domingo, 19 de fevereiro de 2012

ANTÔNIO PARREIRAS

ANTONIO PARREIRAS - Vista da Pedra de Itapuca, Icaraí
Óleo sobre tela - 38,1 x 61 - 1917
Coleção Jorge Roberto Silveira, Niterói

ANTONIO PARREIRAS - Trecho de praia no litoral em São Domingos
Óleo sobre tela - 55,4 x 99,4 - 1886
Museu Nacional de Belas Artes, RJ

Antônio Parreiras iniciou sua carreira pintando paisagens. Adotou esse tema por ser um dos seguidores do alemão Johan Georg Grimm, que passou pelo Brasil no final do século XIX e implantou por aqui, por assim dizer, um gosto para a representação de nossas cenas. Para o Grupo dos Irmãos Grimm; como ficou conhecido esse movimento; a natureza fornecia uma fonte constante de estudos e precisava ser contemplada e explorada em toda sua integridade. E mesmo que a paisagem ainda fosse um tema secundário, relegado ao fundo das composições, principalmente históricas, foi com esse motivo que Parreiras montou sua primeira exposição, em 27 de maio de 1886.


ANTONIO PARREIRAS - Trecho de praia no litoral de Icaraí
Óleo sobre tela - 50,8 x 77,5 - 1890
Coleção particular, Niterói

ANTONIO PARREIRAS - Paisagem do Campo do Ipiranga
Óleo sobre tela - 100 x 147

A exposição teria sido um fracasso, não fosse um único detalhe, a visita ilustre de D. Pedro II, que fez do evento um dos grandes sucessos da época. Porém, Parreiras não se limitou a esse tema, mesmo que a exposição inicial lhe tivesse aberto um caminho favorável para comercializá-lo. Influenciado por Victor Meirelles, adotou também a pintura de cenas históricas. Sempre realizadas em grandes formatos, com a utilização de muitas figuras em suas composições e procurando sempre realçar fatos e heróis regionais.


ANTONIO PARREIRAS - A conquista do Amazonas
Óleo sobre tela - 400 x 800 - 1907 - Museu Histórico do Estado do Pará

 

Uma de suas mais bem sucedidas encomendas foi a tela A Conquista do Amazonas, feita pelo governador do Pará, Augusto Montenegro. Tendo 4 metros de altura por 8 metros de comprimento, ainda é a maior pintura do estado do Pará, localizada no Palácio Lauro Sodré. Belém era, naquela época, uma próspera cidade, por onde escoava toda a riqueza retirada dos seringais da Amazônia. Parreiras fez enorme sucesso por lá, vendendo diversos trabalhos aos novos ricos da região.


ANTONIO PARREIRAS - A morte de Virgínia
Óleo sobre tela - 1905

ANTONIO PARREIRAS - Fim de romance
Óleo sobre tela - 97 x 185 - 1912

ANTONIO PARREIRAS - Fantasia
Óleo sobre tela - 1909

Diversas literaturas nos mostram um Parreiras impetuoso, de fácil irritabilidade e muito genioso. São narradas várias desavenças suas, com artistas de sua época. Um exemplo disso foi o abandono da Academia de Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, para freqüentar um curso livre de pintura, ministrado por Georg Grimm. Não acompanhou seu mestre na viagem pelo interior do Brasil, seguindo seus estudos de forma autodidata até 1885. Só em 1888, quando viaja à Europa, é que aperfeiçoa sua técnica na Academia de Belas Artes de Veneza.


ANTÔNIO PARREIRAS - Zumbi
Óleo sobre tela

ANTONIO PARREIRAS - A sesta
Óleo sobre tela - 65,5 x 50 - 1900
Coleção Sérgio Sahone Fadel

ANTONIO PARREIRAS - Ventania
Óleo sobre tela -  150 x 100 - 1888
Pinacoteca do Estado de São Paulo

Voltando ao Brasil em 1890, tem a oportunidade de colocar em prática um grande sonho: ao se tornar professor de pinturas de paisagens na Escola Nacional de Belas Artes, leva seus alunos para pintarem ao ar livre, recordando os velhos ensinamentos de Grimm. Desavenças com aquela instituição, por causa dessa sua prática, levam-no a abandonar o cargo e lecionar por conta própria. Em Teresópolis, fez vários estudos de matas e montanhas.


ANTONIO PARREIRAS - Trecho do mar e rochedos na Praia da Boa Viagem
Óleo sobre tela - 50,3 x 35,4 - 1885
Coleção Sérgio Sahone Fadel, RJ

ANTONIO PARREIRAS - Praia em Cabo Frio
Óleo sobre tela - 40,3 x 100,3 - 1887
Coleção Sérgio Sahone Fadel

ANTONIO PARREIRAS - Trecho de mar e rochedo na Praia Vermelha
Óleo sobre tela - 65,7 x 48,6 - 1908
Coleção particular, RJ

Parreiras sempre foi muito batalhador e com uma capacidade de trabalho admirável. Tido como um dos mais bem sucedidos pintores brasileiros de sua época, viveu dignamente de seu trabalho, fazendo riqueza e vivendo em confortável situação financeira. Viajava sempre ao exterior e possuía, além do ateliê em Niterói, um outro ateliê em Paris. Lá, participou do Grande Salão por várias vezes.


ANTONIO PARREIRAS - Fundação de São Paulo
Óleo sobre tela - 1913

ANTONIO PARREIRAS - A morte do Bandeirante
Óleo sobre tela - 72,4 x 91,5 - 1911

ANTONIO PARREIRAS - Dolorida
Óleo sobre tela - 108 x 223,5 - 1909
Museu Antonio Parreiras

Era comumente requisitado para pintura de palácios de governo, sendo de destaque o teto do Salão Nobre do Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. Também dedicou à pintura de nus femininos, que lhe rendeu bastante prestígio, pela sensualidade que evocava de suas cenas. Em 1926, publicou História de um pintor contada por ele mesmo, autobiografia que lhe marcou a entrada para a Academia Fluminense de Letras.

Após sua morte, sua casa foi transformada no Museu Antonio Parreiras.


Antônio Diogo da Silva Parreiras
Nasceu em Niterói, RJ, a 20 de janeiro de 1860.
Faleceu em Niterói, RJ, a 17 de outubro de 1937.

4 comentários:

  1. Mestre José, a arte no Brasil é muito bem representada, tanto por mestres antigos, como pelos mestres contemporâneos... parabéns mais uma vez, felicidades!

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    1. Sem dúvida, Raimundo. Há muitas raízes para serem expostas e descobertas.
      O Parreiras é uma das mais importantes delas.
      Grande abraço!

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  2. Belo post, de um artista memorável. Gosto muito da delicadeza de suas obras, os tons líricos, a pincelada livre. A obra "Ventania" é uma de minhas prediletas.

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    1. Certa vez assisti a um documentário sobre as obras do Antônio Parreiras. Teve um destaque especial para a obra Ventania. Gostei muito da descrição sobre esse trabalho, dada por um dos vigilantes do museu. Mais profunda que de muitos críticos especializados.
      Grande abraço, Luana!

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