segunda-feira, 11 de outubro de 2010

INSPIRAÇÃO E TRANSPIRAÇÃO (José Rosário)

ALBERTO VASQUEZ - A materialização da idéia (Detalhe)
Óleo sobre tela - 97 x 130

Nada mais desafiador, na vida de um pintor, do que uma tela em branco. Nela, moram todas as possibilidades. Entre os dois, num espaço físico aparentemente tão curto, está escondido todo um universo de idéias, projetos e desafios e a busca incansável de querer se encontrar.
Como dizia Drumond: “Para a arte, a vida por si só, não basta”. Quando se escreve, desenha, pinta, dança, toca, esculpe ou pratica qualquer atividade que venha a produzir arte, o artista busca novos mundos. É como se fosse permitido a ele, por um intervalo de tempo, viver uma vida paralela. Um outro ser dentro de si mesmo, que luta incessantemente para chegar a uma perfeição inatingível, que escapa do mundo real buscando um ideal, ou que, em raras ocasiões, consegue trazer para a realidade uma fatia do divino.
Num exercício constante para se aprimorar, todo artista dispõe apenas de inspiração e transpiração. A primeira surge da vigília constante e do estar atento às oportunidades, que aparecem pela sintonia com o inusitado. Porque inspiração nada mais é, do que estar aberto e preparado para novas possibilidades. A segunda acontece naturalmente, toda vez que a inspiração se manifesta. Não existe nenhum caminho fácil para a realização de qualquer obra de arte. Suor, sangue e lágrima se transformam nos combustíveis certos para essa trajetória.
Uma vez definido o objetivo, começa uma luta pela adequação da melhor técnica e da melhor forma de expressar aquilo novo que está para nascer. Quantas noites de sono perdidas... Quantos olhares vazios, mirando o que os outros ainda não podem  ver. Às vezes, completamente solitário em seu mundo de idéias, todo artista beira o limite da exaustão. Mas, nenhum obstáculo é intranspossível quando se tem os olhos fixos num objetivo.
E, pela dedicação e insistência, a obra se faz. Uma nova vida desperta. Dentro do mesmo mundo, seguem paralelo artista e criador. Um que vive com os pés na realidade e outro, que num breve intervalo de tempo, habita o mundo do que é imaginário. A obra ganha vida e é mostrada ao mundo. Toda arte precisa e quer ser exposta. Artista nenhum faz arte para si, do contrário, seria um eterno lunático, perdido num mundo que os outros jamais poderiam compartilhar.
Haverá novas telas em branco, novas palavras precisando se agrupar, novas notas a dançar e compor, novas peças a representar... Haverá sempre, a possibilidade e expectativa de uma nova vida.


Alissa Monks pintando.

Alissa Monks - Janela II
Óleo sobre tela - 122 x 91,4 - 2011


9 comentários:

  1. parabens obras d;artes belissima
    tds;muito lindas esto encantada
    q;Deus continui abençoando...por
    tao grd;talento...um grd;abraçoooo

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  2. Nossa, ela pinta muito bem! Tive que colocá-la no meu trabalho sobre Realismo.. Tá de parabéns Alyssa!

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  3. José, sempre atual!!
    Meus alunos agradecem.
    Abraços

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  4. O quadro de ALYSSA MONKS - Janela II - nem parece ser pintura de tanto realismo. (Helder)

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  5. Em janeiro de 2010 estava eu voltando a pintar, após 7 anos traumáticos com os pincéis... Vi esse texto hoje, e como me emocionou! Quantas possibilidades há entre a tela e o artista!

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    1. Mais do que ninguém, sabemos quão infinitas são essas possibilidades, não meu amigo?!
      Grande abraço, Yure!

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  6. A sensibilidade do artista me encanta, Belíssimos trabalhos e parabéns pelo texto!

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    1. Preciso escrever mais crônicas. Gosto de fazê-las. Mais uma vez obrigado pela sua visita e por participar com seus comentários.
      Um abraço!

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