LUIGI BECHI - Lendo notícias no estúdio do artista
Óleo sobre tela - 143 x 103
A palavra parece ter pernas próprias. Anda por aí, pelas bocas, pelos papéis, sinais digitais, pelos fios...
O homem sempre sentiu necessidade de se comunicar ao longo de sua história. Desde a antiguidade, o homem primitivo manifestava este desejo através de pinturas rupestres, presentes em muitas cavernas, mundo afora.
O homem sempre sentiu necessidade de se comunicar ao longo de sua história. Desde a antiguidade, o homem primitivo manifestava este desejo através de pinturas rupestres, presentes em muitas cavernas, mundo afora.
Com o progresso das civilizações antigas, berço dos
primeiros conhecimentos da humanidade, verificou-se o florescimento das artes e
principalmente da palavra escrita.
Se a palavra oral foi a maneira imediata de comunicar-se
desde os primórdios, foi com a descoberta da forma do seu registro que fatos,
acontecimentos, guerras, religiões, festas, tradições e muitas outras
manifestações de um povo puderam chegar até os nossos dias.
Coube, entretanto, aos povos da Mesopotâmia, de modo
particular os Sumérios e Babilônios, a capacidade de descobrir e organizar,
inclusive em biblioteca, o acervo do desenvolvimento intelectual humano
conseguido até então. Nas placas de argila, cuidadosamente trabalhadas, nascia
a palavra escrita, chamada cuneiforme, que transformou num divisor de águas da palavra
oral. A partir daí, toda grandeza e epopéia destes e de outros povos puderam
ser narrados, documentados, e servindo de alicerce e fonte de conhecimento de
toda humanidade. Fonte que os Egípcios transformaram em hieróglifos para narrar
sua saga de luminosa civilização, com avançados conhecimentos que o saber deste
povo pôde armazenar através de seus escribas, atravessando séculos,
maravilhando nações, até os dias de hoje.
ARCIMBOLDO - O bibliotecário
Óleo sobre tela - 1566 - Stkklosters Slott, Estocolmo
Mas, foi na Grécia clássica, que o poder da palavra oral
brotou com todo seu esplendor e inteligência de seus sábios. A filosofia, a
política, a ética, a matemática e toda gama que a sabedoria humana pôde
aglutinar, era ensinada e discutida em suas academias e ágoras. Como legado,
ficou na palavra escrita, prova cabal do resumo da esmerada inteligência deste
povo, que atravessou os séculos encantando gerações e gerações, até chegar ao
mundo contemporâneo, extasiando-o com seu brilho.
Todavia, foi no renascimento, que a palavra, basicamente
oral, e pouco lida, nos pergaminhos e papiros, adquiriu força e brilho com a socialização
trazida pela descoberta da imprensa.
Atualmente, a força da palavra vem através das ondas de rádio,
computador e da internet, mas, sobretudo pelo magnetismo avassalador
proporcionado pela televisão, subjugando os povos de todas as nações e impondo
ao planeta a sua tirania.
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