sexta-feira, 11 de maio de 2012

MATERNIDADE


ELISEU VISCONTI - Maternidade - Óleo sobre tela - 1906

A aproximação da data (Dia das mães no próximo domingo) sugeriu escrever algo. Mesmo que a comemoração seja uma tentativa comercial de criar mais um período do ano para se consumir presentes; numa espécie de entressafra de natais; um dia reservado às mães é mesmo algo merecido. Muito merecido, por sinal! E se falamos sobre elas, iremos sempre lembrar das muitas imagens que povoam o mundo das artes desde longa data. De fato, a história da arte ocidental está repleta de suas representações desde a Idade Média. Uma mãe e sua criança nos transmitem sempre uma boa sensação. Há todo um universo sugerindo proteção, carinho e calor. E isso mexe com todos nós!

LEONARDO DA VINCI - A virgem e O menino com Santa Ana
Óleo sobre painel - 168 x 112 - Museu do Louvre, Paris

RAFAEL - Madonna do Grão Duque
Óleo sobre painel - 1504 a 1505 - Palazzo Pitti, Florença

Inúmeras culturas usaram a figura materna para criar símbolos e arquétipos. De uma certa forma, a cultura cristã é a mais responsável por difundir essa imagem da mãe complacente e terna, que afaga e ao mesmo tempo protege, que educa corrigindo, que ensina a ser livre impondo os limites da vida.

JEAN BAPTISTE-SIMÉON CHARDIN - A oração antes da refeição
Óleo sobre tela - 49,5 x 38,4 - 1740 - Museu Hermitage

MARY CASSATT - Mãe e filho
Pastel - 1880

As primeiras representações sobre a maternidade evocavam uma lembrança da humanização do divino. A mãe, na figura de Maria, é a ponte que liga o eterno e o terreno, e isso colocou a humanidade mais próxima e acessível daquilo a que ela acreditava. Pelo menos era essa a intenção da Igreja Católica, ao criar tais imagens para educar seus seguidores. Aos poucos, a figura da mãe do filho de Deus foi ganhando ares mais humanos, e adquirindo uma maternidade mais terna e mais ligada a esse mundo. A intimidade e o aconchego de cenas domésticas instigaram pintores de todas as escolas e estilos. Com o passar dos anos, as representações atestam as mudanças estruturais da família, da mãe ganhando um papel secundário e submisso no período feudal até o século XIX, e vindo a ter um papel de destaque na nova estrutura que foi se consolidando no século XX.

BERTHE MORISOT - A lição de costura
Óleo sobre tela - 1884

CLAUDE MONET - Jean Monet no berço
Óleo sobre tela - 1867

PABLO PICASSO - Mãe e filho
Óleo sobre tela - 97 x 71 - 1921

Os tempos atuais inspiram cuidados. A família tem se dissolvido e mudado sua forma estrutural mais básica, e isso acontecendo numa velocidade imensa. Muito mais do que líderes do lar, são necessários casais companheiros que devolvam o verdadeiro sentido de viver em sociedade. A mãe ainda é o pilar mais forte na tentativa de resgatar essa estrutura. Felizmente, ainda só é possível chegar a esse mundo através dela. Mesmo que o homem colabore gerando um filho, é a mãe, o "portal" que irá trazê-lo ao mundo externo.

NANCY HOWE - Maternidade
Óleo sobre tela

VICENTE ROMERO REDONDO - Maternidade
Pastel - 50 x 61

Que continuemos a nos inspirar nas muitas imagens acolhedoras e promotoras de um mundo melhor, que nos acompanham há vários séculos. Uma mãe que acolhe um filho, acolhe uma nova vida e a esperança de um novo mundo.

JOSÉ ROSÁRIO - Na feira - Mista sobre tela - 46 x 65

4 comentários:

  1. Sábias palavra José,mães sempre merecem nossas homenagens,pois parece que tudo que fazemos para homenageia-las, ainda sim é pequeno pelo que elas representam em nossas vidas.

    Essa temática abordada na pintura, o amor maternal é com certeza um dos temas mais sinceros que existe, transmite uma poesia transcendental.

    abraço

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    1. Olá Paulo Sérgio, obrigado por passar aqui.
      Qualquer homenagem às mães sempre ficará em débito.
      Grande abraço!

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  2. Bela matéria... mãe um sinônimo de pureza, lealdade, amor... na verdade falta-me palavras...Qualquer homenagem às mães sempre ficará em débito! valeu meu amigo... felicidades para todas as mães!

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    1. Olá Vidal, bom vê-lo por aqui mais uma vez.
      Tenha um ótimo domingo, amigo!

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