normandia, começava o final do conflito mais sangrento da história da humanidade. A Segunda Guerra Mundial foi inigualável em todos os sentidos: foi a guerra que envolveu mais nações até hoje, provocou mais destruições até então e deixou uma cifra de mortalidades que as estatísticas nunca souberam precisar ao certo. Isso sem falar das consequências causadas por todas as suas tragédias: divisão do mundo entre socialistas e capitalistas, ameaça constante de um novo conflito mundial alimentado pela Guerra Fria e milhões de órfãos espalhados por todo o mundo.

ALEXANDRE REIDER - Senta a pua - Óleo sobre tela - 20 x 40

GONZALO CÁRCAMO - Dia de sorte - Aquarela

ROD PEREIRA - Unlucky soldier - Ecoline, guache e lápis sobre papel

Muitos de nossa geração não sabemos dimensionar os horrores causados por aquele acontecimento porque não fomos atingidos diretamente por ele, mas temos a obrigação de não deixar que seja esquecido tudo aquilo que pode ser classificado como a maior vergonha de todas as civilizações. Em nome de éticas absurdas, povos foram humilhados, culturas massacradas e que perdoem o trocadilho das palavras, naquela época "a humanidade nunca foi tão desumana”. Líderes ditadores surgiram, corrompendo e manipulando as massas que se deixavam levar. Muitos foram obrigados a deixar suas pátrias e procurar refúgio em outras terras, causando o que talvez tenha sido o maior êxodo da história da humanidade.

VINÍCIUS SILVA - Saudade, exaustão e fome na cova da trincheira - Óleo sobre tela

JOSÉ ROSÁRIO - Tudo aquilo que me resta - Óleo sobre tela - 65 x 46 - 2014

GEORGE MEND - Invasão da Normandia - Óleo sobre tela - 30 x 40 - Estudo

Os palcos de toda essa tragédia foram a Europa e o leste asiático, mas todos os continentes tiveram nações envolvidas no conflito. Até o Brasil enviou uma força expedicionária para atuar em terras italianas.
A exposição WWII: as Cores da Guerra tem como objetivo principal relembrar essa passagem sangrenta da história humana e não deixar que ela seja jamais esquecida, mesmo por aqueles que não a vivenciaram. O Museu Histórico do Exército, quem gerencia o Forte de Copacabana, soube entender a importância dessa proposta e abriu um período em sua agenda concorrida para abrigar a exposição. Todos os artistas envolvidos com a exposição nasceram bem depois do término da Segunda Guerra Mundial, mas a arte é assim, tem essa função social e se faz atemporal quando é preciso. Concebida inicialmente por Rod Pereira e Charles Oak, a exposição ganhou força com a adesão de Alexandre Reider e Pedro da Costa como curadores. Vinte e dois artistas foram então convidados a mostrar suas percepções a respeito daquilo que o tema chegou até eles. As interpretações são as mais variadas possíveis. Cerca de 65 trabalhos estarão expostos entre os dias 17 e 31 de julho.

CHARLES OAK - Soldado - Acrílica sobre tela - 50 x 40 - Estudo

MARCUS CLÁUDIO - General Plínio Pitaluga, Comandante do Primeiro Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado da FEB, na Itália
Lápis sobre papel, estudo

PEDRO MAURO - Trincheira alemã - Lápis sobre papel


Participam da exposição: Alexandre Reider, Anderson Nascimento, André Maciel, Antônio Giacomin, Bruno Guedes, Charles Oak, Duarte, George Mend, Gonzalo Cárcamo, José Rosário, Lisandro França, Marco Dauailibi, Marcus Cláudio, Montalvo Machado, Nilo de Medinaceli, Pedro da Costa, Pedro Mauro, Rod Pereira, Sandra Nunes, Souza Rodrigues, Vinícius Silva e a participação especial do artista Benício.

LISANDRO FRANÇA - Pausa - Óleo sobre tela

BRUNO GUEDES - Em terreno inimigo

4 comentários:

  1. Nunca pensei que um dia poderia admirar as cores da Guerra... que belas cores!
    Trabalhos maravilhosos...
    Sucessos para todos...
    Abraços!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sempre que falamos em guerra, vem a nossa mente imagens cinzas, de dias difíceis e frios. Parece ser essa uma impressão coletiva. A mostra realça a visão de cada um dos participantes e por isso mesmo se torna tão interessante.
      Obrigado, Vidal. Um grande abraço!

      Excluir
  2. A arte transformando o sofrimento em beleza. Sucesso para os expositores. Abraços.

    ResponderExcluir